Já conhece a parceria entre Imaginie e Guia do Estudante? As primeiras pessoas que se cadastrarem ganham uma correção gratuita. Fique de olho!
Veja análise de redação. 🙂
“O número de deficientes físicos no Brasil é crescente e significativo. Dessa forma garantir seus direitos é imprescindível para uma vivência mais democrática. Com isso, objetivar uma educação de qualidade a essas pessoas é primordial, visto que o ensino é a ferramenta que aumenta as potencialidades e homogeniza as oportunidades. Entretanto, a realidade da escola inclusiva no Brasil os torna uma barreira para a efetiva inclusão educativa, já que a falta de estrutura e o [7] modelo tradicional de ensino acabam por excluir os alunos deficientes. No entanto, medidas voltadas para a conscientização e mobilização coletivas podem amenizar o problema através da participação civil.
É inegável que a acessibilidade também deve ser feita na estrutura das escolas. Segundo o geógrafo [2] Milton Santos, a globalização atual será mais humana se os recursos e estruturas forem acessíveis a todos. Dessa forma, evidencia-se que desde a inclinação [3] do relevo à disposição das tecnologias usadas nas aulas contribuem para a participação, ou não, dos alunos deficientes. Logo, escadas, carteiras apertadas e até mesmo brinquedos não adaptados definem obstáculos existentes nas escolas brasileiras.
[4] Ademais, o modelo tradicional de ensino impossibilita a participação efetiva dos estudantes com deficiência. Segundo o historiador e professor Leandro Karnal, a educação brasileira se pauta no molde em que uma pessoa detém conhecimento e ensina para outros que passivamente aprendem. Sobre essa linha de raciocínio, evidencia-se que a passividade adotada no método das aulas brasileiras [5] dificulta a efetiva participação do deficiente físico que deveria [6] desenvolver suas aptidões e potencialidades.
Evidencia-se, portanto, que as estruturas e os métodos de ensino presentes nas escolas brasileiras dificultam as melhorias do ensino inclusivo no país. [1] Afim de atenuar o problema, medidas são necessárias para resolver o impasse. Movimentos coletivos que viram uma pressão organizada que exigem providências governamentais para reformas nas estruturas das escolas são fundamentais. Além disso, palestras organizadas por instituições como a UNICEF ou associação com canais abertos de televisão podem divulgar à sociedade civil a importância de métodos de ensino mais participativos, além de conscientizar a [8] existência de leis para que os direitos sejam entendidos e garantidos aos deficientes físicos, concretizando uma vivência mais democrática.”
Análise da proposta:
A proposta de redação pede a produção de um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: A realidade da escola inclusiva no Brasil. Esse gênero de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações e o objetivo central é convencer o leitor de seu ponto de vista.
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo deve possuir: Introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução o candidato deve contextualizar o tema abordado e já assumir um ponto de vista. No desenvolvimento, apresentar os argumentos. Para construir argumentos sólidos e difíceis de serem refutados é necessário estar por dentro do assunto, por isso é importante acompanhar o noticiário, ler revistas, jornais e sites de notícias. Ao concluir, o estudante também precisa apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos e que seja possível de ser realizada.
Fuga ao tema, desrespeito aos direitos humanos e descumprimento do gênero dissertativo-argumentativo podem anular a redação do ENEM. Não cometa esse erro!
Análise da redação do aluno:
O estudante compreendeu bem o tema. O texto seguiu o tipo dissertativo cobrado no Enem, e o ele usou bons argumentos que corroboraram o seu ponto de vista.
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: O estudante não cometeu desvio gramatical grave que comprometesse o entendimento do texto.
[1] O correto seria “a fim de”.
Competência II – Compreender a Proposta: O texto está bem estruturado, respeitando o que se espera de um texto do gênero dissertativo-argumentativo.
Competência III – Selecionar, relacionar argumentos:
[2] Gostei da citação do geógrafo sobre acessibilidade, deu peso para o parágrafo.
[3] Explique melhor essa parte. Seria, por acaso, com relação a rampas de acesso?
[4] Novamente uma boa coerência, respeitando o outro ponto levantado pela tese. Esse aspecto deve ser desenvolvido nas próximas linhas.
[5] De que maneira ocorreria a participação ativa do deficiente em um outro modelo de ensino?
[6] Vejo esse modelo de ensino como uma questão que contempla todos os alunos, e não somente os deficientes. Acredito que teria sido mais convincente ter explorado melhor a questão da acessibilidade também nesse parágrafo, apontando algo diferente do que foi trabalho no parágrafo anterior.
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação: As frases foram compostas coerentemente e o texto segue uma ordem lógica.
[7] Você aponta uma problematização que já pode servir como tese, qual seja o fato de o modelo tradicional e a falta de estrutura atrapalharem a inclusão do deficiente.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:
[8] Bom fechamento. Há muitas escolas ainda que não se adaptaram aos deficientes, sendo que isso é previsto em lei.