No Brasil, grande parte das instituições de ensino superior consideram o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) como fase inicial do processo seletivo. Ao realizá-lo, o aluno terá uma nota para submeter ao SiSU (Sistema de Seleção Unificada), que reserva vagas nas instituições públicas. O estudante tem a oportunidade de marcar duas opções no SiSU, por ordem de preferência, concorrendo, portanto, a duas vagas diferentes. A seleção leva em conta a concorrência e número de vagas para definir a nota de corte.
“E se a minha pontuação não for suficiente para o curso que desejo?”
Até algum tempo atrás, quando o estudante não conseguia nota suficiente para determinado curso, só restava a ele a opção de tentar de novo posteriormente. Agora não. Com o SiSU e a possibilidade de “jogar” a nota para duas vagas diferentes, os alunos têm mais chances de ingressar na faculdade, mesmo que a sua primeira opção não tenha sido a conquistada.
Apesar de válida, esta possibilidade acaba gerando alguns problemas qualitativos no que diz respeito ao ingresso dos alunos no ensino superior. Ao se ver muito ansioso para iniciar esta etapa, alguns estudantes acabam optando por cursos com os quais não se identificam, mas que possuem nota de corte menor e permitem seu ingresso na instituição.
Devido a isso, o índice de evasão dos estudantes tem sido altíssimo, sendo um enorme desperdício de verbas nessas universidades. Escolhas feitas baseadas em influências, modismos, crenças de que este ou aquele curso “dá mais dinheiro” do que outro, além do enorme desejo de entrar de qualquer forma na universidade, muitas vezes prejudica todo o processo do estudante.
Quer ver um exemplo? Suponhamos que Engenharia Civil seja a meta de um candidato. Ele possui grande afinidade pela área de Exatas, é extrovertido, quer atuar externamente, nas obras, coordenando uma equipe de trabalho. Porém, a nota foi insuficiente. Surge, então, a possibilidade de Ciências Contábeis. Futuramente, irá lidar com números e planilhas, num escritório fechado, ambiente totalmente oposto ao do primeiro curso que desejava. Com o tempo irá perceber que, de fato, a profissão não se associa aos interesses pessoais e, assim, vem a quase inevitável desistência. Algumas das consequências são o desgaste emocional, desperdício de tempo e dinheiro.
Por isso é tão importante uma boa orientação profissional. Basear-se em sua personalidade, valores, talentos pessoais, ambiente de trabalho com o qual se identifica e interesses específicos é fundamental e o investimento para garantir que isso seja bem definido só tem a acrescentar positivamente. Tão importante quanto estudar os conteúdos para obter uma boa nota no ENEM é estudar-se, conhecer-se para acertar em qualquer escolha.