Nem faz tanto tempo assim, existiam apenas três tipos de shampoos nas prateleiras dos supermercados e drogarias: para cabelos normais, secos ou oleosos. Muito fácil acertar na decisão. Poucas opções, e o risco de errar era pequeno.
Novos tempos e hoje lá estão as prateleiras enormes, centenas de shampoos para todos os tipos, outrora inimagináveis, de cabelos. Foi-se a época dos normais, secos e oleosos… E você fica ali, perdido num mar de possibilidades, e acaba levando aquele que parece bom, mas nem sempre com a antiga convicção. Quanto maior a oferta, mais difícil se torna a escolha.
Pois bem: os cursos universitários tomaram nos últimos anos um banho de diversidade, tal como os shampoos de todos os tipos. De algumas poucas possibilidades, décadas atrás, claramente divididas entre Exatas, Humanas ou Biológicas, hoje estamos diante de cerca de 250 cursos de graduação, entre bacharelado, licenciatura e tecnólogos.
Cursos multidisciplinares, um mix de tecnologia com todas as demais áreas de atuação. Cursos novos, antenados com a realidade em permanente transformação. Cursos, antes consagrados, que vão se tornado obsoletos diante da dinâmica social. Cursos que você nem imagina existirem!
Por motivos similares às ofertas infindáveis nas prateleiras de shampoos, hoje é muito mais desafiante escolher e acertar no curso universitário. O que fazer diante de tanto “produto”? Qual o segredo de acertar na decisão profissional?
Existe um conceito arcaico, antiquado, que ainda rege algumas escolhas. Decidir por um curso que “dá dinheiro”, teoricamente, e não se importar se você tem ou não potencial e habilidades para a profissão. E surge o médico que não tem paciência para gente, o jornalista que não se dá bem com o microfone, o engenheiro que tem dificuldade com os números.
Não importa. A ideia, totalmente em desacordo com a “gestão de talentos”, ferramenta hoje utilizada no mercado profissional é escolher o curso e depois correr atrás de aperfeiçoar seus pontos fracos. Isso é a maior armadilha em que alguns entram, por escolha própria. Passaporte para ser um profissional mediano, sem destaque e insatisfeito.
Hora de decisão profissional, hora de pensar nisso: entre uma imensidão de cursos de todos os tipos, que tal escolher um em que você vai fazer o que ama, que tem potenciais e talentos para isso, e que com certeza vai se destacar dos demais, justamente porque será muito bom no que faz? Isso é “gestão de talentos”.
Não tem segredo, não tem mistério, é muito simples e eficaz. Tão simples que a maioria das pessoas não dá valor a isso: “Conhece-te a ti mesmo”. Platão já sabia disso, há séculos. E a fórmula não mudou. Pense nisso: orientação profissional não é uma despesa. É um investimento. Pra vida toda.