Era uma vez uma vida universitária muito diferente de hoje em dia. Você passava no vestibular, ingressava em seu curso e seguia em frente, sem se perguntar se estava gostando ou não. Sem desistir, porque isso era praticamente inadmissível na realidade familiar, simplesmente seguia, rumo ao mercado profissional. Gostar ou não, isso não estava em questão. Era preciso se formar, trabalhar e sustentar sua família. Simples assim.
Era uma vez um mercado profissional totalmente previsível, em que se trabalhava seis ou oito horas por dia, em um escritório ou negócio totalmente separado da casa e da família. Ao final do dia, fim: fechava-se a agenda, o computador, as portas. E iniciava-se a segunda parte do dia: família, lazer, outras atividades da vida. Tudo segmentado e separado. Se você não gostava do que fazia, tudo bem, ou mais ou menos bem. Afinal, ao término do dia, podia relaxar, descansar, esquecer do trabalho, viver outros aspectos de sua vida.
Sim, isso existiu e não faz tanto tempo. Essa era a rotina da geração de nossos avós e muitos pais. A maioria deles hoje deve ser aposentada, com uma segurança financeira maior ou menor e provavelmente aliviados por terem se “livrado” de seus trabalhos: muitas vezes nunca souberam o que seria a realização profissional.
Muda a cena, o filme, a realidade, e chegamos aos dias de hoje. Um mundo profissional totalmente diferente. Com centenas de possibilidades, amplo, dinâmico, repleto de novidades todo o tempo. E com uma mudança que transformou radicalmente o mercado de trabalho: o surgimento da tecnologia e internet.
Hoje cada um de nós possui um acessório que nos acompanha 24 horas por dia, quase uma “extensão do nosso corpo”, que invadiu todas as áreas de nossa vida, inclusive a profissional: o smartphone.
Através dele, vivemos conectados. Faça chuva ou faça sol, seja dia ou noite, durante a semana, sábado, domingo ou férias, estamos sempre ligados. Se isso é bom ou ruim, deixamos a análise a cargo dos inúmeros estudos psicológicos que surgem sobre o assunto. Mas o fato é que isso é um fato. Vivemos conectados!
E assim, a vida profissional também mudou muito. Não se fecha mais a porta do escritório e vai-se embora, não se trabalha mais 8 horas e fim, partindo então para a segunda etapa do dia. Ainda que termine o horário de trabalho, o mundo virtual está ali para nos acompanhar e lembrar-nos de compromissos profissionais.
Ou você vai resistir a um chamado no grupo de trabalho do whatsapp, a uma reunião por skype, aos e-mails que chegam sinalizados por sons insistentes? Há quem resista, mas no mundo atual é quase impossível se isolar de tudo isso.
E assim somos novos profissionais, que misturam trabalho e lazer, casa e escritório. Muitos que já estão no mercado com certeza se identificam totalmente com essa realidade.
Por isso, uma atitude nova se faz necessária, diferentemente da realidade passada, que separava trabalho da vida pessoal: encontrar uma profissão que lhe traga satisfação. Hoje, se você não gostar de seu trabalho, viverá uma tortura constante. Imagine você detestando o que faz e recebendo todo o tempo chamadas, informações, demandas… Que tipo de pessoa e profissional será você, se não gostar de sua realidade, de seu dia a dia, de sua vida?
Cada vez é mais comum encontrar profissionais estressados e infelizes. Provável resultado de decisões profissionais equivocadas. Porque se você gostar do que faz, se escolher uma profissão baseada em seus reais potenciais, quando o celular te chamar em suas férias, pode ser que grite mais sua curiosidade e estímulo, do que sua necessidade de sossego.
Essa é a realidade que te espera. Novos tempos, novas necessidades. Encontrar a sua verdadeira profissão: uma questão de ser feliz na vida.