Uma pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicou que 70% dos jovens brasileiros não sabem distinguir fatos de opiniões. O dado é preocupante, mas também funciona como um reflexo da importância da educação midiática no Brasil.
A educação midiática vem se tornando uma pauta cada vez mais relevante, uma vez que trata, justamente, da capacitação para interpretar, de forma crítica, as notícias que encontramos divulgadas por aí — pela mídia tradicional ou não. Graças à sua importância, ela também se torna um tema interessante para os vestibulares.
Pensando nisso, que tal aprender mais sobre o assunto? Continue lendo o nosso conteúdo, tire todas as suas dúvidas e confira um modelo de redação pronta sobre o tema!
O que é educação midiática?
A educação midiática é a capacidade de acessar, analisar, criar e participar de forma crítica do ambiente informacional e midiático, seja ele físico ou digital. Desse modo, está intimamente ligada ao desenvolvimento do pensamento crítico diante das informações que são recebidas e compartilhadas por veículos de informação, sejam eles oficiais ou não.
O tema vem se tornando cada vez mais urgente, sobretudo diante dos impactos das fake news no nosso cotidiano. Com a tecnologia tornando a comunicação cada vez mais simples e sem um processo cuidadoso de combate às notícias falsas por meio das redes sociais, o processo de buscar o que é verdade e o que não é foi ficando para trás. As consequências, é claro, se refletem na crença exagerada de diversas informações.
O principal objetivo da educação midiática, portanto, é auxiliar que as pessoas sejam capazes de consumir e produzir conteúdos verídicos, identificando possíveis “armadilhas” construídas pelos disseminadores de fake news.
Como ela funciona?
Hoje em dia, a educação midiática já faz parte do sistema educacional brasileiro. Desse modo, ela é abordada desde a educação infantil, na sala de aula, pelos professores. Isso porque os nossos modelos de ensino já se tornaram híbridos e a tecnologia também já faz parte das escolas. Desse modo, é fundamental que crianças e adolescentes aprendam a lidar de forma saudável com a grande quantidade de informação a que têm acesso.
É importante pontuar, também, que a educação midiática não se limita aos meios digitais. Por um lado, eles podem ocupar mais espaço, uma vez que, hoje em dia, o uso de aparelhos como celulares e tablets é mais comum. No entanto, a leitura atenta e crítica de meios físicos de notícias — jornais, revistas, notícias pela rádio etc. — também é fundamental.
Qual a importância da educação midiática?
A principal importância da educação midiática é o estímulo ao pensamento crítico dos estudantes diante da sociedade em que se inserem. Com as mudanças acontecendo cada vez mais rápido, é essencial que os jovens saibam buscar fontes seguras de informação, e também possam contrapor os dados a que têm acesso às suas opiniões pessoais.
A educação midiática, no entanto, não é destinada apenas aos jovens. Pessoas mais velhas também podem se beneficiar desses conhecimentos para que possam usar portais de notícia e aparelhos digitais com mais segurança, evitando cair em golpes ou fraudes.
Por fim, ela oferece uma série de benefícios às pessoas, como:
- A construção de um relacionamento saudável com a tecnologia;
- O aprofundamento de debates sobre temas importantes para a sociedade;
- O aumento do acesso à informação de qualidade;
- A diminuição do compartilhamento de fake news.
Como falar sobre o tema na redação?
Por ser um tema muito atual e também ligado a questões sociais, a educação midiática pode ser um assunto abordado nas redações de vestibular. Para falar sobre ele, é fundamental que o estudante, além de estudar bastante, pense sobre:
- O papel da mídia (tradicional e alternativa) no Brasil;
- As consequências das fake news;
- Como a tecnologia molda a maneira como consumimos informação;
- O papel das redes sociais no combate das informações falsas.
Além disso, a educação midiática também pode ser uma forma de abordar outros temas, como discurso de ódio, aumento da violência nas escolas e até as dificuldades de expressão e liberdade individual. Ou seja: é um assunto bastante abrangente e que merece fazer parte dos seus treinos de redação.
Também vale a pena manter em mente que o incentivo à educação midiática pode ser uma boa proposta de intervenção, uma vez que impacta diretamente os temas mencionados. Nesse caso, pode ser interessante pontuar a criação da Secretaria de Políticas Digitais (SPDIGI), vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), cujo objetivo é a promoção de um ambiente digital mais saudável.
Exemplo de redação sobre o tema: A relevância da educação midiática no Brasil atual
No seriado televisivo “Gossip Girl”, adolescentes recebem mensagens, por meio [9] de um blog, sobre rumores das vidas dos estudantes mais populares do colégio, no entanto em momento algum é questionada a veracidade de tais fatos. Não obstan-te da realidade, toma-se [1] a ficção como um reflexo da atualidae, na qual destaca-se a relevância da educação midiática no Brasil. Nesse viés, faz-se necessário discus-sões acerca da base educacional lacunar e da alienação da população.
Primeiramente, analisa-se, de acordo com Vera Maria Candau, educadora, que o sistema educacional moderno está preso nos moldes do século 19, [2] portanto não oferece propostas significativas para as inquietudes modernas. Nesse sentido, no-ta-se que a base educacional atual é obsoleta, ao passo que se finca na falta de prestígio às matérias mais dinâmicas de importância moderna para formação cívica, como a educação comunicativa atrelada ao espaço digital. [3] Dessa forma, retém-se que as atuais lacunas acadêmicas não passificam as problemáticas advindas com o meio globalizado.
[4] Outrossim, observa-se, segundo Hannah Arendt, filósofa alemã, que a sociedade sofreu um processo de massificação, que formou indivíduos incapazes de realiza-rem julgamentos morais, tornando-se alienados e aceitando situações sem antes as questionar. Nesse prisma, evidencia-se a alienação da população frente à [5] impren-sa, em que os seres passam a tomar medidas passivas quanto à informações [6] obti-das pelas redes ao não buscarem a autenticidade dos fatos, como foi visto [7] nas elei-ções brasileiras de [8] 2022, onde um [13] grande número de fake news foram espalhados. Destarte, conclui-se que a sociedade, permeada pela mídia, atua como um bloco não pensante, que publica e republica posts nem sempre fidedignos.
Por fim, em vista dos fatos supracitados, medidas devem ser feitas para garantir a [14] educação midiática no Brasil. Logo, cabe ao Ministério da Educação, por meio de planos fiscais, fazerem reformas na base educacional, que visem a implementação de aulas de comunicação social na grade curricular, na qual seriam abordados a [10] ne-cessidade da busca de fontes confiáveis e a responsabilidade individual, na [11]inter-net, para com o coletivo, com o intuito de formar cidadãos mais conscientes. Assim, poder-se-ia fragmentar os moldes seculares da educação.
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Comentários sobre a correção da redação
Veja os comentários do corretor sobre a redação.
Competência I: demonstrar domínio da norma culta
- [1] A regência deste verbo requer preposição ‘a’ e, por consequência, crase, pelo fato de a próxima palavra ser o artigo definido feminino ‘a’, resultando em à ou às (àquele(s), àquela(s)).
- [5] Esta palavra foi escrita incorretamente. Atenção!
- [6] Erro de grafia, cuidado. Esta palavra não é escrita desta forma.
- [7] Esta palavra foi escrita incorretamente. Atenção!
- [10] Erro de grafia, cuidado. Esta palavra não é escrita desta forma.
- [11] Esta palavra foi escrita incorretamente. Atenção!
Competência II: compreender a proposta
- [9] Seu parágrafo introdutório explana o recorte temático, mostrando que compreendeu a proposta.
Competência III: selecionar e relacionar argumentos
- [13] Você poderia ter explorado um pouco mais este argumento. O texto deve ser autossuficiente, por isso indique os desdobramentos necessários de sua ideia para complementar a argumentação, tudo bem? =)
Competência IV: conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
- [2] Uso indevido do conectivo, procure estudar seu significado e relação no texto.
- [3] Não houve inadequação no uso de conectivos, nem repetição de palavras, o que contribuiu para a leitura fluida e agradável da redação. Muito bem!
- [4] Bom uso do conectivo!
- [8] O conectivo ‘onde’ só pode ser utilizado para indicar lugar/espaço físico. Ex.: A casa onde moro é amarela.
Competência V: Elaborar a proposta de solução para o problema abordado
- [14] Apresentou o agente da proposta. Muito bem.
Comentário final
Redação com ótima estrutura.
Nota
920
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