Vamos combinar que corrigir redações não é uma atividade das mais prazerosas — tem semana que são centenas e centenas delas à espera da análise apurada dos professores. Detalhe: tudo isso somado ao trabalho extraclasse que precisa ser feito (preparação da aula em si, materiais de aplicação em sala e assim por diante). A pressão é ainda maior conforme se aproxima a prova do ENEM.
Muitas escolas têm redobrado a exigência em cima dos educadores para garantir um bom desempenho dos candidatos na etapa da redação. Até porque ela tem tido um peso cada vez maior na nota final dos inscritos e, ainda, esse índice coopera (e muito) para compor o indicador de desempenho da escola.
Mas se engana quem pensa que esse anseio da correção é privilégio daqueles que são novatos na área. O educador, escritor e filósofo brasileiro Mario Sergio Cortella endossa esse desafio. Em entrevista à revista Época, certa vez, exclamou: “Eu gosto demais de dar aula, faço isso há 40 anos, mas não gosto de corrigir prova, não conheço ninguém que goste. Mas eu não posso não corrigir, porque se eu não corrijo não tenho visão do como os alunos estão aprendendo e de como eu estou ensinando”.
E é por isso que vamos apontar alguns caminhos que podem ajudar os que que têm essa disciplina sob sua responsabilidade. O mais importante: não tem receita pronta, mas aqui há dicas elaboradas a partir da experiência de quem está há bastante tempo nessa caminhada.
Tipos de correção
O primeiro passo é alinhar os tipos de correção de provas possíveis. O modo resolutivo é aquele no qual o professor reescreve palavras (ou mesmo orações quase que inteiras) para interpretar a mensagem que o aluno estava tentando passar. Há professores que discordam dessa proposta, sob a justificativa de que por serem muitos visuais, os alunos pouco assimilam sobre a correção feita (por não ter havido um esforço dele e sim do professor).
Já a modalidade indicativa (mais aceita entre os docentes) consiste na sinalização, junto à margem da folha (ao lado dos parágrafos, de orações e mesmo das palavras), o que precisa ser ajustados, sem que sejam promovidas as trocas. Não se trata de encurtar a tarefa. Muito pelo contrário, é uma tentativa de envolver o aluno na etapa de pesquisa, fazendo ele recorrer ao dicionário, apostila ou livro, para encontrar a resposta. Esse processo poderá poupar seu tempo lá na frente.
Numa evolução desse modelo, há professores que utilizam a correção classificatória. Ela é possível a partir de um acordo entre alunos e docente, no qual se combinam códigos a serem usados na correção. Desse modo, ao receber a devolutiva, o estudante estará apto a ajustar, a partir do símbolo indicado.
Feita essa distinção entre os modos de correção, vamos a alguns desafios que impedem a agilidade na correção:
Falta de clareza na tarefa passada
Sim, muitas vezes, a ausência de um nivelamento de informações entre os alunos da sala pode causar um desafio nessa etapa, fazendo com que seu tempo e energia sejam canalizados para corrigir um texto que deveria estar de outra maneira. Por isso, a clareza do que vai ser pedido ao aluno é um ponto importante (tema, material de apoio, qual gênero e qual tipo de texto, assim por diante).
Incentivar ao rascunho e revisão do texto
Estimular alunos a prepararem um rascunho é um ponto que pode ajudá-lo a otimizar a correção. Nesse caso, algumas intervenções podem ser feitas pelo próprio professor, numa análise inicial em sala. O compromisso da revisão do rascunho para passar a limpo na entrega da primeira versão pode ajudar a criar esse compromisso no aluno em reparar aquilo que deve ser ajustado.
Faça marcações (bem) claras
Se o que deve ser feito pelo aluno não estiver claro, aqui pode estar outro desafio que talvez esteja tomando seu tempo e que você poderia evitá-lo. Quanto mais acessível estiver a marcação feita, mais compreensível será para o aluno, fazendo com que ele já atue na mudança.
BÔNUS: Inovação e diferencial para a sua escola
Se por um lado não há receita pronta, as boas práticas encontradas por escolas que têm tido bom desempenho no ENEM também precisam ser compartilhadas. Diante do desafio do grande fluxo de papel (inclui-se aí também a importante questão ambiental) e da necessidade do retorno aos alunos cada vez mais detalhado e preciso, as instituições de ensino têm contado com plataformas de correção de provas, a exemplo da Imaginie.
Além do volume de textos, especialmente, nesse período que antecede a prova do ENEM, há outra clara vantagem: um segundo olhar. Por ser uma visão diferente do professor que está acostumado a avaliar o aluno, essa análise pode contribuir para ampliar o leque de possibilidades a ser cumprido pelo estudante. Até porque, muitas vezes, os vínculos emocionais estabelecidos em aula podem influenciar no instante da análise.
Lógico que não estamos falando sobre a capacidade de correção dos professores, mas esses novos serviços ajudam potencializar a visão geral sobre os textos, um segundo olhar mesmo para enriquecer essa etapa tão importante. Os profissionais que integram essas plataformas têm, ainda, formação específica e olhos treinados para esse tipo de texto exigido no ENEM.
Fica aí uma recomendação para ajudar nesse valioso desafio que você tem em mãos. Até a próxima! 🙂