O cinema na escola é, sem dúvida, uma das estratégias para ampliar o conhecimento dos alunos. A importância disso fez com que o Ministério da Educação incluísse um item específico na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determina a exibição de filmes produzidos no Brasil por duas horas por mês (pelo menos). Desta forma, desde junho de 2014, a aquisição de recursos audiovisuais passou a ser obrigatória nas instituições de ensino de educação básica de todo o país.
Longe de ser apenas uma regra, essa nova orientação recomenda ainda a inclusão de filmes como componente da grade curricular complementar, que deve estar devidamente integrado à proposta pedagógica da escola. Pesquisas feitas para fundamentar a mudança sinalizam que a atividade tende a desenvolver a percepção dos estudantes, aguçando suas funções sensoriais. Os recursos audiovisuais também despertam a interação dos alunos, gerando mais atratividade deles diante dos temas.
Como isso ajuda no desempenho dos alunos?
Já falamos aqui no blog algumas vezes sobre o desafio de ter a atenção deles na sala. Há pesquisas que indicam que o foco permanece de 10 a 20 minutos, numa cenário de aula expositiva. O filme contribui para despertar a atenção deles à medida que traz, de modo diferenciado, conteúdos necessários à formação curricular, sendo apresentados por uma linguagem interativa e que tende a sensibilizar os estudantes. Até porque as imagens e o som estimulam mais facilmente o cérebro das meninas e dos meninos, facilitando a compreensão do tema passado.
Nesse contexto, o papel do coordenador pedagógico ganha ainda mais importância: ele precisa garantir que essa atividade ocorra de maneira multidisciplinar. Muitas vezes a escolha do filme pode ser a combinação de conteúdo prevista em duas matérias. Isso faz com que o filme possa ser apresentado na íntegra (sem a quebra, muitas vezes necessária, pelo tempo de aula disponível para aquela disciplina).
Como pode ser notada a diferença nos alunos?
São inúmeras as vantagens para os estudantes. Entre elas, está a possibilidade de fortalecer o gosto pela arte, despertar a criticidade e reter a atenção deles para assuntos que, normalmente, são repassados pelas aulas expositivas. O próprio fato de os filmes terem roteirização, apresentando os fatos com narrativas, favorece a assimilação do conteúdo e cria mais condições para fixar o assunto.
Se bem alinhado com outras disciplinas, o cinema na escola pode ser aplicado combinando com uma atividade de leitura, o que fortalecerá outro pilar importante para o desenvolvimento dos estudantes. Nessas ocasiões podem também ser utilizadas estratégias para instigar o aluno a frequentar o cinema, informando-lhe de promoções em dias específicos e mesmo em espaços culturais da cidade. Estar atento à programação do seu município para recomendar em sala é outra estratégia valida para voltar ao tema, aguçando a iniciativa para que eles frequentem esses espaços com suas famílias e amigos.
Quais desafios para isso?
Em linhas gerais, são duas demandas específicas que muitas escolas encontram: a falta de estrutura e da habilidade do professor em conduzir esse espaço multidisciplinar. Diante do primeiro desafio, é importante que professores e coordenadores reúnam apontamentos sobre benefícios que a aquisição de equipamentos podem trazer à aprendizagem. Embora esteja previsto na Lei, há muitas escolas que têm dificuldades dispor dos aparelhos necessários.
Quanto à falta de habilidade do docente, ela pode ser resolvida a partir de um diálogo conjunto entre coordenador e professor para pensar em como adequar o conteúdo que necessita ser repassado e como ele pode ser combinado outra disciplina. Numa primeira aplicação, por exemplo, o coordenador pode orientar maneiras de direcionar as discussões, mediar o ensino que será passado, para realçar a participação dos alunos.
Você já usou essa estratégia do cinema na escola? Que tal compartilhar como foi essa experiência nos comentários abaixo?