Matheus Rosi, estudante que utilizou a plataforma da Imaginie em 2017 pelo Centro Educacional Charles Darwin para se preparar para o Enem, conseguiu a nota máxima na redação do exame! Ele nos enviou o espelho da redação, disponibilizado ontem (veja mais informações clicando AQUI), e listamos os aspectos mais enriquecedores do texto do Matheus que o levaram à nota 1000! Confira 😉
Enem 2017: Exemplo e análise de redação nota 1000
Texto:
Segundo o pensamento de Claude Lévi-Strauss, a interpretação adequada do coletivo ocorre por meio do entendimento das forças que estruturam a sociedade, como os eventos históricos e as relações sociais. Esse panorama auxilia na análise da questão dos desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil, visto que a comunidade, historicamente, marginaliza as minorias, o que promove a falta de apoio da população e do Estado para com esse deficiente auditivo, dificultando a sua participação plena no corpo social e no cenário educativo. Diante dessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro, além de o papel das escolas na inserção desse sujeito.
Em primeiro plano, evidencia-se que a coletividade brasileira é estruturada por um modelo excludente imposto pelos grupos dominantes, no qual o indivíduo que não atende aos requisitos estabelecidos, branco e abastado, sofre uma periferização social. Assim, ao analisar a sociedade pela visão de Lévi-Strauss, nota-se que tal deficiente não é valorizado de forma plena, pois as suas necessidades escolares e a sua inclusão social são tidas como uma obrigação pessoal, sendo que esses deveres, na realidade, são coletivos e estatais. Por conseguinte, a formação educacional dos surdos é prejudicada pela negligência social, de modo que as escolas e os profissionais não estão capacitados adequadamente para oferecer o ensino em Libras e os demais auxílios necessários, devido a sua exclusão, já que não se enquadra no modelo social imposto.
Outro ponto relevante, nessa temática, é o conceito de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, que explica a queda das atitudes éticas pela fluidez dos valores, a fim de atender aos interesses pessoais, aumentando o individualismo. Desse modo, o sujeito, ao estar imersos nesse panorama líquido, acaba por perpetuar a exclusão e a dificuldade de inserção educacional dos surdos, por causa da redução do olhar sobre o bem-estar dos menos favorecidos. Em vista disso, os desafios para a formação escolar de tais deficientes auditivos estão presentes na estruturação desigual e opressora da coletividade, bem como em seu viés individualista, diminuindo as oportunidades sociais e educativas dessa minoria.
Logo, medidas públicas são necessárias para alterar esse cenário. É fundamental, portanto, a criação de oficinas educativas, pelas prefeituras, visando à elucidação das massas sobre a marginalização da educação dos surdos, por meio de palestras de sociólogos que orientem a inserção social e escolar desses sujeitos. Ademais, é vital a capacitação dos professores e dos pedagogos, pelo Ministério da Educação, com o fito de instruir sobre as necessidades de tal grupo, como o ensino em Libras, utilizando cursos e métodos para acolher esses deficientes e incentivar a sua continuidade nas escolas, a fim de elevar a visualização dos surdos como membros do corpo social. A partir dessas ações, espera-se promover uma melhora das condições educacionais e sociais desse grupo.
Análise
Na introdução, Matheus contextualiza o tema por meio da citação de um renomado antropólogo e filósofo belga, Claude Lévi-Strauss. Esta é uma estratégia extremamente enriquecedora, que traz credibilidade ao texto e denota domínio das várias áreas de conhecimento. A citação foi feita de forma indireta (entenda mais sobre a forma correta de fazer citações clicando AQUI). Em seguida, ele faz uma paráfrase do tema relacionando-o à citação, o que demonstra sua compreensão da proposta. A tese é clara e objetiva: a comunidade marginaliza as minorias, o que promove a falta de apoio da população e do Estado, dificultando sua participação no cenário social e educativo.
O primeiro parágrafo de desenvolvimento é fundamentado com a abordagem de como os grupos sociais dominantes de nossa sociedade corroboram para a manutenção de um modelo de convivência excludente, o que leva à desvalorização dos surdos, por suas necessidades específicas para se adequar, sendo prejudicados, principalmente, no âmbito educacional. Retoma, ainda, a citação, o que é importante para garantir coesão entre as ideias ao longo do texto.
No segundo parágrafo de desenvolvimento, Matheus traz mais um nome relevante para fundamentar seus argumentos: Zygmunt Bauman (veja AQUI nosso post sobre esse filósofo e 10 citações dele para usar na redação). Ele relaciona a teoria desse importante filósofo, o conceito de liquidez das relações sociais, ao fato de que os surdos são excluídos graças à perpetuação da negligência a esse grupo, uma liquidez de valores que deveriam garantir a inclusão.
Na conclusão, Matheus apresenta propostas viáveis e completas: QUEM atuará para a resolução (prefeituras, Ministério da Educação, em parceria com as escolas, professores, pedagogos), COMO atuará (criação de oficinas, capacitação dos profissionais, palestras, cursos) e COM QUAIS PROPÓSITOS (educação, conscientização e melhora das condições educacionais e sociais).
Todos esses detalhes colaboraram para o que a redação de Matheus fosse considerada pela banca corretora um texto nota 1000!
A IMAGINIE quer preparar você para também ser um candidato nota 1000. Além de nosso material completo com dicas de redação, semanalmente disponibilizamos temas para que você pratique e aperfeiçoe sua capacidade de escrita. Lembre-se de que só a prática leva à excelência! Produza seus textos e corrija com a IMAGINIE! 😉 Até a próxima!
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