O aumento de infectados por DST no Brasil
Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do viés tecnológico e pela remodelação das relações interpessoais, permitiu o avanço da medicina com a consolidação de diversas medidas preventivas e anticoncepcionais. No entanto, a conflituosa adequação dos indivíduos quanto à proteção sexual contribuiu para a alta incidência das doenças sexualmente transmissíveis, configurando um alarmante problema de saúde pública.
Em primeira análise é válido ressaltar os efeitos das relações sexuais desprotegidas. A princípio, relaciona-se a ocorrência frequente da gravidez indesejada, correspondendo a 90% dos casos entre as mulheres jovens. Em corolário, a expectativa de vida decresce tanto para os prematuros, que muitas vezes são contaminados por transmissão vertical, tanto para os indivíduos infectados diretamente pelas doenças sexuais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,5% da população brasileira sexualmente ativa já foi contaminada em alguma ocasião por essas enfermidades, o que, numericamente, representa aproximadamente 5 milhões de pessoas.
Na esteira do processo de aumento da transmissão das DST´s, alude-se à displicência e à falta de informação, principalmente entre os jovens, dos riscos nas relações sexuais sem proteção. Isso porque, de acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de 60% das pessoas não utilizam preservativos, sendo que grande parcela não reconhece os sintomas, como o da sífilis, ou não entendem a irreversibilidade da AIDS, como exemplos. Destarte, a precoce irresponsabilidade comportamental da juventude brasileira torna-se um fator determinante para o desenvolvimento ideal, posto que coloca em xeque a qualidade de vida.
Torna-se evidente, portanto, os problemas relacionados ao aumento das doenças sexualmente transmissíveis. A essa conjuntura, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, escolas e mídia. O Ministério da Saúde deve orientar projetos que promovam a informação em ambientes públicos, centros médicos e educacionais, por meio de cartazes educativos e orientações médicas, além de implementação de máquinas de preservativos nas escolas públicas e postos de saúde. Em adição, é imperioso o engajamento da mídia com propagandas publicitárias e debates públicos. As escolas precisam estimular a mudança de comportamento dos jovens com seminários especializados e palestras, com orientação psicopedagoga aos alunos e às famílias. A articulação dessa pluralidade é impreterível para a otimização das relações interpessoais.