Veja exemplo de redação do ENEM 2016. 😉
“O quadro ‘O Grito’, pintado durante o expressionismo, buscou retratar o espanto da sociedade em relação às atrocidades da época. De maneira análoga, tal pintura pode ser contextualizada na contemporaneidade brasileira, uma vez que casos de intolerância religiosa são constantemente identificados no país. Assim, é importante analisar os caminhos necessários para combater tal situação no corpo social.
A priori, é destacável que para Durkheim a sociedade pode ser comparada a um ‘corpo biológico’, que interage entre si. Entretanto, fato que impede a harmonia e a coesão nesse organismo vivo é a presença de preconceitos religiosos no país, uma vez que a população, miscigenada, cria estereótipos relacionados a fé individual. Nesse sentido, é válido ressaltar que a Constituição Federal, em seu Artigo Quinto, determina que todo cidadão é igual perante a lei, podendo, assim, seguir os dogmas de acordo com seus preceitos. Dessa forma, os atos ofensivos relacionado à crença, no Brasil, refutam a Carta Magna, uma vez que a escolha da religião é, muitas vezes, motivo de agressão.
A posteriori, é pertinente analisar que há uma dificuldade do Estado em ser, na prática, laico, posto que existem feriados nacionais com embasamento religioso, o que revela um caminho que influencia a repulsa religiosa. Ainda, segundo Thomas Hobbes, o homem em seu estado de natureza é a sua própria destruição. Dessa maneira, tal predatismo social é notado quando indivíduos, por se acharem superiores, abusam do direito à crítica e agridem fisicamente outras pessoas por não concordarem com sua fé, principalmente a de matriz africana. Assim, o Artigo 208 – que criminaliza a intolerância de crença – é um meio importante para que haja o combate de tal fato no país.
Torna-se evidente, portanto, que o combate à intolerância religiosa no Brasil exige medidas exequíveis. É imprescindível, nesse sentido, uma postura ativa do Governo para que não haja interferência de crenças em matérias sociais, culturais e políticas, por meio da destituição dos feriados nacionais relacionados à religião, tornando-se, de fato, laico. Outrossim, é mister que a mídia divulgue o Artigo 208, com o intuito de estimular a população a denunciar as agressões sofridas, por intermédio de peças publicitárias em redes sociais e jornal. Por fim, é importante que o Ministério da Cultura desenvolva projetos de conscientização da sociedade para que conheçam a diversidade de religiões do país. Assim o corpo social passará a atuar de maneira coesa e harmônica como afirmado por Durkheim.”