O ensino médio geralmente é o marco inicial do processo de escolha dos estudantes quanto ao curso superior que pretendem fazer. Apesar disso, a grande quantidade de opções, a pressão familiar sobre a decisão e o pouco conhecimento sobre as áreas são algumas das situações que acabam fazendo com que os jovens fiquem indecisos, optem de forma precipitada ou adiem a entrada na faculdade logo depois de formar.
O percurso para conquistar uma vaga no ensino superior não é tão simples. Considerando isso, deve haver bastante dedicação por parte do estudante para que obtenha sucesso nos tradicionais vestibulares do país. Depois do longo processo, parece que tudo está resolvido. Porém, inúmeros universitários abandonam o curso depois de um tempo, situação grave e que merece atenção quanto às suas causas e consequências.
Dados do Ministério da Educação revelam que os altos índices de desistência na graduação são reflexos da fragilidade do ensino médio, dentre outras questões. Não há direcionamento aos estudantes em grande parte das instituições, o que é compreensível, de certa forma, se considerarmos o tempo escasso para tantos conteúdos ao longo dos anos. Por isso, os estudantes costumam não passar por orientação vocacional, que é um processo importante e esclarecedor a eles.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirma que há a necessidade de uma reforma no ensino médio no Brasil. Segundo ele “O Brasil tem apenas 8% dos alunos do ensino médio em programas vocacionais. A falta de orientação contribui para que haja uma desistência significativa dos jovens que ingressam no nível superior”.
A evasão no ensino superior é um prejuízo tanto para o aluno quanto para as universidades, devido ao desperdício de verbas. No portal do MEC há dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que revelam um aumento excessivo na taxa de desistência dos cursos de graduação, no período entre 2010 e 2014:
“Em 2010, 11,4% dos alunos abandonaram o curso para o qual foram admitidos. Em 2014, esse número chegou a 49%”.
A desistência acontece por fatores diversos: alguns muito particulares, mas a maioria é, de fato, porque o vestibulando não conhece o curso para o qual se candidata. A afinidade pela a área de Exatas, por exemplo, não designa todos os indivíduos para qualquer curso que ela oferece. Uma pessoa pode ser extrovertida e querer atuar externamente, nas obras, coordenando uma equipe de trabalho. Outra pode gostar do processo de lidar com números e planilhas, em um ambiente de escritório, por exemplo. A profissão deve estar associada aos interesses pessoais, uma variável que necessita de bastante dedicação para o autoconhecimento. Esta é a palavra chave!