Já conhece a parceria entre Imaginie e Guia do Estudante? Toda semana tem proposta de redação nova e as primeiras pessoas que se cadastrarem ganham uma correção gratuita. O tema dessa semana já está no site. Fique de olho!
Agora veja um exemplo de uma boa redação dessa parceria.
“Se para Maquiavel, o desejo dos governantes é oprimir e o dos governados é de não serem oprimidos, isso define a importância do voto, haja vista que ele é a melhor forma de expor a sua vontade, contra a opressão dos poderosos. Apenas com o início da república, a escolha do governante pelo povo, passou a ser concretizada, porém, de modo censitário. Com o advento da universalidade do voto, na década de 1980, e com as crises políticas enfrentadas no Brasil, levantam-se dúvidas se realmente votamos com consciência e conhecimento necessário.
Em primeiro plano, destacam-se as crises políticas brasileiras imprimidas por meio de ocorrência de desvio de dinheiro público, compra de votos, improbidade administrativa – entre outros casos de corrupção que, atualmente, tem tirado o desejo de votar de parte da população. Nesse contexto, entende-se que a ociosidade política de cada cidadão se contrapõe ao pensamento de Aristóteles – que pregava a participação do povo – tendendo, dessa forma, no crescimento das crises políticas e da opressão exercida pelo Estado.
Segundo Durkheim, a educação é determinante na formação do ser social e, nesse sentido, também na formação da consciência política em cada um. Seguindo essa linha de pensamento, infere-se que os vários defeitos no sistema educacional brasileiro têm ligação direta com a falta de conhecimento político e, consequentemente, com o exercício de voto de forma alienada e equivocada. As falhas na educação persistem, pois esse é o desejo do governante, assim, podendo exercer a opressão sobre o povo livremente.
Percebe-se, portanto, que a má qualidade da educação brasileira somada à falta de interesse do povo na política contribui para a opressão exercida pelo governante. Para tal, faz-se necessário que as mídias exerçam seus papéis de conscientização e de divulgação da informação de forma categórica, possuindo da imparcialidade e da não obstrução da notícia. A televisão em específico deve atuar, por meio de propagandas e programas, na difusão da importância do voto e da participação política, para que assim, o povo entenda e exerça o seu direito de forma hábil.”
Análise da proposta:
A proposta de redação pede a produção de um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: A importância do voto consciente para a sociedade brasileira. Esse gênero de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações e o objetivo central é convencer o leitor de seu ponto de vista.
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo deve possuir: Introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução o candidato deve contextualizar o tema abordado e já assumir um ponto de vista. No desenvolvimento, apresentar os argumentos. O candidato precisa ficar atento para não copiar os textos motivadores na hora da argumentação e se utilizar citações é necessário usar aspas e identificar o autor. Como o objetivo é convencer quem está lendo espera-se do candidato um bom embasamento e capacidade de persuasão. Além disso, a construção do texto precisa ser coesa e coerente, respeitando uma ordem lógica. Ao concluir é necessário apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos e que seja possível de ser realizada.
Análise da redação do aluno:
A redação é bem escrita e ele conseguiu selecionar bons argumentos. Só poderia ter articulado e relacionado melhor suas ideias.
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: Mostrou ter domínio da norma culta e usou muito bem o vocabulário.
Competência II – Compreender a Proposta: O estudante poderia expor com maior clareza qual é a problemática em relação ao voto consciente e mostrar em qual argumento irá se apoiar.
Competência III – Selecionar, relacionar argumentos: Os argumentos foram bem selecionados, mas ele poderia ter criado uma relação maior entre eles. No segundo parágrafo, por exemplo, o estudante diz que os casos de corrupção tiram o desejo de votar dos cidadãos, só que a questão não é o desejo, pois o voto é obrigatório. Enquanto no quarto parágrafo ele cita o desinteresse político da população. Ele poderia ter unido essas informações, uma vez que elas possuem relação. E poderia também ter trabalhado melhor a questão do desinteresse político relacionando com a questão da educação e da corrupção.
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação: O texto é bem construído, mas o estudante precisa tomar cuidado para não lançar muitas informações no mesmo parágrafo e não conseguir pontua-las de forma clara.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema: Concluiu bem o texto e apresentou uma boa proposta de intervenção, possível de ser realizada e que respeitou os direitos humanos. Mas poderia ter elaborado alguma solução para o problema da educação, já que foi levantado no texto.
Veja a proposta de redação aqui. Pratique você também!