De acordo com os dados do Ministério da Saúde, cerca de 60% da população brasileira não têm acesso a serviços odontológicos de qualidade. Além disso, 55% não vão ao dentista pelo menos uma vez ao ano, como é recomendado. E esses números podem ter piorado desde a pandemia da Covid-19, que afastou ainda mais as pessoas dos consultórios odontológicos.
No país com mais dentistas do mundo, era de se esperar que o acesso a esses serviços fosse não só facilitado, como parte do cotidiano de saúde dos brasileiros. Dado que essa não é a nossa realidade, é fundamental nos perguntarmos o porquê e pensar em alternativas para que esses números mudem para a melhor.
Para te ajudar a entender um pouco mais sobre o cenário da saúde bucal no Brasil, a equipe da Imaginie elaborou este conteúdo super completo. Continue lendo para ver dados sobre o assunto e um modelo de redação pronta!
Por que a saúde bucal é importante?
O principal motivo pelo qual o acesso à saúde bucal deve ser uma prioridade é porque ela afeta a saúde integral do paciente. A manutenção básica dos dentes ajuda a prevenir cáries e a identificar condições graves de maneira mais rápida, evitando problemas mais complexos no futuro.
A falta de cuidados odontológicos pode impedir o diagnóstico de problemas sérios, como o câncer de língua e de boca, além de infecções bacterianas que podem atingir o coração e outros órgãos importantes. Outra consequência comum é a perda dos dentes, o que dificulta atividades diárias, como a mastigação dos alimentos, e gera um desconforto constante.
Em grupos específicos, como a gestante, a falta de cuidados orais também pode levar a partos prematuros. Isso porque a pessoa grávida fica mais suscetível a doenças dentais, como a periodontite, que pode ocasionar infecções mais graves e generalizadas.
A socialização também é prejudicada com a ausência de cuidados dentários, uma vez que a perda dos dentes também atrapalha o convívio social. Isso acontece devido aos sentimentos de insegurança e vergonha, e mesmo pela dificuldade de comunicação oral.
Ou seja: quando falamos em saúde bucal, falamos também de questões que atravessam o cotidiano das pessoas. Por isso, o acesso facilitado a dentistas, sobretudo em regiões mais pobres, é fundamental.
Qual é o histórico de saúde bucal do Brasil?
Os cuidados com a saúde bucal no Brasil se tornaram parte das políticas públicas estaduais em 1957, com a promulgação, no Rio Grande do Sul, da Lei Estadual que tornava obrigatória a fluoretação das águas de abastecimento público. No entanto, é apenas em 1974 que essa prática é adotada pelo Governo Federal. Esse é um passo considerado importante pois é essencial na prevenção contra as cáries.
A partir da década de 1990, os avanços em relação à saúde bucal se tornam mais sérios. Com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no fim da década anterior, mais pessoas passam a ter acesso a dentistas e serviços odontológicos, e há um aumento no número de clínicas populares e de universidades, com preços mais acessíveis.
Em 2004, é lançado o Programa Brasil Sorridente, que visa ofertar serviços públicos de saúde bucal através do SUS e abrange inclusive processos mais complexos e com especialistas.
Hoje em dia, o serviço público ainda cuida pouco dos serviços odontológicos prestados à população — cerca de 31% dos casos. Também é recente a inserção de profissionais de saúde bucal em políticas públicas, embora seja mais expressiva do que nos anos anteriores.
Assim, percebe-se que, embora o cuidado do Estado no que diz respeito à saúde odontológica esteja melhorando, o acesso igualitário a esses serviços ainda está longe de acontecer.
Exemplo de redação sobre o tema: A saúde bucal dos brasileiros
A Constituição Federal de 1988 [1], o mais importante documento jurídico do país, prevê, em seu artigo 6º, o direito a [2] saúde como algo primordial. Entretanto, isso não é cumprido de forma completa, pois a saúde bucal dos brasileiros é algo preocupante, visto que a maioria está com essa situação precária. Isso ocorre, seja pela negligência governamental com essa questão, seja pela falta de informação da própria população [3].
Sob essa análise [4], o descuido do Governo [5] gera consequências negativas para a população. Nessa lógica [6], o filósofo holandês Baruch Espinoza [7] cita que cada um tem tantos direitos, segundo o poder que tem. Nesse viés [8], é possível observar que a grande parte das pessoas que têm acesso à planos [9] odontológicos e que mantém a saúde bucal conforme as recomendações, fazem parte de classes mais favorecidas; os cidadãos da classe baixa – que dependem da saúde pública – não têm acesso a esse direito básico que deve ser oferecido pelo Estado.
Outrossim [10], é importante salientar que a desinformação da população também é algo a ser pontuado. Nesse sentido [11], a autora Betty Smith [12] dizia que a educação nos ajudará a sair da sujeira e da mediocridade. À luz dessa perspectiva, sabe-se que em muitos lugares, como em escolas, a informação da importância de cuidar da saúde bucal não é difundida, o que resulta em uma população que se torna vítima de doenças e problemas bucais por falta de conhecimento sobre isso; o que deve ser modificado.
Fica evidente, portanto [14], que, diante dos desafios supramencionados, é indispensável que o Governo [15] opere medidas. Para isso, compete ao Ministério da Saúde, juntamente com a mídia, publicitar campanhas de informação para os cidadãos. Essa aplicação deve ser feita em escolas, ensinando as crianças e adolescentes a importância de cuidar da saúde bucal, e nas redes sociais, visto que é um meio muito utilizado, a fim de ser uma medida profilática contra as doenças e espalhar o conhecimento necessário [16].
Comentários sobre a correção da redação
Veja os comentários do corretor sobre a redação.
Competência I: demonstrar domínio da norma culta
- [2] Insira a crase (à).
- [5] Use inicial minúscula aqui.
- [9] Não ocorre crase antes de palavras masculinas.
- [15] Esta palavra é grafada com letra minúscula.
Competência II: compreender a proposta
- [3] Muito bem! Explicitou logo na introdução a tese a ser defendida.
- [7 e 12] Parabéns, você não se limitou a ficar colocando inúmeras informações sem que fossem produtivas. É exatamente isso que o Enem espera de você: repertório sociocultural produtivo. Menos é mais! Qualidade é muito mais importante do que quantidade de citações.
Competência III: selecionar e relacionar argumentos
- [1] Parabéns pela citação, ela enriqueceu seu texto!
Competência IV: conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
- [4, 8, 11 e 14] Não houve inadequação no uso de conectivos, nem repetição de palavras, o que contribuiu para a leitura fluida e agradável da redação. Muito bem!
- [6, 10 e 13] Você utiliza adequadamente os conectivos e os sinônimos, e isso faz com que sua redação tenha uma leitura agradável. Parabéns!
Competência V: elaborar a proposta de intervenção para o problema
- [16] Excelente! Você resolveu os problemas apresentados na argumentação e, ainda, compreendeu muito bem o que é necessário conter na proposta de intervenção.
Comentário final
Parabéns! Para que o texto fique melhor, é necessário verificar alguns pontos: Atenção ao uso da crase e a utilização das letras maiúsculas e minúsculas. Vale destacar também os pontos positivos: Explicitou logo na introdução a tese a ser defendida; trouxe argumentos pertinentes à discussão; excelente uso dos conectivos; ótima conclusão relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto, contendo Agente, Ação, Modo/Meios, Efeito e Detalhamento. Continue pesquisando sobre várias temáticas, assim terá argumentos embasados e consistentes ao dissertar.
Nota
960
Gostou? Agora é sua vez de treinar a escrita sobre o tema “A saúde bucal dos brasileiros”. Escolha um plano da Imaginie e envie a sua redação!