Já conhece a parceria entre Imaginie e Guia do Estudante? Toda semana tem proposta de redação nova e as primeiras pessoas que se cadastrarem ganham uma correção gratuita. O tema dessa semana já está no site. Fique de olho!
“No Brasil, desde a colonização, há um processo de sincretismo, em que a cultura da nação sofre influência africana, europeia e indígena. Entretanto, devido ao eurocentrismo – grande valorização e hegemonia das tradições e das características do povo europeu – e ao papel do português como colonizador há, até hoje, uma exaltação de tudo que vem do branco e desprezo e preconceito pelo que é de origem negra, tornando um país de fortes influências africanas, racista, que mesmo ciente de tal flagelo, permanece excludente ao longo dos séculos.
Com o passado histórico brasileiro demarcado pela opressão étnica, o racismo, gerador de violência, ódio e discórdia, tornou-se um fator cultural de extrema prevalência no país e, por isso, deve ser urgentemente, combatido. Segundo Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. A partir dessa afirmação de um dos símbolos da luta contra a segregação de raças, há a comprovação de que a grande questão do preconceito é que valores de aversão à diversidade são doutrinados na sociedade e, para reverter a atual situação, é necessária uma mudança educacional que promova a igualdade e a harmonia.
Em virtude dessa discriminação amplamente difundida, a sociedade brasileira, em sua maioria, demonstra uma certa ojeriza pela produção cultural negra e pela estética da etnia, o que é explícito e reforçado pela mídia. Nos meios de comunicação de massa, como o cinema, a televisão e a internet, é visível a falta de espaço para a produção de origem afrodescendente e a ausência de papéis – principalmente de protagonistas – em filmes, séries e novelas para atores negros. Contudo, quando existem personagens disponíveis, são usados para a construção de estereótipos preconceituosos, a exemplo de negros retratados como criminosos ou trabalhadores de subempregos.
Fica evidente a necessidade de ação para a mudança do atual contexto de desigualdades entre raças, que continua assolando o país. Portanto, o Ministério da Educação deve realizar a inserção de tópicos fundamentais no currículo escolar para a formação cidadã, de modo a introduzir o estudo da história dos povos africanos – essencial para o entendimento da construção sincretista brasileira – e também deve ser discutido nas aulas de Sociologia a importância do negro na sociedade e o seu legado cultural. Além disso, o Ministério da Cultura deve usar de seus recursos para ampliar o incentivo à produção artística afrodescendente, que por meio de discussões inovadoras e personagens diferenciados, promova a diversidade da cultura e a desconstrução da imagem estereotipada que difama o negro.”
Análise da proposta:
A proposta de redação pede a produção de um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema:
A persistência do racismo na sociedade brasileira. Esse gênero de texto consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações e o objetivo central é convencer o leitor de seu ponto de vista.
A estrutura do texto dissertativo-argumentativo deve possuir: Introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução o candidato deve contextualizar o tema abordado e já assumir um ponto de vista. No desenvolvimento, apresentar os argumentos. O candidato precisa ficar atento para não copiar os textos motivadores na hora da argumentação e se utilizar citações é necessário usar aspas e identificar o autor. Como o objetivo é convencer quem está lendo espera-se do candidato conhecimento do tema e capacidade de persuasão. Além disso, a construção do texto precisa ser coesa e coerente, respeitando uma ordem lógica. Ao concluir o é necessário apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos e que seja possível de ser realizada.
Análise da redação do aluno:
O estudante compreendeu bem o tema. O texto seguiu o tipo dissertativo cobrado no Enem, e o autor usou argumentos pertinentes que ratificaram o seu ponto de vista.
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta: A redação foi desenvolvida de acordo com a norma culta e não houve nenhum desvio ortográfico grave que comprometesse o texto.
Competência II – Compreender a Proposta: Compreendeu a proposta e elaborou uma boa introdução, contextualizando bem o tema e o ponto de vista.
Competência III – Selecionar, relacionar argumentos: Soube selecionar os argumentos. Citou o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, que é um ícone da luta pela igualdade racial. Além de apontar como a mídia influencia na criação de estereótipos dos negros.
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação: As frases foram compostas coerentemente e o texto segue uma ordem lógica.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema: Apresentou boas propostas de intervenção (que não fugiram ao que foi abordado no texto), mostrando que a valorização e o conhecimento do legado cultural produzido pelo negro podem ajudar no combate ao racismo.
Pratique também! Veja aqui a proposta de redação.