Veja exemplo de redação da segunda aplicação do ENEM 2016.
No aspecto da História do Brasil, é possível destacar o forte passado colonial, onde houve a presença de Portugal, e, posteriormente, de outros países europeus. Nesse contexto, é fundamental relembrar o longo período da escravidão, tanto sobre os africanos, quanto sobre os indígenas brasileiros. Isso caracteriza o histórico de opressão a que negros foram submetidos no país. E, mesmo com a abolição de tal regime, há mais de cem anos, é lamentável a persistência do racismo na sociedade brasileira atual.
Dessa maneira, para a análise dessa conjuntura, é adequado relacionar o estigma escravocrata do passado com os dias de hoje. No mercado de trabalho, por exemplo, muitos empregos braçais e de servidão – como empregado (a) doméstico (a), faxineiro (a) – ainda são concedidos, sobretudo, a pessoas negras. Tal fato sustenta estereótipos advindos do período escravagista, o que reflete uma mentalidade retrógrada por parte da sociedade, pouco acostumada a pessoas negras que exercem outra gama de funções trabalhistas.
Além disso, a falta de representatividade negra é um grande obstáculo para uma “democracia racial” no Brasil. Ou seja, em amplas esferas da sociedade, são evidenciadas imagens de pessoas brancas, principalmente. Tal desigualdade se estabelece na mídia – meios de comunicação em massa, TV, internet – política, comércio de produtos como bonecas e super-heróis e na cultura (música, cinema, teatro). Assim, infelizmente, é raro ver negros e negras – em grande quantidade – como protagonistas, personalidades influentes no meio social. E, enquanto não houver equidade racial nos múltiplos elementos constituintes da sociedade, o racismo tende a acontecer – até do modo mais implícito.
Portanto, o primeiro passo para combater esse grande mal tão recorrente no Brasil é a representatividade. Ela deve acontecer de maneira mais abrangente, para que as pessoas negras sintam-se refletidas na sociedade como um todo. Assim, é crucial que os brasileiros valorizem e respeitem os negros; esse processo deve acontecer de modo que os municípios ajam em conjunto com a população. Nesse aspecto, podem ser promovidas políticas públicas e palestras que debatam criticamente o tema do racismo, para maior conscientização dos brasileiros, além da inserção mais efetiva do negro na sociedade. Por fim, o Governo Federal e o Ministério da Educação podem reforçar a importância de conhecer, na escola, a identidade e cultura negra, ao incluir o assunto na grades curriculares de ensino. Futuramente, com essas medidas, poderá, enfim, ser notado um importante progresso, e assim, a superação de um passado desigual.