Confira essa redação pronta sobre preconceitos enfrentados pelos homossexuais na doação de sangue
A antropóloga Ruth Benedict, ao afirmar que “a cultura é a lente pela qual a sociedade enxerga” demonstra que os valores adquiridos no convívio social são bases para a discriminação que a parcela homossexual brasileira enfrenta na doação de sangue. Todavia, tal discriminação configura-se como elemento prejudicial ao avanço da saúde no país, porquanto impede que milhares de litros de sangue sejam doados. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática é sustentada, sobretudo pelo preconceito histórico da sociedade e pelas limitações impostas pela legislação federal.
A priori, comumente, a população associa DSTs, como Aids e Hepatite, aos homoafetivos, uma vez que, por não haver o risco de engravidar, julga que a maioria não usa preservativos nas relações sexuais. Tendo em vista esse estereótipo, assumir uma ideologia preconceituosa como essa parcela torna-se [1] enraizado e frequente à medida em que se reproduz, já que – conforme Francis Bacon – o comportamento humano é contagioso. Por conseguinte, homossexuais, regularmente, são impedidos de doar sangue, sem que haja testes para detecção de DSTs e, com isso, ajudar a salvar vidas.
Outrossim, a legislação brasileira, ao impedir que homens que tiveram relações sexuais com outros homens doem sangue pelo período de um ano, fomenta o preconceito já existente. Entretanto, tal determinação [2] judicial não leva em consideração que muitos heterossexuais não usam preservativos – possibilitando a transmissão de doenças – o que deixa esses dois grupos no mesmo patamar quanto ao risco em relação à doação. Diante disso, de acordo com dados da revista “Superinteressante”, mais de 18 milhões de litros de sangue são desperdiçados com a restrição da parcela homossexual e bissexual, em virtude de serem negadas de fazer testes e, com isso, doar sangue.
Diante dos argumentos supracitados, observa-se a necessidade de criação de uma nova lente para a sociedade brasileira enxergar a doação de sangue pelos homossexuais. Portanto, é fundamental que instituições sociais, como ONGs, por meio de [3] publicidades – a exemplo de propagandas televisivas e “outdoors” – promovam a conscientização sobre a importância de doar sangue para a melhoria da saúde do país, com o intuito de fazer com que essa ação seja sempre valorizada, independente da opção sexual do doador. Somado a isso, é papel do governo – por meio de leis – instituir a obrigatoriedade da realização de testes de detecção de DSTs, a fim de que as oportunidades de doação sejam democratizadas, ao passo que a comunidade deve denunciar em casos de descumprimento. [4][5][6][7][8]
Avaliação por competência:
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:
[4] Bom uso da linguagem culta.
Competência II – Compreender a Proposta:
[5] O texto atende bem à proposta.
Competência III – Selecionar e relacionar argumentos:
[6] Os argumentos selecionados são pertinentes e foram apresentados de modo coerente.
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:
[1] Falta algum termo que dê coesão ao trecho.
[2] Imprecisão de vocabulário. Trata-se de determinação de órgãos submetidos ao Executivo, não de ordem judicial.
[3] Possivelmente o autor quis dizer “anúncios”. Publicidade é uma área de atividade não um gênero textual.
[8] Há um uso excessivo de conectivos entre frases que poderiam ter sua coesão mantida apenas com a retomada de um termo. Não se trata de um erro gramatical, mas de algo que interfere na leitura fluente.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:
[7] A proposta de intervenção é clara e específica.
Nota: 920
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