Entenda tudo sobre verbo transitivo direto e indireto e faça exercícios para treinar

A transitividade verbal é um dos assuntos mais importantes quando falamos em regras de gramática, uma vez que serve como base para várias outras análises mais complexas. 

No entanto, os verbos transitivos diretos e indiretos podem gerar algumas dúvidas, graças ao seu caráter duplo. Por isso mesmo, é ainda mais importante focar no seu estudo. 

Abaixo, você tira todas as suas dúvidas sobre esses verbos, aprende a identificá-los e ainda conhece os 27 verbos mais comuns. Ao final do texto, você poderá fazer exercícios para treinar bem essa matéria. Continue lendo e confira!

O que é um verbo transitivo?

Os verbos transitivos são aqueles que exigem um complemento — isto é, um objeto. Ou seja: nas orações de núcleo verbal, o predicado só estará completo quando for formado pelo verbo mais o seu complemento. Observe:

Pedro comprou chocolates.

Maria gosta de doces.

Nas orações acima, o sentido só estará completo quando o verbo receber o seu complemento. A frase “Pedro comprou” ou “Maria gosta” seriam, portanto, incompreensíveis: é preciso saber o que foi comprado, ou de que alguém gosta.

Quando falamos em transitividade verbal, é importante pontuar também que os verbos transitivos se opõem aos chamados verbos intransitivos, que têm sentido completo e, portanto, não precisam de nenhum tipo de complemento. Veja alguns exemplos:

Sofia saiu de casa.

Marcos acordou cedo.

Em ambas as frases, embora os verbos sejam acompanhados por complementos, eles não são essenciais para a compreensão do sentido — não são, portanto, objetos. Nesse caso, os verbos “saiu” e “acordou” são considerados, portanto, intransitivos.

Os verbos transitivos também se subdividem em três tipos: os transitivos diretos, os transitivos indiretos e os transitivos diretos e indiretos.

O que são verbos transitivos diretos?

Os verbos transitivos diretos são aqueles que exigem a presença de um objeto direto. Isso significa que eles não têm sentido completo sozinhos e que essa complementação de sentido não é precedida por uma preposição. Veja:

Maria leu o livro.

Tomás derrubou os copos.

Observe que a regência dos verbos “ler” e “derrubar” é transitiva direta. Isso significa que esses verbos não exigem de seus objetos uma preposição. Assim, eles são considerados “transitivos diretos”.

O que são verbos transitivos indiretos?

Nos verbos transitivos indiretos, o sentido do verbo nuclear da oração também está incompleto, mas, ao contrário do que acontece com os verbos transitivos diretos, neste caso é necessário o uso de uma preposição antes do objeto. Olha só:

Gustavo obedeceu às regras.

Eu acredito em você.

Nos exemplos acima, a transitividade verbal de “obedecer” e “acreditar” é indireta. Nesse sentido, é necessário usar uma preposição para conectar o verbo e o seu objeto.

O que são os verbos transitivos diretos e indiretos?

Em alguns cenários, a regência verbal determina que um verbo deverá ter dois complementos: um objeto direto e um objeto indireto. Nesses casos, estamos diante de um verbo transitivo direto e indireto — também chamado de “bitransitivo”. Veja alguns exemplos:

(1) Giovana apresentou o relatório aos chefes.

(2) Eu emprestei o livro para minha irmã.

(3) Ricardo ofereceu doces às crianças.

Na frase (1), o verbo “apresentar” exige dois complementos: a coisa que foi apresentada (objeto direto: o relatório) e as pessoas a quem ela foi apresentada (objeto indireto: aos chefes).

Na frase (2), o verbo “emprestar” também tem uma regência dupla, exigindo que se identifique a coisa emprestada (objeto direto: o livro) e a pessoa para quem essa coisa foi emprestada (objeto indireto: a minha irmã). 

Na frase (3), o verbo “oferecer” exige que sejam identificados a coisa oferecida (objeto direto: doces) e o grupo a quem essa coisa foi oferecida (objeto indireto: as crianças). Note-se, ainda, que a união da preposição “a” exigida pelo verbo com o artigo “as” do objeto faz com que aconteça a crase.

Como saber se o verbo é transitivo direto ou transitivo direto e indireto?

Para identificar se um verbo é transitivo direto, indireto ou ambos, é fundamental conhecer a regência verbal de cada um deles. Afinal, é ela quem determina quantos complementos um verbo exige.

Em alguns casos, essa regência é reconhecida mais facilmente. Nos verbos do nosso dia a dia, por exemplo, é comum que objetos diretos e indiretos sejam usados sem que seja necessário parar e pensar sobre eles. No entanto, na hora de fazer a análise de transitividade ou de escrever uma redação, essa atenção deve ser redobrada.

Vale pontuar, também, que quanto mais verbos nós conhecemos, mais nos familiarizamos com a sua transitividade. Além disso, o sentido de um verbo pode mudar em diferentes orações, afetando a sua transitividade. Por exemplo:

(1) Eu assisti o seu pai no hospital.

(1) Helena assistiu o governador durante as viagens nacionais.

(2) Você vai assistir aos ensaios da peça?

Nas frases marcadas com (1), o sentido do verbo “assistir” é o de acompanhar, dar suporte, e, nesses casos, ele funciona como um verbo transitivo direto. Já na frase (2), o sentido de “assistir” é o de ver, estar presente, e, portanto, ele passa a ser um verbo transitivo indireto.

• Dica: Para se familiarizar com as regências verbais, pode ser interessante consultar o Dicionário Prático de Regência Verbal, do gramático e especialista Celso Luft.

Conheça os 27 principais verbos transitivos diretos e indiretos com exemplos!

Na tabela abaixo, você confere os 27 principais verbos com dupla transitividade e ainda vê a sua aplicação em uma oração. Confira!

Agora que você já entendeu o que é um verbo transitivo e intransitivo, que tal continuar estudando? Aproveite para entender melhor o que é a análise sintática e como esses dois assuntos se relacionam!

Foto da matéria: Reprodução/Unsplash