O acesso à moradia é uma das principais questões sociais do Brasil contemporâneo. Milhões de famílias ainda vivem em condições inadequadas, sem acesso a infraestrutura básica como água potável, saneamento e transporte público.
Para te ajudar nos estudos e na escrita acerca do assunto, preparamos um conteúdo especial com uma redação pronta nota 1000 sobre o tema “O acesso à moradia em questão no Brasil”. Vamos lá?
O que dificulta o acesso à moradia no Brasil?
A dificuldade de acesso à moradia no país não se restringe apenas à falta de unidades habitacionais. Fatores como desigualdade de renda, valorização acelerada de imóveis em centros urbanos, burocracia nas políticas públicas e falta de crédito acessível agravam a situação.
Além disso, questões legais como a insegurança fundiária e a ausência de regularização de terras dificultam a implementação de soluções duradouras. Essa complexa teia de obstáculos evidencia a urgência de uma redação que apresente, de forma crítica e propositiva, um panorama claro do problema e caminhos viáveis para enfrentá-lo.
Dados relevantes sobre o assunto
Para termos uma ideia do panorama geral do acesso à moradia no Brasil, vamos te apresentar alguns dados atuais importantes. Confira:
Déficit habitacional
De acordo com um levantamento da Fundação João Pinheiro, em 2022, o Brasil registrou um déficit habitacional de aproximadamente 6,2 milhões de domicílios, representando 8,3% do total das habitações ocupadas no país.
Mais da metade desse déficit (52,2%) decorre de ônus excessivo com aluguel, ou seja, famílias que gastam mais de 30% da renda em moradia. Famílias de baixa renda (sobretudo de até três salários mínimos), são as mais afetadas pelo problema.
Em 2025, mesmo com uma leve redução, chegando a 5,9 milhões de domicílios, o índice de déficit habitacional continua significativo no Brasil.
Condições precárias de habitação
Ainda segundo a Fundação João Pinheiro, em 2022, aproximadamente 26 milhões de domicílios (41,2%) apresentavam alguma inadequação, como falta de energia, água potável, saneamento ou banheiro exclusivo.
Esse cenário afeta especialmente trabalhadores de baixa renda, mulheres e pessoas negras.
Disparidades regionais
Conforme os dados da FJP, a proporção de habitações inadequadas é maior no Norte e Nordeste, com 42,8% e 39,9% dos domicílios, respectivamente. Já o Sudeste, apesar da maior população, concentra mais casos de inadequação edilícia e fundiária.
Redação pronta sobre o tema ‘O acesso à moradia em questão no Brasil’
Agora, para se inspirar, leia uma redação pronta nota 1000 sobre o tema “O acesso à moradia em questão no Brasil”:
São Tomás de Aquino defendia que todos devem receber um tratamento igualitário. Contudo, nota-se que tal ideal isonômico contrasta com o acesso à moradia adequada no Brasil, já que expressiva parcela do corpo coletivo ainda reside em locais de péssima infraestrutura, o que impacta na qualidade de vida desse contingente. Nesse sentido, essa lastimável realidade é fundamentada tanto na desigualdade social quanto na negligência governamental.
Sob tal ótica, a disparidade socioeconômica desafia a democratização do lar. A esse respeito, a Constituição Federal de 1988 declara no seu primeiro artigo que é vedada a distinção entre qualquer brasileiro. Entretanto, tal máxima é restrita à Carta Magna, visto que a concentração de renda cria grupos menos favorecidos – devido à baixa quantidade de capital – que não conseguem conquistar o próprio espaço em uma área urbana planejada, asfaltada e com saneamento básico. Dessarte, nota-se o aumento da favelização e da construção de moradias em zonas de risco para enchentes e deslizamentos, porque o acesso à residência digna ainda depende da alta remuneração. Logo, urge intervir na desigualdade social para que o exposto no documento constitucional reverbere no cotidiano do país.
Além disso, a inação estatal configura-se como um agravo da problemática. Nesse contexto, Thomas Hobbes afirma que o Estado é responsável por garantir o conforto e a qualidade de vida da sociedade. No entanto, tal responsabilidade não é honrada em relação à parcela mais carente da população, já que a ausência de incentivos governamentais – como a permanência de políticas públicas para a construção de casas populares – distancia a baixa classe social de obter o seu imóvel, o que impede a fixação em uma residência própria, deixando-a vulnerável ao aluguel, que compromete a renda e afeta o poder aquisitivo.
Portanto, medidas são necessárias para que o direito equitativo à posse material seja pleno. Para isso, cabe ao Ministério da Fazenda, órgão responsável por gerir os tributos fiscais do país, desenvolver um programa de habitação popular, por meio da concessão de crédito aos menos favorecidos, com o fito de promover a democratização do lar. Assim, o ideal de Aquino poderá ser atingido.
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