Na hora de prestar o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), a parte que mais assusta os candidatos é, sem sombra de dúvida, a redação. Seja por deficiência no ensino da produção textual pelas escolas públicas, ou pela subjetividade usada na hora da correção, esta é a competência que faz com que os alunos realmente se sintam inseguros e vulneráveis.
Uma redação exige conhecimento da língua escrita, da norma culta e de estrutura textual, sendo que há critérios que são avaliados na redação do ENEM, que somam um total de cinco critérios que valem até 200 pontos. Estes critérios são: 1 – Domínio da modalidade formal escrita, 2 – Compreensão da proposta e desenvolvimento do tema, 3 – Argumentação e defesa de um ponto de vista de maneira estruturada, 4 – Conhecimento dos mecanismos linguísticos da produção textual e 5 – Proposta de intervenção.
Tendo em mente estas 5 competências exigidas na redação do ENEM, e a experiência de candidatos que
conseguiram atingir a nota máxima, elaboramos uma lista com 15 dicas que irão lhe ajudar a construir uma redação digna de nota 1000.
Dicas para tirar 1000 na redaçãodo ENEM
Para construir uma redação matadora, o candidato deve estar atento sempre às 5 competências do ENEM, corrigir os problemas mais comuns, portanto observe as seguintes dicas que levam em consideração as maiores dificuldades em cada uma das competências:
- Tome cuidado com a grafia das palavras: Um fator que derruba muitos candidatos é a escrita errada, os chamados erros de ortografia. A principal dica para conseguir passar pela redação do ENEM sem escorregar na ortografia é ler muito, praticar muita escrita e, principalmente, tomar cuidado com palavras de escrita duvidosa. Se não lembrar exatamente como se escreve alguma coisa, opte sempre por sinônimos. Conhecer sinônimos é uma grande arma para fugir das armadilhas ortográficas.
- Fique atento à gramática: A linguagem formal também é composta pela parte estrutural, chamada gramática. As pessoas muitas vezes ignoram esta parte, se esquecem dos pronomes, mesmo utilizando-os todos os dias, separam o sujeito do verbo, se perdem na hora de propor conjunção. Por mais que esta parte pareça chata, cheia de regras e quase incompreensível para muitos alunos, é preciso enfrentá-la, estudar a estrutura gramatical e a construção de frases, orações e períodos.
- Não escorregue na pontuação: A pontuação é parte importante, extremamente essencial na linguagem escrita, pois ela é responsável pela separação das frases, ordenação das orações e pelo sentido de um pensamento. Uma oração pode ter seu sentido inteiramente modificado por uma vírgula fora de lugar, como nos exemplos: “Não, pare com gracinhas” e “Não pare com gracinhas”. A simples ausência da virgula modifica o sentido.
- Leia e compreenda: Uma das maiores dificuldades do brasileiro se encontra na compreensão e na interpretação de textos. Ler sem compreender o que está escrito é o primeiro passo para uma redação ruim, por este motivo pratique sua interpretação de texto. Separe artigos de jornal, leia-os e então, em uma folha, explique o assunto, veja se você consegue compreender, porque interpretar um texto nada mais é do que compreender o que se planejou dizer.
- Não fuja do tema: O desenvolvimento linear de uma redação é importante. O candidato não deve nunca fugir do tema, sendo que este deve ser o objeto central da peça escrita. Se o tema é a evolução cultural, é necessário manter o foco na evolução cultural. Se o tema for a preconceito, deve-se tratar do preconceito. Por mais que o pensamento possa ser levado para outro lado, em uma tentativa de exemplificar, é necessário sempre retornar ao tema, argumentando sobre um ponto de vista.
- Não seja prolixo: Prolixidade é o ato de dizer muito, sem dizer nada, conhecido popularmente como “verborragia”. Uma redação possui um espaço limitado, por isso exige que o candidato saiba gerenciar seu pensamento de maneira objetiva. Uma frase se torna prolixa, geralmente, na tentativa de florear e enfeitar algo para tentar torna-lo melhor do que realmente é. Uma mesma ideia pode ser dita de formas diferentes, evite florear, seja objetivo e direto, pois o excesso de floreios pode acabar fazendo com que seu pensamento se perca e você não encontre mais o fio da meada.
- Conheça o tipo de escrita argumentativa: Para quem tem o hábito de ler narrativas, ou apenas dissertações, exercitar a argumentação pode ser um obstáculo. Um texto dissertativo argumentativo faz com que o candidato exponha sua ideia e argumente a favor dela. A argumentação é o principal ponto de um debate, por exemplo. Uma simples dissertação sobre o ciberbullying o descreveria, enquanto um texto argumentativo sobre o ciberbullyin defenderia uma posição em relação ao problema, expondo ideias e soluções. Esta é a principal diferença e muitas vezes os candidatos se perdem neste quesito.
- Fuja da voz pessoal: A voz de uma redação dissertativa-argumentativa sempre será impessoal. O que significa que não existe o eu, e se não existe o eu, não existe o achar. Nunca utilize expressões como “eu acho” ou “na minha opinião”, mas sempre prefira expressões como: “Sabe-se que”, “É de conhecimento público”, “Pode-se concluir”. Mantenha o seu discurso no impessoal, porque ele representa um posicionamento, não uma opinião, e é possível se posicionar em algo, mesmo que sua opinião pessoal não concorde com seu posicionamento.
- Mantenha a estrutura do texto: Toda produção textual deve manter uma estrutura que é: Início – Meio – Fim. Introduza o tema, gastando um parágrafo para apresenta-lo. Desenvolva seu posicionamento, fundamentando-o em fatos, não apenas em opiniões ou “achismos”, demonstre que você possui conhecimento sobre o tema em relação à sociedade. Conclua o texto, apresente uma solução, uma proposta. Nunca deixe seu texto em aberto.
- Utilize mecanismos de comunicação: Mecanismos de comunicação são formas de se expressar. Figuras, linguagem, exemplos. Lembre-se que os mecanismos de comunicação servem para situar e para ambientar a situação.
- Demonstre conhecimento textual: Você demonstra conhecimento textual ao desenvolver, expor de maneira clara, coordenar ideias.
- Anedotas e exemplos são formas de demonstrar: Estas ferramentas carregam uma função importante na construção de um texto. Elas tornam a ideia mais próxima, mais palpável. Exemplificar a ideia enriquece um texto e permite ao avaliador analisar a capacidade do candidato de transportar a situação para algo conhecido.
- Retome a ideia inicial: A retomada de ideias muitas vezes se perde no raciocínio. É necessário manter o foco e retomar a ideia inicial, antes de apresentar a proposta final.
- Trabalhe sua proposta de intervenção durante o texto: É necessário, ao longo do texto, trabalhar a proposta de intervenção, não deixando para apresenta-la apenas no final do texto. O candidato deve aos poucos apresentar a solução ao problema, para no final sintetizá-la de maneira compacta, demonstrando uma maneira de resolver o problema exposto.
- Nunca se esqueça de encerrar o texto: O texto se encerra com o último pensamento, a última colocação. Lembre-se de não deixar o texto em aberto. Frases que finalizem, demonstrando que a aplicação da proposta de intervenção deve ser a responsável pela resolução do problema são o ponto chave para finalizar o texto. Como todo ciclo, este deve ser fechado, e o ciclo se inicia com a apresentação do problema, então se fecha com a solução que deve ser aplicada.