Parece extremamente básico, mas muita gente tem dúvidas e costuma errar a divisão silábica. E isso acarreta uma série de problemas, desde a translineação (que ocorre quando a gente precisa “quebrar” uma palavra por conta do final da linha) até mesmo a acentuação!
Esses desvios acabam impactando na escrita de uma boa redação e, consequentemente, geram a perda de pontos em provas como o Enem e concursos.
Mas não se preocupe! Hoje vamos falar sobre as regras de divisão silábica para você tirar todas as suas dúvidas. Continue a leitura e fique por dentro!
Por que aprender divisão silábica?
Como já dissemos, a divisão silábica errada pode gerar alguns problemas para a sua redação. Para você ter noção, vamos mostrar alguns exemplos sobre como isso pode te prejudicar no Enem.
A competência I do Enem avalia se o candidato demonstra domínio da norma culta da língua portuguesa. Nesse caso, se você não sabe fazer uma divisão silábica corretamente para acertar em uma translineação, você com certeza perderá pontos.
Essa mesma competência também avalia a acentuação de palavras. E qual é a relação disso com a divisão silábica?
Bom, na maioria das vezes a gente sabe como acentuar as palavras do nosso dia a dia por conta da nossa prática de escrita, certo? Porém, em casos de dúvida você precisará recorrer às regras de acentuação.
As regras de acentuação levam em consideração a classificação das palavras de acordo com a sílaba tônica. Agora, pense com a gente: se você não sabe fazer uma divisão silábica corretamente, como saberá identificar qual é a sua sílaba tônica?
Portanto, apesar de parecer uma coisa muito simples, é fundamental que você saiba fazê-la corretamente para não se prejudicar em outros pontos de uma redação.
Vamos aprender?
Quais são as regras de divisão silábica?
Primeiro, só para relembrar: uma sílaba é um trecho da palavra que pronunciamos com uma só emissão de voz. Ou seja, cada sílaba é pronunciada separadamente.
Sendo assim, vamos às regras de divisão silábica:
1. Ditongos e tritongos
Os ditongos (encontro de duas vogais em uma mesma sílaba) e os tritongos (encontro de três vogais em uma mesma sílaba) não devem ser separados.
Veja os exemplos:
- lín-gua;
- Pa-ra-guai.
2. Hiatos
Os hiatos, que ocorrem quando duas vogais aparecem juntas em uma palavra mas são pertencentes a sílabas diferentes, devem ser separados.
Fica assim:
- do-a-ção;
- sa-ú-de.
3. Dígrafos
Quando os dígrafos são iguais, ou seja, quando duas consoantes que formam o mesmo som aparecem juntas em uma palavra — como é o caso de ss, rr, sc, sç, xc —, eles devem ser separados.
É o caso, por exemplo, de:
- car-ro;
- pis-ci-na.
Porém, não se separa dígrafos como lh, nh, ch, qu, gu. Exemplos:
- a-gu-lha;
- ma-nhã.
4. Consoante + consoante
Você deve manter na sílaba anterior a consoante que não vier seguida de uma vogal. Fica assim:
- cap-tar;
- psi-co-lo-gia.
5. Prefixos des-, in-, sub-
Caso haja vogal em seguida, os prefixos como des-, in- e sub devem ser separados normalmente. Veja os exemplos?
- su-ben-ten-der;
- de-si-gual.
Como fazer translineação corretamente?
Quando for preciso “quebrar” uma palavra ao final da linha, devemos seguir as regras da divisão silábica que listamos acima.
A regra geral é marcar com um traço no final da linha (-) e continuá-la normalmente em seguida.
Porém, há 2 regrinhas específicas que listaremos a seguir para que a translineação seja feita de forma adequada.
1. Vogal solitária
Não é correto deixar uma vogal sozinha no final da linha ou no início da linha seguinte.
Por exemplo: a palavra “cadeia”, quando dividida silabicamente, fica “ca-dei-a”. Portanto, se o seu espaço de escrita acabar quando você chegar à sílaba “dei”, é incorreto deixar a vogal da última sílaba sozinha na linha seguinte. Assim também não deve ocorrer com a vogal solitária no início da palavra.
Então, opte por “dar uma apertada” para caber aquela vogal no final da linha ou escrever a palavra inteira na linha seguinte.
2. Utilização do hífen
Palavras escritas com hífen, quando separadas no local da inserção do hífen, devem ser marcadas com dois traços: um traço ao final da linha e outro no início da linha seguinte.
Vamos supor que ao escrever a palavra “mal-educado”, por exemplo, você precisou separá-la justamente onde há hífen, depois de escrever “mal”.
Se você marca apenas um traço no final da linha anterior, quem lê não pode garantir se você sabe ou não que há um hífen na palavra. Assim, ele pode achar que você considera correta a escrita de “maleducado”, caso não fosse necessário mudar de linha.
Por isso, é preciso marcar, nesse caso, um traço de divisão silábica no final da linha anterior e um de hífen no início da seguinte.
E que tal aproveitar que você já está aprendendo sobre divisão silábica para saber como fazer a classificação de sílabas?