O Inep está avaliando a possibilidade de utilizar novamente o Enem como forma de obtenção do certificado de conclusão do ensino médio para pessoas acima de 18 anos.
A ideia é retomar a prática que foi interrompida em 2017, oferecendo uma alternativa ao Encceja, que atualmente, é o principal exame para essa finalidade. Essa mudança poderia beneficiar jovens e adultos que desejam terminar seus estudos de forma mais rápida.
Enem x Encceja
Vale ressaltar que a proposta ainda está em estudo e detalhes sobre sua implementação estão sendo discutidos. “Outra recomendação que estamos colocando para o Inep fazer a avaliação (claro que ainda vamos validar isso com as redes), é o Enem voltar a certificar estudantes maiores de 18 anos na conclusão do ensino médio”, afirmou nesta semana o Ministro da Educação, Camilo Santana.
De acordo com o MEC, mesmo que essa mudança seja feita no Enem, o Encceja continuará sendo aplicado no país.
O ministro também defendeu que o Enem possui mais locais de aplicação de prova do que o Encceja, e que o candidato poderia fazer a prova e ter acesso à universidade poucos meses depois.
O Enem dá certificado de conclusão de ensino médio?
Desde 2017, não. Mas segundo o MEC, a medida está sendo avaliada para implementação a partir de 2025.
Confirme afirmou o presidente do Inep, Manuel Palacios, todo o país será envolvido no debate. “Vamos nos dedicar a este estudo, com todo o afinco, para desenhar essa proposta e discutir com todo o país, porque trata-se da colocação do Enem numa posição que, de fato, o consagra como grande avaliador de desempenhos”.
Como funcionava antes?
De 2009 a 2016, pessoas com mais de 18 anos que não haviam concluído o ensino médio podiam obter o certificado de conclusão a partir do desempenho no Enem.
Para isso, precisavam atingir pelo menos 450 pontos em cada uma das provas objetivas (Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Matemática). Além disso, eles tinham de tirar, no mínimo, 500 pontos na redação.
Entre outras vantagens, essa certificação permitia acesso a oportunidades de emprego que exigiam o diploma de ensino médio.
Por que o Enem deixou de ter essa característica
Em 2016, a ideia foi contrariada por Mendonça Filho, então ministro da Educação. Segundo ele, não era mais viável promover uma “avaliação tão abrangente, que exigia mais do que o necessário, àqueles que têm objetivos distintos”.
Para o então ministro, a prova do Enem era prejudicial aos candidatos que não queriam conquistar uma vaga no ensino superior.
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