A recomendação final está entre os pontos mais aguardados pelos alunos ao receberem a devolutiva da redação dissertativa argumentativa, o tipo de texto do ENEM. Mas para ela surtir o real efeito sobre os estudantes (que é estimulá-los a avançar nas fragilidades percebidas) é essencial seguir alguns passos, para evitar que essa avaliação seja superficial demais ou até seja apresentada de um modo que possa desmotivá-los.
6 dicas para elaborar uma ótima recomendação final
Antes de mais nada, é importante também revisar o modo de correção que você tem adotado. Em outro post aqui do blog nós detalhamos melhor isso, reforçando as características do modo resolutivo de correção (que é aquele que o corretor reescreve palavras – ou mesmo orações inteiras). Já a modalidade indicativa (mais aceita entre os docentes) consiste na sinalização, junto à margem da folha (ao lado dos parágrafos, de orações e mesmo das palavras), o que precisa ser ajustado, sem que sejam promovidas as trocas. Há corretores que utilizam a correção classificatória. Ela é possível a partir de um acordo entre alunos e docente, no qual se combinam códigos a serem usados na correção. Desse modo, ao receber a devolutiva, o estudante estará apto a ajustar, a partir do símbolo indicado.
Para fundamentar bem sua recomendação final, antes de elaborá-la, observe os principais apontamentos feitos, independente da modalidade de correção de que tratamos no parágrafo anterior. Ao tomar nota desses pontos, indicamos seguir essas recomendações ao preparar seus apontamentos:
6 dicas para elaborar uma ótima recomendação final
Seja assertivo nas marcações: para que o aluno tenha uma clara percepção sobre o que precisa melhorar, é necessária assertividade na recomendação. Por isso, evite trazer comentários muito vagos, apenas trazendo adjetivos (“muito bom” ou “fraco”, por exemplo). É preciso apontar as fragilidades para que sejam corrigidas e as qualidades para que sejam mantidas. Aconselha-se também dividir os apontamentos na recomendação final de acordo com as cinco competências de do ENEM, sobre os quais detalhamos em um post específico aqui no blog, que vale a pena dar uma olhada.
Elenque os pontos positivos encontrados: é natural no processo de correção, centrar-se demais nos aspectos que precisam ser melhorados, nos pontos fracos do texto. Para valorizar o empenho, é sempre importante ressaltar o que o aluno trouxe de bom naquele material. Assim, é um reforço positivo para que ele repita aquela prática, o que pode potencializar o desempenho como um todo. Então, lembre-se de exaltar a qualidade que poderá incentivá-lo à repetição!
Traga sugestões/ caminhos para avançar nas fragilidades: para enriquecer ainda mais sua recomendação final é importante que sejam listadas sugestões práticas e aplicáveis ao cotidiano do aluno. Dessa forma, fica mais fácil ele assimilar que atitude ou que competência precisará desenvolver para avançar dentro daquele ponto específico. Por exemplo: se a fragilidade percebida diz respeito à proposta de intervenção, você pode aconselhá-lo a ampliar o repertório cultural, a partir de leitura de notícias, filmes e outros recursos que favoreçam para ele melhorar esse ponto. Caso a fragilidade seja gramatical, pode-se indicar a revisão de conteúdos referente à pontuação ou acentuação (de acordo com a dificuldade que foi encontrada).
Deixe sempre aquela palavra de incentivo: lembre-se, acima de tudo, de dar muita atenção à forma com que serão registrados seus apontamentos na recomendação final. A prática de redação nem sempre é das aulas mais preferidas e, por isso mesmo, você precisa encarar a recomendação como um incentivo para o aluno avançar. Evite colocações que possam soar como grosseiras. Até porque o texto, quando não visto com essa atenção, pode permitir uma série de interpretações. Releia o texto antes de passar adiante para evitar uma impressão diferente daquela que você realmente desejou passar.
Se possível, compare com desempenhos anteriores: caso você esteja acompanhando regularmente um grupo de alunos, experimente organizar esses apontamentos da recomendação final, de modo que você possa comparar o desempenho deles. Assim, é possível você perceber a melhoria de situações já listadas ou até notar se há morosidade nos pontos sugeridos. Isso poderá fazer com que sejam reforçados esses aspectos. Você pode fazer isso com um controle digital (por planilha no computador) ou aplicativos disponíveis para smartphones ou tablets. O bom e velho papel também pode contribuir nessa organização.
Tome nota das principais ocorrências: outra sugestão que vale ser adotada é para o caso de você corrigir grupos pertencentes a uma mesma instituição de ensino. Assim, caso você identifique nas fragilidades uma que se sobressaia, é possível listar como recomendações para a coordenação pedagógica, para que seja feito um direcionamento específico junto ao planejamento de aula. Isso pode contribuir para que as mudanças também partam da escola, a partir de ações que possam potencializar os aspectos positivos e corrigir o que precisa ser melhorado.
Viu só? Em alguns passos é possível construir uma recomendação final que ajude ainda mais os alunos a se prepararem para a redação do ENEM. Você tem alguma estratégia diferente? Compartilhe com a gente nos comentários!