A presença das mulheres na política é um tema cada vez mais discutido no Brasil e no mundo, especialmente quando se trata da luta por igualdade de gênero e representatividade. Para te ajudar nos estudos e na escrita acerca do assunto, preparamos um conteúdo especial com uma redação pronta sobre o tema “O espaço das mulheres no cenário político”, incluindo o feedback completo do nosso professor especialista. Vamos lá?
Por que é importante discutir o espaço das mulheres no cenário político?
Embora as mulheres sejam maioria na população brasileira, ainda ocupam uma parcela muito pequena dos cargos eletivos e das instâncias de poder político. Esse desequilíbrio não apenas revela um problema estrutural, mas também evidencia o quanto é urgente promover reflexões e mudanças nesse cenário.
Ao escrever uma redação sobre o tema, compreender os obstáculos enfrentados pelas mulheres na política, assim como as conquistas já alcançadas, é importante para desenvolver argumentos sólidos e propor soluções viáveis para um problema real da sociedade contemporânea.
Desigualdade de gênero na política
A pesquisa “Mulheres na Política”, realizada pelo DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, entrevistou 2.850 candidatos e candidatas entre março e abril de 2022.
De acordo com os resultados, 30% das mulheres candidatas relataram ter sofrido discriminação de gênero, enquanto 64% dos entrevistados acreditam que o ambiente político favorece mais os homens.
Além disso, a pesquisa aponta que as mulheres enfrentam violência política, são desqualificadas com mais frequência e recebem menos apoio institucional em comparação aos homens.
Redação pronta sobre o tema “O espaço das mulheres no cenário político”
Agora, confira uma redação pronta sobre o tema “O espaço das mulheres no cenário político“, que recebeu a nota 1000!
Na obra literária “O Sítio do Picapau Amarelo”, Monteiro Lobato supera o ideário machista da época ao escrever sobre uma família chefiada por uma mulher, Dona Benta. Em contrapartida, hodiernamente, verifica-se a conjuntura desigual no que tange ao acesso de oportunidades pela classe feminina, sobretudo na esfera política. [1] Nesse sentido, torna-se imprescindível avaliar os impactos de permanência de ideologias excludentes e a falta de coesão social como aspectos que propiciam a continuidade da problemática em pauta. [2]
[3] Diante desse cenário, pontua-se os efeitos causados pela incorporação de teses históricas de sujeição feminina no meio social. Sob essa ótica, Michel Foucault afirma que a verdade de uma época é condicionada pelas relações de poder, isto é, tende a refletir os interesses das classes dominantes. Em consonância com a análise em questão, compreende-se a manutenção intencional da figura feminina voltada para o âmbito doméstico, o que está de acordo com os interesses das elites políticas masculinas, que visam a perpetuação de poder em cargos públicos. [12] [4] Desse modo, cria-se a equivocada percepção de incapacidade das mulheres no exercício de gestão coletiva na sociedade e, consequentemente, a insuficiente participação em assembleias decisórias, conforme os dados estatísticos da União Interparlamentar, os quais apontam 15% da ocupação das cadeiras no Congresso Nacional por deputadas. [10] Portanto, urge a necessidade de reverter tal pensamento que marca de forma negativa a estrutura democrática.
[5] Ademais, evidencia-se a falta de coesão social como agravante da problemática. Nesse contexto, a antropóloga Lilia Schwarcz ressalta a existência do Brasil como Estado, mas não como nação, dada a dificuldade de estabelecer o sentimento de pertencimento nacional e cívico, o que persiste a partir da transição do Império à República. Assim, sem vínculos sociais consolidados, inviabiliza-se a mobilização coletiva em torno de uma pauta em comum, como a ampliação da representatividade feminina no campo político, o que contribui para o aprofundamento da desigualdade de gênero no exercício do poder público. [6] Logo, com o fito de garantir a superação do quadro supracitado, torna-se essencial a construção de laços cívicos, de modo a propiciar uma eficiente articulação populacional para a solução dos problemas da comunidade, como a assimetria no acesso aos cargos administrativos.
[7] Portanto, infere-se a necessidade de adoção de medidas capazes de assegurar o equilíbrio de gênero nas instituições decisórias. Dessa forma, cabe ao Ministério das Mulheres, instância responsável pela efetivação dos direitos femininos, promover um projeto de lei, o qual visa a criação de uma cota de candidatura feminina de metade dos candidatos de cada partido político, por meio da articulação direta com os representantes cívicos da Câmara dos Deputados, a fim de garantir a devida representação de uma parcela expressiva da sociedade, bem como o debate de pautas relevantes às cidadãs. [13] [9] [8] Dessa maneira, efetivam-se as melhorias sociais para além da obra de Monteiro Lobato. [11]
Feedback completo da redação
Confira os comentários do corretor sobre a redação.
Competência I: demonstrar domínio da norma culta
- [11] Seu texto apresentou precisão vocabular e obedeceu às regras gramaticais. Parabéns! O domínio da norma culta será fundamental para construção de sua nota no exame do ENEM.
Competência II: compreender a proposta
- [10] Muito bom! Você compreende a proposta com profundidade, articula bem o tema com repertórios legitimados (Monteiro Lobato, Foucault, Lilia Schwarcz) e usa-os de forma produtiva. A comparação entre a obra literária e a realidade social atual é pertinente e bem explorada.
Competência III: selecionar e relacionar argumentos
- [2] Muito bem! Explicitou logo na introdução a tese a ser defendida.
- [12] Esse argumento ficou muito bem relacionado à temática, parabéns!
- De maneira geral, a argumentação é bem construída, com dois tópicos frasais claros (sobre ideologias excludentes e falta de coesão social). Os parágrafos apresentam progressão lógica, dados e reflexões consistentes. A relação causa-consequência está bem marcada, e há coesão entre as ideias.
Competência IV: conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
- [1] [4] [6] [8] Não houve inadequação no uso de conectivos, nem repetição de palavras, o que contribuiu para a leitura fluida e agradável da redação. Muito bem!
- [3] [5] [7] Você utiliza adequadamente os conectivos e os sinônimos, e isso faz com que sua redação tenha uma leitura agradável. Parabéns!
- [13] Atenção! Períodos muito longos comprometem a fluidez textual.
Competência V: elaborar a proposta de intervenção para o problema
- [9] Excelente! Você resolveu os problemas apresentados na argumentação e, ainda, compreendeu muito bem o que é necessário conter na proposta de intervenção.
Comentário final
Excelente redação, parabéns! Bons estudos, e continue praticando!
Nota: 1000
Foto do post: Divulgação/Marcos Oliveira/Agência Senado