O aleitamento materno é um assunto importante porque envolve não apenas a saúde de mulheres e crianças, mas também possibilita debates diversos na sociedade brasileira.
Da inclusão da mulher no mercado de trabalho à existência de políticas públicas que possibilitem o acesso ao leite, sobretudo nos primeiros 6 meses de vida, esse tema é fundamental para entendermos como a nossa sociedade pensa sobre mães e bebês recém-nascidos.
Pensando nisso, a equipe da Imaginie elaborou um conteúdo para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto. No final, você ainda confere uma redação pronta sobre esse tema. Continue lendo e saiba mais!
O que é?
Aleitamento materno é o termo técnico usado para a amamentação, isto é, o ato de alimentar um recém-nascido ou bebê com o leite humano.
A recomendação do Ministério da Saúde brasileiro é que o aleitamento materno seja a única fonte de alimentação do bebê durante os seus primeiros 6 meses de vida. Além disso, é recomendada a amamentação até os 2 anos de idade, agora complementada por alimentos de outros tipos.
Graças aos seus benefícios para a mãe e para o bebê, as restrições ao aleitamento materno também são poucas. Alguns exemplos são:
- Filhos de mães HIV positivo;
- Filhos de mulheres usuárias regulares de álcool ou outras drogas ilícitas.
Quais os benefícios do aleitamento materno?
A amamentação é uma prática que oferece benefícios para a sociedade, o meio ambiente, a mãe e o bebê. Por isso, deve ser incentivada sempre que possível.
O leite materno é considerado uma fonte sustentável de alimento, já que não gera poluição e não demanda nenhum tipo de energia para a sua produção, armazenamento ou transporte — ao contrário dos seus substitutos, as fórmulas. Além disso, é uma forma de reduzir os custos com saúde, já que a mãe transfere seus anticorpos para o bebê também por meio da amamentação.
Outros benefícios para o bebê incluem a proteção contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. O risco para hipertensão, colesterol alto e diabetes também é reduzido, bem como as chances de desenvolver obesidade infantil. Por fim, evidências científicas sugerem que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo.
Por fim, para a mãe, as vantagens incluem uma menor chance de hemorragias no pós-parto e de desenvolvimento do câncer de mama, ovários e colo do útero no futuro. Ademais, é uma forma eficaz de fortalecer o vínculo entre mãe e bebê.
Principais dificuldades
Hoje em dia, a principal dificuldade enfrentada pelas pessoas que querem fazer o aleitamento materno é ter a disponibilidade de tempo necessária. Uma vez que a alimentação do bebê, sobretudo quando muito jovem, não é restrita a horários específicos, é ideal que a mãe possa estar disponível para atendê-lo.
Contudo, no Brasil, a licença-maternidade é de apenas 120 dias, ou seja, cerca de 4 meses. Apenas em casos individuais ela pode ser ampliada, ou em decorrência da política interna da empresa onde a mulher trabalha. Esse período não é o suficiente para o tempo mínimo de amamentação exclusiva (6 meses), tampouco para manter a amamentação por um tempo maior.
A necessidade de estar inserida no mercado de trabalho, além de tirar da mãe o tempo necessário para se dedicar ao aleitamento materno, também é um momento crítico, porque provoca a diminuição do estímulo da produção de leite. Isso acontece devido ao fato de que o corpo da mãe produz mais leite quando é estimulado pelo movimento de sucção do bebê. Ou seja: para produzir leite, o bebê precisa mamar com frequência.
Uma das alternativas para esse problema é que a mulher faça a extração do leite, com ajuda das mãos ou de aparelhos específicos para isso. Desse modo, é possível armazenar o leite e oferecê-lo à criança mesmo quando a mãe não está em casa. No entanto, faltam políticas públicas que tornem o aleitamento materno possível para todas as mulheres.
E se a mãe parar de produzir leite, o que fazer?
Há casos em que a mãe não pode ou não consegue realizar o aleitamento materno — nem mesmo pelo período mínimo recomendado. Os fatores para essa realidade são diversos:
- ser HIV positivo;
- ser dependente química;
- ter alguma condição de saúde, como a hipoplasia mamária, que dificulta a produção de leite; etc.
Nesses casos, o Governo Federal conta com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, presente em todos os estados brasileiros. São mais de 200 bancos de leite materno e postos de coleta, que atendem mães que produzem muito leite. Com o auxílio dos bancos, elas doam parte de sua produção para aquelas mães que não conseguem amamentar.
O Banco de Leite é uma iniciativa que visa auxiliar, inclusive, bebês em situação crítica, que estão internados ou desnutridos. Dessa forma, toda doação é bem-vinda.
Existem fases do aleitamento?
O aleitamento materno não passa por diferentes fases. É o leite oferecido à criança que se modifica conforme a amamentação e o crescimento do bebê. Funciona assim:
Fase 1: Colostro
Durante os primeiros dias de vida, o estômago do bebê ainda é muito pequeno e quase não consegue armazenar leite. Por isso, ele mama em menor quantidade, mas com maior frequência.
Nessa fase inicial, sobretudo nos primeiros cinco dias de vida da criança, o corpo da mãe produz o colostro: um líquido de aparência transparente ou amarelada que contém as proteínas e anticorpos necessários para a proteção do bebê.
Fase 2: Leite de transição
Entre o 6º e o 15º dia após o nascimento do bebê, o corpo da mulher passa a produzir um leite mais denso e volumoso, chamado leite de transição. Ele é rico em gorduras e carboidratos.
Fase 3: Leite maduro
O leite maduro começa a ser produzido por volta do 25º dia de vida do bebê e possui uma aparência consistente e esbranquiçada. Ele é composto por proteínas, gorduras, carboidratos e outros nutrientes.
Leia uma redação pronta
Agora, para se inspirar, leia uma redação sobre o tema “Aleitamento materno em questão no Brasil”, com o feedback completo logo abaixo:
Amamentar significa cuidar de uma vida e representa um dos vínculos afetivos mais importantes , sobre os quais a evolução humana ainda não conseguiu substituir. Apesar da importância de tal ato[1] muitas brasileiras, entretanto, esbarram no preconceito de aleitarem seus filhos em locais públicos.[2] Sobre esse aspecto, convém analisar a importância em se estimular o aleitamento materno no Brasil.
Inicialmente[10] é possível destacar como a amamentação torna-se importante no desenvolvimento físico e psíquico dos recém-nascidos. Segundo a Constituição Federal de 1988 [3], a saúde é um direito de todos, sendo que o apoio social ao aleitamento constitui um dos principais estímulos à promoção da cidadania por parte da sociedade como um todo. Tal exercício, contudo, esbarra em constrangimento moral, devido ao preconceito que muitas mães enfrentam ao amamentarem seus filhos em vias públicas.
Outrossim,[6] todavia, o Brasil ainda é um dos países que mais praticam o aleitamento materno. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 36,6% das crianças com até 6 meses[4] recebem exclusivamente leite materno, sendo que este índice está acima da média mundial. Por outro lado, o número de aleitamento poderia ser maior[5] não fosse a falta de conhecimento da sociedade, que vê a amamentação em locais públicos, em muitas ocasiões, como gesto obsceno.
Portanto, a importância do aleitamento materno é fato. O Ministério da Saúde deve ampliar as campanhas publicitárias, por meio da vinculação destas,[7] aos[8] diversos meios de comunicação como rádios, televisores, entre outros. Nesse sentido, busca-se conscientizar a população sobre a importância que a amamentação promove à saúde do bebê, não somente física como também afetiva, devido à conexão maior entre mãe e filho.[9] Espera-se, com isso, que esse gesto importante não diminua, devido à falta de informação.
Avaliação da redação
Veja os comentários do corretor para essa redação sobre aleitamento materno!
Competência I: demonstrar domínio da norma culta
- [1] Insira uma vírgula.
- [5] Acrescente uma vírgula aqui.
- [7] Retire a vírgula.
- [10] Seu texto apresentou precisão vocabular e obedeceu às regras gramaticais. Parabéns! O domínio da norma culta será fundamental para construção de sua nota no exame do Enem.
Competência II: compreender a proposta
- [2] Contextualizou o assunto de forma clara e objetiva.
Competência III: selecionar e relacionar argumentos
- [3] Citação muito bem relacionada à discussão.
- [4] Muito bem! Estes dados deram credibilidade a seu argumento.
Competência IV: conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
- [6] Excelente! O texto foi articulado de forma muito eficiente, deixando clara qual informação e interpretação que gostaria que o leitor tivesse.
- [8] Utilize conectivos e marcadores discursivos para relacionar as partes do texto: “através dos”.
Competência V: elaborar a proposta de intervenção para o problema
- [9] Excelente! Você resolveu os problemas apresentados na argumentação e, ainda, compreendeu muito bem o que é necessário conter na proposta de intervenção.
Nota: 960
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