Você com certeza já ouviu dizer que uma vida sedentária traz uma série de malefícios para a saúde e a capacidade de realizar tarefas básicas do cotidiano. Mas o que exatamente é o sedentarismo? E como você pode identificar esse estilo de vida?
Neste conteúdo, você responde a essas e outras perguntas sobre uma das condições que acomete mais pessoas ao redor do mundo. Você também aprende a falar sobre o assunto e confere dados importantes e uma redação pronta sobre o tema. Continue lendo e saiba mais!
O que é?
O sedentarismo é uma condição de saúde causada pela de atividades físicas regulares, o que pode levar a impactos na saúde e bem-estar de uma pessoa. As suas raízes podem estar relacionadas a fatores variados, como estilo de vida, avanços tecnológicos e hábitos culturais que incentivam uma rotina passiva.
Além disso, os impactos de levar uma vida sedentária também são múltiplos. Nesse sentido, afetam tanto questões individuais (como a piora da qualidade de vida de uma pessoa) quanto a qualidade e a disponibilidade de serviços de saúde pública.
Como saber se uma pessoa é sedentária?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa é considerada sedentária quando não pratica pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. Identificar esse comportamento, porém, pode não ser uma tarefa simples.
Alguns sinais que nos ajudam a perceber se levamos uma vida sedentária são:
- Falta de exercícios físicos regulares: Se você não pratica esportes, não caminha regularmente ou não realiza nenhuma atividade física programada, já tem um forte indicativo de sedentarismo.
- Tempo excessivo em atividades passivas: O hábito de passar longas horas assistindo TV, jogando videogame, navegando na internet ou utilizando dispositivos móveis, sem pausas para movimentação, pode ser um alerta de uma vida sedentária.
- Cansaço excessivo e fadiga frequente: Pessoas sedentárias costumam relatar maior sensação de cansaço, mesmo após atividades leves, como subir poucos lances de escadas, correr por alguns minutos ou mesmo fazer caminhadas um pouco mais longas.
- Dores musculares e problemas posturais: A falta de movimentação pode causar dores musculares e articulares, além de contribuir para problemas de coluna e postura inadequada.
- Aumento de peso e alterações metabólicas: O sedentarismo pode levar ao ganho de peso, aumento da gordura corporal e desregulação do metabolismo, afetando a saúde geral. Assim, acaba afetando o funcionamento normal do nosso corpo, influenciando inclusive outras questões hormonais.
Quais são os riscos do sedentarismo?
O sedentarismo está associado a uma série de riscos à saúde. Entre os principais perigos desse estilo de vida estão:
- Doenças cardiovasculares: A falta de atividade física aumenta o risco de hipertensão arterial, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), pois contribui para o acúmulo de placas de gordura nas artérias.
- Diabetes tipo 2: O sedentarismo favorece o aumento da resistência à insulina, levando ao desenvolvimento do diabetes tipo 2.
- Obesidade: A inatividade física associada a uma alimentação inadequada pode resultar em ganho de peso excessivo e obesidade, aumentando o risco de outras doenças.
- Problemas osteomusculares: A falta de movimento pode causar fraqueza muscular, perda de flexibilidade e problemas nas articulações, como artrite e osteoporose.
- Depressão e ansiedade: A ausência de exercícios físicos pode impactar negativamente a saúde mental, aumentando os riscos de ansiedade, estresse e depressão.
Além disso, pesquisas apontam que o sedentarismo também pode estar relacionado a uma menor expectativa de vida.
Um estudo da PLOS One analisou dados de mais de 1600 pessoas com mais de 50 anos e identificou uma relação entre o período que se passa sentado e o aumento do risco de mortalidade por todas as causas. De acordo com os resultados, foi possível estabelecer uma relação entre o sedentarismo e os maiores riscos de desenvolver doenças como câncer, doenças cardiovasculares e doenças crônicas.
Principais consequências
Além dos riscos à saúde, o sedentarismo pode trazer diversas consequências para o nosso dia a dia. São alguns exemplos:
- Diminuição da capacidade funcional: A falta de atividade física pode comprometer a mobilidade e a independência, dificultando a realização de tarefas simples, como subir escadas ou caminhar por longos períodos. Ao longo do tempo, essa dificuldade pode ocasionar a incapacidade de viver sozinho, por exemplo.
- Comprometimento da saúde mental: A inatividade está relacionada a maiores níveis de estresse, ansiedade e sintomas depressivos, já que a prática de exercícios libera endorfinas, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.
- Impacto na produtividade e no desempenho cognitivo: A falta de movimentação pode levar à fadiga mental, diminuição da concentração e redução da produtividade no trabalho e nos estudos.
- Agravamento de doenças crônicas: Quem já possui doenças como diabetes, hipertensão ou problemas cardíacos pode ver seu quadro de saúde piorar devido à falta de exercício.
No entanto, os impactos negativos de uma vida sedentária não se limitam a questões individuais, afetando a sociedade como um todo. Afinal, com o aumento do número de pessoas com doenças associadas à inatividade física, pode haver sobrecarga nos sistemas de saúde pública e privada, resultando em altos custos para tratamentos e hospitalizações.
Principais fatores que contribuem para o sedentarismo
O sedentarismo é uma condição multifatorial, que vem se tornando mais comum com o avanço tecnológico e a facilitação de tarefas que, até então, exigiam mais esforço. Nesse novo cenário, podem contribuir para o sedentarismo:
- Jornadas de trabalho extensas: Muitas pessoas passam grande parte do dia em empregos que exigem longas horas sentadas, limitando o tempo para atividades físicas.
- Falta de incentivo e acesso a espaços para exercícios: A ausência de infraestrutura, como praças, parques e academias acessíveis, pode dificultar a prática de atividades físicas.
- Sedentarismo infantil e influência familiar: Crianças criadas em ambientes onde a prática de esportes não é incentivada tendem a adotar hábitos sedentários ao longo da vida.
No entanto, também é preciso ter em mente que o sedentarismo pode ser o resultado de outras condições de saúde. Por exemplo: doenças articulares e cardiovasculares podem afetar a capacidade de uma pessoa de realizar exercícios físicos. Nesses casos, pode ser necessário contar com um acompanhamento profissional — que não é acessível para todos.
O mesmo acontece com fatores psicológicos: embora a prática de exercício seja essencial para a manutenção da saúde mental, a falta de motivação, a baixa autoestima e o estresse podem manter uma pessoa afastada das atividades físicas. Desse modo, ela fica presa em uma espécie de paradoxo, no qual precisa fazer atividades físicas para ter mais motivação, mas precisa estar motivada para realizar as atividades.
O que isso nos diz é que a condição sedentária não deve ser entendida de forma estigmatizada, como se fosse resultado da “preguiça” dos indivíduos. Na verdade, ela é resultado de uma série de fatores que, juntos, estimulam essa forma passiva de viver — e requer uma grande força de vontade, além de outros tipos de apoio, para ser superada.
Como falar sobre o assunto na redação?
Uma das melhores formas de abordar o tema do sedentarismo é conhecendo alguns dados centrais sobre o assunto. Afinal, usar dados na redação também é uma maneira de demonstrar domínio sobre o assunto e reforçar a sua argumentação. Por isso, confira:
- Sedentarismo ao redor do mundo: Um estudo realizado pelo Lancet Global Health identificou que cerca de 31% da população mundial (1,8 bilhão de pessoas) não pratica o nível recomendado de exercícios. O número pode chegar a 35% até 2030, e atinge principalmente pessoas com 18 anos ou mais.
- Sedentarismo no Brasil: Os dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) mostram que o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e o quinto no ranking mundial. Aqui, cerca de 300 mil pessoas morrem por ano devido a doenças associadas ao sedentarismo. Além disso, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos brasileiros adultos são sedentários e entre os jovens o número é maior e ainda mais alarmante: 84%.
Outra dica importante é ampliar o seu repertório sociocultural. Para isso, você pode consumir filmes, séries, livros e podcasts sobre o assunto, expandindo sua interpretação e os debates sobre o tema. Aqui vão algumas dicas:
- Inatividade letal (2014): Este documentário brasileiro investiga os impactos da falta de atividade física na saúde da população e os custos desse problema para o sistema de saúde.
- The motivation factor (2017): O documentário explora a importância da atividade física para o desempenho cognitivo, a saúde mental e a longevidade, comparando estilos de vida ativos e sedentários.
- Detetives da saúde (Portal Drauzio Varella): Apresentado por especialistas, este podcast aborda diversos temas de saúde, incluindo a importância da atividade física e os riscos do sedentarismo. Recomendamos os episódios “Por que precisamos nos mexer?” e “Os impactos do sedentarismo na saúde”.
Leia um exemplo de redação do tema: Sedentarismo: o grande mal do século?
Na contemporaneidade, com o advento da tecnologia, houve mudanças significativas na rotina do brasileiro. Dessa forma, percebe-se que as atividades físicas e o cuidado com a saúde tem ficado em segundo plano. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como o desenvolvimento de doenças, em decorrência desse novo cotidiano e, a falta de infraestrutura nas cidades para a realização de atividades físicas simples.
Em primeira análise, cabe pontuar que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 60 milhões de pessoas são sedentárias. Por conseguinte, o baixo gasto calórico semanal, desencadeia um ambiente propenso para evolução de doenças, tais como diabetes, osteoporose, câncer, doenças cardiovasculares, problemas na coluna, entre outros. Ademais, todas essas disfunções reduzem a qualidade de vida do indivíduo, impossibilitando-o de realizar tarefas habituais.
Além disso, convém frisar que grande parte dos municípios carecem de ciclovias, “pedestrovias” e academias populares. Como resultado, pessoas que não possuem renda para arcar com atividades físicas particulares são impossibilitadas de exercitarem-se, dando espaço ao sedentarismo. Outrossim, cidadãos arriscam-se no meio de carros, ônibus e motocicletas, praticando exercícios como caminhada e ciclismo, buscando assim uma vida mais saudável.
Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. É imprescindível que o Governo Federal, junto aos governos municipais, elabore um plano de obras visando estruturar as cidades com ciclovias, academias populares e “pedestrovias”, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos moradores e reduzir o número de pessoas sedentárias e portadoras de doenças causadas por esse mal. Também é essencial que as autoridades realizem mutirões para promover a saúde, com palestras ministradas por médicos e exames de rápido resultado, afim de orientar toda a população sobre a importância de zelar pelo bem-estar físico e mental.