Em 2024, o tema da redação do Enem foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil“.
O Brasil é um país marcado por uma herança cultural rica e diversa, fortemente influenciada pela presença africana ao longo de sua história. No entanto, apesar das contribuições significativas dos povos africanos na formação da identidade nacional, a valorização dessa herança ainda enfrenta obstáculos profundos.
Neste conteúdo, você confere como escrever sobre esse assunto, etapa por etapa. Ao final, vamos te mostrar uma redação pronta acerca do tema! Vamos lá?
O que falar na introdução da redação?
A introdução da redação tem duas funções principais: apresentar o tema e expor a tese do candidato.
O tema da redação a gente já sabe. Por isso, basta mencioná-lo de forma direta. Vale lembrar, nesse momento, que a herança africana é parte da constituição do nosso país e, por isso, está presente em diferentes partes da nossa cultura: religião, culinária, formas de vestir, esportes, música etc.
A sua tese, por outro lado, tem como função indicar para o corretor da redação o ponto de vista que você assumirá ao longo do seu texto. Por exemplo: você pode defender que um dos desafios para a valorização da herança africana é o racismo estrutural. Ou, por outro lado, pode argumentar que é uma falha educacional.
Lembre-se: um texto dissertativo-argumentativo deve conter tanto os fatos, quanto a sua posição sobre o assunto. Neste primeiro parágrafo, portanto, você precisa reunir esses elementos e articulá-los.
Nesta etapa, você também pode:
- Usar citações na redação. Começar o seu texto com uma citação que se adeque ao tema já é uma maneira de mostrar ao corretor que você tem conhecimentos sobre aquele assunto.
- Mostrar o seu repertório sociocultural. Filmes, notícias, livros etc. podem estar ligados ao tema e à sua tese, então por que não citá-los já no começo?
Como elaborar o desenvolvimento?
Na etapa do desenvolvimento da redação, você deve apresentar ao corretor os argumentos que sustentam a sua tese. Para isso, você pode usar de dois a três parágrafos.
Este é o momento de:
- Usar dados na redação. Os dados são uma excelente maneira de reforçar o seu ponto de vista, uma vez que corroboram de forma concreta com aquilo que você está defendendo. Por isso, cite pesquisas, reportagens, leis etc.
- Usar os textos de apoio. Embora você não possa copiar os textos de apoio, eles estão ali para orientar parte do seu desenvolvimento na redação. Por isso, não os deixe de lado!
- Explorar diferentes estratégias argumentativas. Mais do que só expor o seu ponto de vista, que tal construí-lo de forma a relacioná-lo com outros fatos e acontecimentos?
Também é importante manter em mente que o desenvolvimento é o maior pedaço da sua redação, e onde serão avaliadas 4 das 5 competências do Enem. Por isso, dedique-se a ele!
E lembre-se: manter a coesão e coerência é fundamental. Então nada de argumentos que se contradizem, nem de esquecer os conectivos!
E a conclusão?
O parágrafo de conclusão, assim como o de introdução, tem duas funções principais: retomar as ideias do texto e apresentar uma proposta de intervenção.
Ao retomar as ideias do seu texto, lembre-se de recuperar a sua tese — afinal, é nela que se baseia toda a sua argumentação. Outra dica importante é não abrir mão dos conectivos, responsáveis pela articulação dos seus parágrafos e frases.
Além disso, uma boa proposta de intervenção é constituída por cinco partes. São eles:
- O agente, isto é, o responsável por executar a ação — em geral, um dos GOMIFES;
- A ação em si, ou seja, o que precisa ser feito;
- O modo como essa ação pode ser executada;
- A finalidade dessa ação;
O detalhamento, isto é, a explicação de um desses outros componentes.
Redação pronta sobre o tema
Agora que você já entendeu como escrever sobre o tema do Enem 2024, pode conferir uma redação pronta sobre o assunto. Lembre-se, ler redações prontas é uma maneira simples de:
- se familiarizar com a estrutura da redação;
- expandir o seu repertório sociocultural;
- aprender a identificar errinhos e pontos de melhoria no seu trabalho.
Se você fez a prova do Enem 2024, é uma forma de entender o que você também pode ter acertado. Se você não fez, é uma oportunidade de se preparar para as provas do próximo ano. Vamos lá:
No filme “Pantera Negra”, dirigido por Ryan Coogler, é explorada a riqueza da cultura africana através da ficção científica, apresentando Wakanda como uma nação avançada e cheia de tradições. Um aspecto relevante da obra é a celebração da identidade africana e a valorização das tradições e dos costumes do continente. Entretanto, fora da ficção, tal cenário não se faz presente na atualidade, tendo em vista que os desafios para a valorização da herança africana no Brasil ainda persistem. Nesse sentido, é preciso analisar como a falta de educação sobre a história afro-brasileira e a perpetuação de estereótipos raciais contribuem para esse empecilho.
Sob esse viés, pode-se apontar a falta de educação sobre a história e cultura africana e afro-brasileira como fator motivador do problema. Tal fato ocorre pois as contribuições africanas para a formação cultural e histórica do Brasil são frequentemente minimizadas nos currículos escolares. Comprova-se isso a partir de um estudo realizado pelo Instituto Alana e Geledés – Instituto da Mulher Negra -, no qual o resultado aponta que sete em cada dez secretarias municipais de educação não realizaram ou fizeram poucas ações para implementar o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. Logo, vê-se que a marginalização da cultura africana impacta negativamente na construção de uma identidade nacional mais plural e inclusiva, por isso esse cenário deve ser desconstruído.
Ademais, é importante salientar que a perpetuação de estereótipos raciais também constitui-se como um obstáculo, ao contribuírem para a deslegitimação das tradições afro-brasileiras, associando-as a imagens negativas e preconceituosas. Por exemplo, as religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, frequentemente são retratadas na mídia como práticas associadas a superstições, feitiçaria ou violência, o que reforça a ideia de que seus adeptos são perigosos. Dados apresentados pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro comprovam essa estigmatização, os quais demonstram que 70% dos casos de violência registrados no estado são contra praticantes dessas religiões. Evidencia-se, assim, que a desvalorização da herança africana é um entrave que precisa ser solucionado.
Portanto, tal cenário revela que a valorização da herança africana enfrenta grandes desafios. Logo, para a resolução desse problema, o Estado deve promover a inclusão da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares, como iniciativas de formação para professores e desenvolvimento de materiais didáticos. Isso será colocado em prática por meio de campanhas de conscientização e revisão dos conteúdos educacionais, a fim de promover um entendimento mais profundo sobre sua contribuição para a cultura nacional. Além disso, o Estado deve combater a perpetuação de estereótipos raciais, para que, dessa forma, seja possível resgatar e valorizar a herança africana como parte essencial da identidade do país, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária.
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