A violência contra a mulher é caracterizada por qualquer ato de agressão, física, sexual, psicológica ou econômica, perpetrado contra uma mulher devido ao seu gênero. Esses atos podem ocorrer em diversos contextos, tanto públicos quanto privados.
De acordo com a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), três a cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica.
Pensando nisso, preparamos um conteúdo completo sobre as formas de violência contra a mulher e um exemplo de redação com correção detalhada sobre o assunto. Continue a leitura e saiba mais!
Quais são os tipos de violência contra a mulher?
A violência contra a mulher pode se manifestar de várias formas, que podem ser classificadas em diferentes tipos principais:
Violência Física
Envolve qualquer forma de agressão física contra a mulher, como socos, chutes, empurrões, estrangulamento, entre outros.
Violência Sexual
Compreende qualquer conduta que force a mulher a participar de atividades sexuais indesejadas, incluindo estupro, coerção sexual, abuso sexual, e assédio sexual.
Violência Psicológica ou Emocional
Caracteriza-se por comportamentos que visam controlar, intimidar, humilhar, manipular emocionalmente ou isolar a mulher, afetando sua autoestima e saúde mental.
Violência Patrimonial
Refere-se ao controle, retenção ou destruição de bens e recursos financeiros da mulher, dificultando sua independência econômica e capacidade de tomar decisões.
Violência Moral
Consiste em qualquer forma de calúnia, difamação ou injúria contra a mulher, visando desacreditá-la perante a sociedade.
Feminicídio
Refere-se ao assassinato de mulheres por razões relacionadas ao seu gênero. É a forma mais extrema de violência contra a mulher e demonstra o extremo de desigualdade e discriminação que muitas mulheres enfrentam.
Quais são as causas da violência contra a mulher?
Esse tipo de violência é sustentado por múltiplos fatores interligados. Normas culturais que perpetuam estereótipos de gênero, como a superioridade masculina e a submissão feminina, são fundamentais na legitimação de comportamentos violentos.
Além disso, a falta de educação sobre os direitos das mulheres e a persistente desigualdade econômica, que muitas vezes resulta na dependência financeira das mulheres em relação aos parceiros, aumentam sua vulnerabilidade à violência doméstica e à exploração.
A implementação inconsistente das leis e a ausência de políticas públicas eficazes para prevenir e punir a violência de gênero também são desafios significativos que precisam ser enfrentados para promover uma sociedade mais justa e igualitária.
Quais são as consequências da violência contra a mulher?
A violência contra a mulher tem repercussões significativas, tanto emocionais quanto físicas. Em nível emocional, as vítimas frequentemente sofrem de trauma psicológico severo, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. Essas experiências acarretam no medo constante e insegurança das vítimas, comprometendo seus relacionamentos e bem-estar emocional.
Fisicamente, as consequências da violência incluem lesões graves como fraturas, lesões internas e queimaduras, exigindo tratamento médico imediato. Além disso, as vítimas enfrentam riscos aumentados de problemas de saúde a longo prazo, como doenças sexualmente transmissíveis e complicações durante a gravidez. Tragicamente, em alguns casos, a violência leva até mesmo à morte da vítima quando não são tomadas medidas punitivas contra o agressor.
Principais leis de proteção à mulher
No Brasil, as principais leis relacionadas à violência contra a mulher são:
Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006)
É a principal legislação brasileira que visa proteger as mulheres contra a violência doméstica e familiar, estabelecendo medidas protetivas, criando Juizados Especiais de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e aumentando as penalidades para os agressores.
Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015)
Define o feminicídio como homicídio cometido contra mulheres por razões de gênero, estabelecendo penas mais severas para esse tipo específico de crime.
Lei do Minuto Seguinte (12.845/2013)
Assegura às vítimas de violência sexual o direito ao atendimento imediato pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este atendimento inclui assistência médica, psicológica, social, a realização de exames preventivos e informações sobre os seus direitos.
Lei nº 13.871/2019
Alterou o Código Penal para incluir o crime de violência psicológica contra a mulher como forma de violência doméstica e familiar.
Leia também: Entenda o feminicídio no Brasil e veja como falar sobre ele na redação
Exemplo de redação sobre o tema: A violência contra a mulher
Em briga de marido e mulher, que interrompa-se a colher
Diante uma sociedade em que acredita fielmente que se uma mulher for vítima de violência surge um inerte pensamento de que ela que condicionou tal ato, de fato, algo de errado está presente em nosso meio contemporâneo. Segundo Simone de Beauvoir, “ninguém nasce mulher: torna-se mulher” [1], dito isso, é fundamental destacar a importância do papel feminino no atual contexto social e acima de tudo destacar os motivos que levam a violência contra as mulheres. [2]
Perante esses aspectos, é fundamental destacar que o papel feminino na sociedade possuía, e na mentalidade de alguns ainda possuí, a função de ser submissa ao homem. Diante o movimento feminista que se espalhou pelo mundo todo no cenário contemporâneo, acarretou na busca pelas lutas de gênero em busca de equidade social. O feminicídio dialoga diretamente com o crime contra o sexo feminino, que diante um contexto hodierno, tem tornado-se cada vez mais frequente. Tendo em vista tal aspecto, foi elaborada a lei Maria da Penha, a mesma, que se tornou um símbolo da luta pelos direitos das mulheres, foi violentada por seu marido. A violência contra mulher não possuí [3] somente agressores desconhecidos pela vítima, porém, sua primazia ocorre com seus parceiros. [4]
Diante disso, tendo em vista que ameaças ocorrem frequentemente contra as vítimas, o número de denúncias ainda é escasso. Segundo Pierre de Bourdieu, o crime é produto dos excessos sociais. A questão não está somente no tipo de agressão que as mulheres sofrem, mas também, no tipo de formação social que se é proporcionado aos homens, tendo em vista que, os mesmos são ensinados a não chorarem, serem fortes, agressivos, e virís, gera de fato uma frustração com o sexo masculino, o que acarreta na atual questão do feminicídio. Como já dizia Marx, o homem é fruto do meio, se a sociedade proporciona a misoginia, é de fato que, o mesmo acontecerá. [5] [6]
Descartes acreditava que não há métodos fáceis para combater difíceis questões, diante disso [7], é fundamental que haja uma mudança no pensamento social no quesito feminino, por meio da questão midiática como por exemplo, propagandas que emocionem o receptor sobre a violência contra as mulheres, além de informar a importância da denúncia anônima e a questão do departamento de polícia contra a violência feminina. Cabe também ao Ministério da Justiça, juntamente com o legislativo elaborar propostas mais severas da lei Maria da Penha, e acima de tudo, punir de forma mais assetiva os criminosos, afim de que, tais atos não ocorram mais [8] no hodierno ambiente social.
Comentários sobre a correção da redação
Veja os comentários do corretor sobre a redação.
Competência I: demonstrar domínio da norma culta
- [3] “Possui” seria o correto.
- [4] Muito boa ortografia.
Competência II: compreender a proposta
- [9] A proposta foi muito bem trabalhada.
Competência III: selecionar e relacionar argumentos
- [2] Muito bom o começo.
- [6] Argumentos muito bem colocados.
Competência IV: conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
- [1] Citação muito bem feita.
- [5] Texto muito bem elaborado.
- [7] O uso dessa locução dá a entender que, diante do pensamento de Descartes, outra coisa acontece, mas não é exatamente assim. Uso errado do conectivo.
Competência V: elaborar a proposta de intervenção para o problema
- [8] Muito bem fundamentada a proposta de solução, parabéns!
Comentário final
O texto está maravilhoso! Continue assim!
Nota: 960
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