No ENEM, os aspectos gramaticais são cobrados na competência I, com notas de 0 a 200. Os erros variam entre leves, médios e graves, sendo penalizados, portanto, de formas diferentes, dependendo, inclusive, da reincidência deles ao longo do texto. Neste post, listamos por categoria como a banca avalia a gravidade dos desvios de norma culta para que você fique ainda mais atento na hora de produzir e revisar o texto.
Confira:
DESVIOS GRAVES
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Período incompleto
Este erro leva à perda também na competência IV, por comprometer a coesão textual.
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Ausência, ou presença inadequada, de pontuação que compromete o sentido
Observe a diferença:
- Caio, o chefe da empresa chegou.
- Caio, o chefe da empresa, chegou.
Em a, alguém avisa Caio que o chefe da empresa chegou. Em b, Caio é o chefe da empresa e chegou no local.
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Uso de gírias
Próprias do discurso informal da língua, é extremamente grave usar gírias na redação do Enem.
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Problemas de ortografia
Trocar uma letrinha pode mudar o sentido de uma palavra. É preciso atenção na hora da escrita. Ex.: absorver = reter, incorporar. É diferente de absolver, que significa inocentar.
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Problemas com o uso de maiúsculas e minúsculas
Por tratar-se de uma habilidade básica, o erro no uso de maiúsculas para nomes próprios, por exemplo, é inaceitável.
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Ausência de acentuação
A palavra “denúncia”, quando sem acento, vira um verbo. “Ele denuncia todos os corruptos.” Percebe a importância? Não se esqueça de conferir os acentos.
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Falta de concordância (verbal ou nominal)
Leia a seguinte frase: A carência de medidas públicas geram a ocorrência.
Consegue perceber o erro? Instintivamente, o verbo “gerar” concordou com “medidas públicas”, quando na verdade deveria concordar com “a carência”.
Correto: A carência de medida públicas gera a ocorrência.
DESVIOS MÉDIOS
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Falta de concordância entre adjetivos e substantivos
Adjetivos devem concordar em gênero e número com o substantivo. Ex.: A roupa limpa foi guardada com cuidado.
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Regência verbal e nominal inadequada (uso equivocado de preposição)
O verbo corroborar, por exemplo, é usualmente regido com preposição “com”, quando na verdade não deveria, pois é transitivo direto, com sentido de reforçar, fortalecer. Portanto, “a falta de medidas corrobora a pobreza” e não “com” a pobreza. Atenção.
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Ausência ou uso inadequado da crase
“Cheirar a gasolina” é diferente de “Cheirar à gasolina”. No primeiro caso, alguém sente o cheiro da gasolina. Já no segundo, alguém está exalando o cheiro da gasolina! A crase pode mudar tudo 😉
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Problemas quanto à estrutura das frases
Atenção na hora de montar uma oração, principalmente as mais longas, para que as frases possuam ligação coerente, por meio das preposições coordenativas ou subordinativas. Aprenda mais sobre elas AQUI e AQUI.
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Uso inadequado de vírgula, por exemplo, entre sujeito e verbo
Não se deve nunca separar o sujeito de sua ação!
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Marca de oralidade
É inadequado tratar o texto como a transcrição de uma discussão cotidiana. Atente-se ao discurso formal da língua.
DESVIOS LEVES
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Falta de concordância (passiva sindética)
Errar o “vende-se” casas ao invés de “vendem-se” é considerado um erro leve, por sua complexidade.
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Desvios de pontuação que não alteram a coesão textual
Observe: “Visto que, a população não se mobiliza, medidas precisam ser tomadas.”
A vírgula depois do “visto que” é incorreta, mas a leitura e a compreensão dela não foram comprometidas, por isso, o desvio é considerado leve.
Queremos prepará-lo para a nota máxima na redação, portanto, atenção tanto aos desvios mais graves, quanto aos mais leves, para não perder ponto de bobeira, hein?
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