A ciência é uma das principais forças responsáveis pelo avanço das sociedades modernas: da produção de vacinas à inovação tecnológica, do desenvolvimento sustentável à formulação de políticas públicas. No entanto, no Brasil, pesquisadores ainda enfrentam o problema de desvalorização da ciência de maneira geral, o que compromete a continuidade e os impactos de seus estudos no país.
Neste conteúdo especial preparado pela Equipe Imaginie, você vai entender os motivos desse panorama atual, os desafios enfrentados por quem atua nessa área e o que pode ser feito para mudar o cenário de desvalorização da ciência no Brasil. Leia também uma redação pronta sobre o assunto e se inspire a escrever!
O que causa a desvalorização da ciência no Brasil?
Uma das raízes da desvalorização da ciência no país está nos cortes orçamentários sucessivos nas principais agências de fomento (como CNPq, CAPES e MCTI) que inviabilizam pesquisas, reduzem bolsas de pós-graduação e limitam a inovação tecnológica. Esse cenário alimenta a “fuga de cérebros”, em que cientistas formados no Brasil migram para o exterior em busca de melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Além da falta de investimento, o problema também é cultural e estrutural: grande parte da população desconhece como a ciência impacta a vida cotidiana. A desinformação, o negacionismo científico e a baixa presença de cientistas na mídia contribuem para esse distanciamento. Esse cenário se agravou durante a pandemia, quando muitos pesquisadores foram atacados por defenderem dados e protocolos baseados em evidências.
Quais são as dificuldades para a valorização da ciência brasileira?
O financiamento insuficiente, a burocracia para executar pesquisas e a falta de políticas públicas consistentes limitam o avanço da produção científica. Mesmo quando os estudos são produzidos, muitos não recebem visibilidade nem são aplicados socialmente.
Outro desafio é a falta de incentivo à educação científica desde a base escolar. As escolas brasileiras ainda não estimulam suficientemente o pensamento crítico, a investigação e a curiosidade, o que contribui para o desinteresse dos jovens pelas áreas de ciência e tecnologia.
Como melhorar esse cenário?
Valorizar a ciência exige ações coordenadas em diferentes níveis. No campo governamental, é essencial garantir investimento contínuo e sustentável, tanto em pesquisa básica quanto aplicada. Também é preciso modernizar os laboratórios das instituições públicas e ampliar bolsas de iniciação científica e pós-graduação.
Além disso, é urgente aproximar a ciência da sociedade. Divulgar os avanços científicos em linguagem acessível, destacar a atuação de cientistas brasileiros na mídia e promover projetos de popularização da ciência em escolas e comunidades são passos fundamentais para construir uma cultura científica sólida e participativa.
Ciências humanas
As ciências humanas também sofrem com desvalorização, especialmente por parte de setores que consideram essas áreas “menos produtivas” ou “ideológicas”. No entanto, são justamente elas que ajudam a entender a sociedade, interpretar contextos históricos, desenvolver políticas públicas e promover a cidadania.
Valorizar as ciências humanas é reconhecer que tecnologia e inovação não existem sem o pensamento crítico, a ética, a sociologia, a história e a filosofia. Assim como as engenharias constroem pontes físicas, as humanidades constroem as pontes sociais que sustentam o diálogo, a democracia e os direitos humanos.
Redação pronta sobre o tema ‘A desvalorização da ciência no Brasil’
A ciência é crucial para o desenvolvimento da sociedade, ao contribuir consideravelmente para o avanço desta [1], visto que é responsável por várias mudanças sociais desde seu surgimento. Tal fato é comprovado pela análise de importantes movimentos históricos [2] como a Revolução Verde, que consolidou a agricultura mundial através do aprimoramento de técnicas do uso do solo, e o Iluminismo, responsável pela mudança da mentalidade dos indivíduos por meio da ascensão das ciências humanas. [3] Desse modo, é fundamental que haja a valorização dessa ferramenta devido à sua importância para o progresso das civilizações. [4]
O Brasil, que se encontra na posição econômica de país emergente, depende significativamente de pesquisas e inovações tecnológicas para alcançar o status de nação desenvolvida. Para tanto, é indispensável que haja grandes investimentos nesse âmbito, assim como na melhoria da infraestrutura e na maior disponibilidade de verba para os cientistas. No entanto, dados coletados pelo jornal Estadão indicam que houve, em 2016, a pior crise financeira da história nos institutos de ciência dependentes do Governo Federal. Tal situação é, portanto, reflexo do descaso das autoridades governamentais e ocasiona prejuízos tanto à classe científica quanto à população em geral. [5][6]
Além disso, é importante enfatizar que os avanços científicos, além da sua potencialidade econômica, têm papel fundamental na superação de problemas de cunho social. Por meio do uso da ciência na produção de medicamentos de baixo custo e na criação de meios para a captação de água em lugares de seca, por exemplo, torna-se possível o enfrentamento de algumas dificuldades, ocasionadas pela desigualdade social, que atormentam a população mais pobre e marginalizado do país. Dessa forma, é fundamental que seja dada uma maior visibilidade às ciências, tendo em vista os inúmeros benefícios que podem oferecer para a sociedade. [5][6]
Logo, para a superação desse cenário preocupante, é papel do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicações criar centros de pesquisas, com ampla infraestrutura e dotados das tecnologias mais avançadas, que reúnam cientistas em prol do surgimento de inovações que possam ser implantadas na sociedade, de modo a promover, sobretudo, o desenvolvimento social e econômico do país. Ademais, o Governo Federal deve instituir a ciência como área prioritária de investimentos, ao lado da saúde e da educação. Nesse âmbito, será possível a valorização necessária do campo científico no Brasil. [7][8]
Avaliação por competência:
Competência I – Demonstrar domínio da norma culta:
[2] Quando a preposição “como” introduzir exemplos, ela deve ser antecedida por vírgula.
Competência II – Compreender a Proposta:
[4] Apresentação da tese de forma clara e objetiva.
[5] Apresentação de argumentos bem desenvolvidos e consistentes para a defesa do ponto ponto de vista.
Competência III – Selecionar e relacionar argumentos:
[6] Os argumentos foram bem selecionados e estão bem organizados. Parabéns!
Competência IV – Conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação:
[1] Uso correto do conectivo, muito bom!
[3] Bom uso do conectivo.
Competência V – Elaborar a proposta de solução para o problema:
[7] Proposta de intervenção muito bem desenvolvida, detalhada e relacionada ao tema.
[8] Sugestão: A proposta de intervenção necessita, além de um bom detalhamento, ser realizável. Desse modo, devido às crises financeiras no país, é pouco provável que se possa investir em infraestrutura e em tecnologia. Nesse sentido, poderia ter proposto, por exemplo, a criação de campanhas que buscassem o incentivo financeiro de empresas privadas.
Nota: 920
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