Quem nunca ficou com dúvidas quanto ao uso do hífen (-) em uma palavra? Principalmente após as mudanças que ocorreram com a reforma ortográfica, é comum não sabermos quando usar esse sinal gráfico em nossos textos.
Mas não se preocupe! Este artigo é para que você entenda tudo o que precisa saber sobre o uso do hífen para nunca mais cometer erros e não ser penalizado na prova de redação.
Então, papel e caneta na mão para fazer suas anotações! Preparado?
Para que serve o uso do hífen?
O hífen é usado para separar palavras compostas por mais de uma unidade significativa. Veja o exemplo para entender melhor:
“Arco-íris”: a palavra “arco” tem um significado próprio, assim como “íris” também. Porém, quando elas são ligadas pelo hífen, passam a compor uma palavra só e a significar algo diferente de suas definições particulares.
Algumas palavras, porém, não têm ou perderam a noção de composição. Assim, elas se tornaram uma unidade semântica única. É o caso, por exemplo, de “girassol”, “paraquedas” e “mandachuva”.
Por isso, não existe um critério único para saber se uma palavra tem ou não hífen. A única solução, então, é: praticar e tentar memorizar algumas regras específicas, sobre as quais nós vamos falar daqui a pouco.
Hífen x travessão
Antes de abordar sobre as regras de uso do hífen, vamos falar rapidamente sobre o travessão (—), já que muita gente costuma errar na utilização desses sinais de pontuação.
Enquanto o hífen é utilizado de acordo com algumas regras, o travessão, por sua vez, é utilizado para marcar um discurso direto (para iniciar uma fala) e para destacar trechos em textos, substituindo a função da vírgula.
Quando usar o hífen?
Agora que você já entende a função do uso do hífen e as suas diferenças da utilização do travessão, vamos às regras!
Derivação prefixal
De acordo com a reforma ortográfica, o uso do hífen é feito em alguns casos de derivação prefixal. Confira:
Vogal + vogal
O hífen é utilizado quando o prefixo terminar com vogal e a segunda palavra começar com a mesma vogal. Veja os exemplos:
- “micro-ondas”;
- “auto-observação”;
- “micro-organismos”;
- “contra-atacar”.
Porém, se o prefixo for “co”, “pro” ou “re” não se deve usar hífen mesmo se a palavra seguinte começar com a mesma vogal. É o caso, por exemplo, de:
- “coordenar”;
- “reeditar”;
- “coobrigar”;
- “coocupar”.
Vogal + H
Outro caso em que o hífen é utilizado é quando a primeira palavra termina com vogal e a segunda com “H”. Veja na prática:
- “anti-herói”;
- “co-herdeiro”;
- “sobre-humano”;
- “auto-hipnose”.
Consoante + consoante
Se a primeira palavra terminar com a mesma consoante que a segunda é iniciada, você deve usar hífen.
- “inter-racial”;
- “inter-regional”;
- “super-rapidez”;
- “super-resistente”.
Sub + R
Você deve usar hífen se o prefixo for “sub” e a palavra seguinte começar com “R”. Confira os exemplos:
- “sub-reino”;
- “sub-regional”;
- “sub-registro”;
- “sub-rede”.
“Circum” ou “pan” + “M”, “N”, “H” ou vogal
Se o prefixo for “circum” ou “pan” e a segunda palavra começar com vogal, “M”, “N” ou “H”, você deve usar hífen. Na prática, fica assim:
- “pan-americano”;
- “circum-navegação”;
- “Pan-Africanismo”;
- “circum-ambiente”.
“Mal” + “H” ou vogal
Se o prefixo for “mal” e a palavra seguinte começar com “H” ou com vogal, use hífen. Confira os exemplos:
- “mal-elaborado”;
- “mal-humorado”;
- “mal-amado”;
- “mal-intencionado”.
Outros prefixos
Outros prefixos com os quais você deve sempre usar hífen são:
- “além”;
- “aquém”;
- “bem”;
- “ex”;
- “pós”;
- “recém”;
- “sem”;
- “vice”.
Veja os exemplos:
- “sem-teto”;
- “bem-humorado”;
- “vice-reitor”;
- “recém-casado”.
Quando não usar o hífen?
De acordo com o novo acordo ortográfico, algumas palavras não fazem mais o uso do hífen. Confira, agora, quais são as regras!
Vogais diferentes
Quando o prefixo termina com uma vogal e a segunda palavra começa com uma vogal diferente, você não deve utilizar hífen. Confira alguns exemplos:
- “autoavaliação”;
- “autoestima”;
- “aeroarte”;
- “infraestrutura”.
Palavras que perderam a noção de composição
Como citamos no início deste artigo, as palavras que perderam o que nós chamamos de noção de composição também não possuem mais hífen. É o caso de, por exemplo:
- pontapé;
- mandachuva;
- parabrisa.
Locuções
Geralmente, as locuções — sejam elas substantivas, prepositivas, adjetivas, dentre outras — não levam mais hífen. Veja alguns exemplos:
- “fim de semana”;
- “cão de guarda”;
- “pão de mel”;
- “cartão de visita”.
Vogal + “R” ou “S”
Quando a primeira palavra termina em vogal e a segunda começa com “R” ou “S”, você também não precisa mais usar hífen. Nesse caso, você deverá duplicar as consoantes. Fica assim:
- “minissaia”;
- “autorretrato”;
- “ultrassom”;
- “contrarreforma”.
“Mal” + consoante
No caso do uso do advérbio “mal”, se a palavra seguinte começar com consoante você não deve usar hífen. É o caso de:
- “malgrado”;
- “malsucedido”.
Outros casos
Confira os outros casos em que não se usa mais hífen, porém mantém-se as palavras juntas:
- quando a primeira palavra termina em vogal e a segunda começa com qualquer outra letra que não seja “R” ou “S”;
- quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa com vogal ou outra consoante diferente;
Fica assim:
- anteprojeto;
- autopeça;
- hipermercado;
- intermunicipal.
Ufa! Bastante coisa, né? Bom, a gente sabe que só aprendemos de verdade como fazer o uso do hífen quando treinamos. Então, que tal baixar a nossa folha de redação com dicas para você começar hoje mesmo?