Certamente, você já ouviu o seu professor de português falar sobre objeto direto e indireto. Porém, lembrar-se de ter ouvido esses termos em algum momento não significa que você não tenha dúvidas a respeito, não é mesmo?
As dúvidas e questões são muitíssimo comuns dentro da língua portuguesa, afinal, ela é composta por várias regras e normas, como qualquer outra disciplina, além de possuir uma estrutura cheia de funções sintáticas distintas. E está tudo bem ter questionamentos, ok?
Estamos aqui, entretanto, para ajudá-lo a entender o que é um objeto direto e indireto de uma vez por todas e nunca mais errar isso na hora de sua prova na escola, no Enem ou em qualquer vestibular. Borá lá?
O que é o objeto direto e indireto?
Bom os objetos são complementos verbais, eles fazem parte de um grupo intitulado: termos integrantes da oração.
Ok, vamos com calma, para que você não se assuste! Primeiro, vamos explicar o que são complementos verbais.
O que são os complementos verbais?
Os complementos verbais são termos que completam o sentido dos verbos. Bom, nem todos os verbos possuem sentido completo em si mesmos e por isso exigem que outras palavras ou termos os acompanhem para que todos os leitores ou ouvintes de uma determinada frase consigam compreender.
Vamos a um exemplo prático para que você entenda melhor. Se, por exemplo, alguém diz: “Eu gosto.”, você consegue inferir, sem contexto, sobre o que essa pessoa gosta? Pois é, o verbo “gostar” é um verbo que exige uma complementação para que o ouvinte dessa frase consiga entender do que essa pessoa gosta sem utilizar uma bola de cristal.
Então, quando a pessoa diz: “Eu gosto de sorvete” qualquer pessoa, mesmo quem não conhece esse falante, pode entender que essa pessoa gosta de sorvete. Bem fácil, não?
Os complementos verbais recebem diferentes terminologias. De acordo com a nossa gramática, eles podem ser:
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- objeto direto e suas variações: objeto direto preposicionado e objeto direto pleonástico;
- objeto indireto e sua variação: objeto indireto pleonástico;
- complemento circunstancial.
O nosso objetivo neste post é fazer com que você entenda de uma vez por todas o que são os objetos direto e indireto, portanto, não trataremos do complemento circunstancial mais profundamente. Mesmo porque ele só aparece na gramática do Rocha Lima (2013) e dificilmente você irá se deparar com ele.
Porém, antes de entrarmos mais especificamente na definição de cada objeto, vamos falar um pouquinho sobre a transitividade do verbo, assunto fundamental para conseguir entender a ideia de complementação.
O que é a transitividade dos verbos?
Como mencionamos anteriormente, existem alguns verbos que não possuem sentido completo, enquanto existem aqueles que são plenamente passíveis de entendimento sem qualquer complementação.
Esses verbos completos em si mesmos são chamados de intransitivos e não necessitam de objetos. Veja exemplos desse tipo de verbo:
- “Maria correu muito.”
- “Maria dormiu tarde”
Ainda que os advérbios “muito” e “tarde” estejam modificando os verbos “correr” e “dormir”, eles não são imprescindíveis para completar o seu sentido. É possível compreender em sua totalidade o que o verbo “correr” quer passar, assim como o “dormir”.
Além dos verbos intransitivos, temos os transitivos diretos, estes exigem uma complementação verbal verbal direta, ou seja, sem uma preposição. Vamos ver um exemplo:
- “Não recebo dinheiro nenhum.”
Ao contrário dos verbos “correr” e “dormir”, o verbo “receber” exige uma complementação para que seja entendido por completo por qualquer pessoa. Entretanto, ele não exige um complemento preposicionado, logo, a palavra “dinheiro” não vem antecedida por uma preposição, ela está sozinha.
Ao contrário, o verbo transitivo indireto exige uma complementação indireta, ou seja, as palavras ou termos que acompanham o verbo deverão vir acompanhadas de uma preposição. Vejamos um exemplo:
- “Duvidava da riqueza dela.”
No exemplo anterior o verbo “duvidar” exige um complemento que venha regido de uma proposição: “da riqueza”.
O que é o Objeto Direto?
Finalmente chegamos ao ponto central deste post! Vamos então ao que é o objeto direto.
O objeto direto é o complemento do verbo transitivo direto. Ele não necessita de uma preposição e é utilizado para completar o sentido de verbos que não possuem sentido em si mesmo. Veja um exemplo:
- “Maria vendia doces.”
Neste caso, “doces” é o objeto direto que completa o sentido do verbo “vendia”, só assim é possível que qualquer pessoa entenda o que Maria vendia.
Objeto direto preposicionado
O objeto direto possui uma variação que é o objeto direto preposicionado. Em regra, o objeto direto não precisa de preposição, mas, em alguns casos ela pode aparecer facultativamente ou ainda de maneira obrigatória, para fins de clareza.
Veja um exemplo em que o uso da preposição tem caráter facultativo: “Devorou o leão ao caçador.” Neste caso, o uso da preposição “ao” serve para evitar a ambiguidade. Sem a preposição a frase ficaria: “Devorou o leão o caçador.”, então, não haveria possibilidade de identificar quem havia sido devorado por quem.
Agora, veja um exemplo em que o caráter da preposição é obrigatório: “Não a ti, Cristo, odeio ou não te quero.”, neste caso, a preposição é obrigatória em razão do pronome pessoal tônico “ti”, já que não dá para escrever: “Não ti, Cristo, odeio ou não te quero.”.
Objeto direto pleonástico
O objeto direto pleonástico é uma outra variação do objeto direto e é usado para chamar a atenção para esse complemento, repetindo-o. Para a sua constituição, o objeto direto pleonástico poderá contar com um pronome pessoal átono. Veja um exemplo:
- “Planta, flor e fruto, queria-os perfeitos.” Neste caso, o objeto direto vem antes do verbo: “planta, flor e fruto” e depois é repetido pelo pronome pessoal átono “os”.
O que é o Objeto Indireto?
Já o objeto indireto é o complemento do verbo transitivo indireto. Ele irá completar o sentido de um verbo que não possui total entendimento sozinho e precisa ser acompanhado de uma preposição. Quer um exemplo? Então aí vai:
- “Entregaram à mãe o presente.” Neste caso, o “à mãe” é um objeto direto e é justamente por isso que a crase acontece, porque há a junção da preposição “a” com o artigo “a”. Desse jeito fica fácil entender a crase, não é mesmo?
Objeto indireto pleonástico
Assim como o objeto direto, o indireto também apresenta a sua variação pleonástica, que tem a função de dar um destaque para o objeto indireto. A diferença neste caso é que em um dos momentos o pronome pessoal oblíquo átono deverá aparecer como objeto indireto obrigatoriamente. Veja um exemplo:
- “Aos meus escritos, não lhes dava importância nenhuma.”
Esperamos que você tenha conseguido entender o que é o objeto direto e indireto, os famosos complementos verbais. Caso você queira conhecer um pouquinho mais sobre os termos que complementam o sentido dos substantivos, basta ler nosso artigo sobre o complemento nominal, afinal as dicas de português são muitos valiosas na hora de fazer qualquer prova!