Você já ouviu falar em pleonasmo vicioso? Nós, falantes da língua portuguesa, somos muito expressivos na hora de comunicar. Além da voz e do ritmo, fazemos gestos e buscamos olhar fixamente para nosso interlocutor, mantendo a sua atenção.
E nessa vontade de sermos bem compreendidos, sem deixar passar nenhuma informação, incorremos em alguns exageros considerados redundantes, ou seja, repetitivos.
Diferentemente da fala no dia a dia, na escrita, como no caso da redação do Enem, esses vícios de linguagem são considerados erros gramaticais. Portanto, tais palavras e expressões fogem às regras da norma culta ou padrão da língua.
Neste artigo, você vai entender melhor sobre o pleonasmo vicioso e conferir algumas dicas de como evitá-lo em suas produções textuais! Bora aprender?
O que é pleonasmo vicioso
O pleonasmo vicioso, também conhecido como perissologia, tautologia ou redundância, não é, na maioria das vezes, notado pelos falantes em suas muitas expressões corriqueiras realizadas na oralidade. Entretanto, são formas que devemos evitar, uma vez que são considerados desvios gramaticais.
Portanto, ele acrescenta termos desnecessários para a compreensão tanto na fala como na escrita. E é chamado de “vicioso” justamente porque não nos damos conta de que estamos cometendo um exagero linguístico.
Veja alguns exemplos mais conhecidos de pleonasmo vicioso:
- subir pra cima;
- descer pra baixo;
- entrar para dentro;
- sair para fora;
- elo de ligação.
Já outros podem aparecer como nas seguintes frases:
- O assassino decapitou a cabeça da vítima.
- Você tornou a repetir o mesmo erro de concordância.
- É preciso prever com antecedência os perigos do caminho.
Atente-se que o verbo “decapitar” já apresenta o significado de cortar a cabeça, assim como “repetir” é o mesmo que tornar a fazer alguma coisa e “prever” quer dizer ver algo com antecedência. Nesse sentido, tais repetições são excessivas e desnecessárias.
Portanto, o pleonasmo vicioso é considerado um vício de linguagem que devemos ter muita atenção, principalmente ao escrever, certo?
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Outros exemplos de redundância comuns na língua portuguesa
Como somos muito criativos, fazemos uso de várias palavras que apresentam o mesmo sentido ao dizer algo. Confira mais alguns exemplos:
- abusar demais;
- acabamento final;
- amanhecer o dia;
- anexar junto;
- cego dos olhos;
- certeza absoluta;
- comer com a boca;
- comparecer pessoalmente;
- criação nova;
- de chapéu na cabeça;
- de sua livre escolha;
- detalhes minuciosos;
- em duas metades iguais;
- encarar de frente;
- estrelas do céu;
- fato verídico;
- ganhar grátis;
- goteira no teto;
- gritar alto;
- há anos atrás;
- hemorragia de sangue;
- infarto do coração;
- isto é um fato real;
- juntamente com;
- maluco da cabeça;
- monopólio exclusivo;
- multidão de pessoas;
- na minha opinião pessoal;
- outra alternativa;
- países do mundo;
- pessoa humana;
- planejar antecipadamente;
- preconceito intolerante;
- repetir de novo;
- sintomas indicativos;
- suicidou a si mesmo;
- surdo do ouvido;
- viúva do falecido;
- viver a vida;
- voltar atrás.
E aí? Você já fez uso de algumas dessas expressões de pleonasmo vicioso? Para ajudar você a não cometer mais essa redundância, leia o próximo tópico!
Como evitar o pleonasmo vicioso
Como dissemos ao longo deste artigo, o pleonasmo vicioso é um vício de linguagem e, portanto, deixar de praticá-lo demanda certo esforço por parte do autor. Entretanto, adotando alguns hábitos é possível eliminar a redundância nos seus textos.
Veja algumas dicas para evitar o pleonasmo vicioso:
1. Estude gramática
Nada melhor para escrever o português de modo correto como a gramática. Estudar as suas regras não é algo impossível, basta ter disciplina e praticar com exercícios.
Além disso, ao conhecer melhor a norma culta da nossa língua, você passa a empregá-la em seus textos mais facilmente. Assim, também se evitam as redundâncias.
2. Revise o texto com atenção
Não custa lembrar que é muito importante separar um tempo da sua prova para se dedicar à redação com a devida atenção. Muitas vezes, o ato de escrever com pressa deixa passar alguns erros que só serão percebidos em uma leitura mais focada.
Portanto, busque sempre reservar um período depois da escrita para revisar o texto com calma, ok? Também é ideal fazer uma releitura final para verificar se ainda persistem alguns erros gramaticais, ortográficos e vícios de linguagem.
3. Utilize sinônimos
Para não fazer nenhuma repetição desnecessária de palavras, você também pode substituir alguma expressão por seu sinônimo. Além do pleonasmo vicioso, qualquer palavra em excesso utilizada deixa o seu texto carregado, pobre de ideias e cansativo de ler.
Assim, é importante verificar não só a repetição de palavras, mas também os conceitos e as ideias de um texto.
4. Desenvolva o hábito de escrever
Sem praticar a escrita dificilmente você vai conseguir expressar corretamente seus argumentos ao interlocutor. Para treinar a redação, o ideal é que você escreva duas redações por semana e elabore textos sobre temas variados.
Assim, à medida que você pratica, mais fácil será a identificação de problemas, ao mesmo tempo que suas ideias se tornam mais fluídas, ricas, de fácil leitura e compreensão.
Esperamos que a partir de agora você não cometa mais o pleonasmo vicioso em suas redações. Aproveite para ler nosso próximo artigo e veja como estudar para o ENEM!