A análise sintática talvez seja a parte da gramática mais conhecida (e também mais temida) pelos estudantes. Ela é um dos assuntos que mais caem no Enem e demais vestibulares e, portanto, se você está se preparando para tentar alguma prova que dê acesso ao ensino superior, já pode ir adicionando essa matéria ao seu cronograma de estudos, ok?
Mas afinal de contas, o que é essa tal de análise sintática?
Sabendo da importância desse assunto, vamos neste post te contar todos os segredos da análise sintática: conceito, como fazer e exemplos. Assim, você vai conseguir gabaritar sua prova de linguagens de qualquer vestibular. Vamos lá?
O que é análise sintática?
A análise sintática faz parte de uma grande área chamada de sintaxe. Ela estuda a função que as diferentes classes gramaticais exercem quando estão dispostas dentro de uma oração.
A análise sintática trata então das funções sintáticas, como o complemento nominal, o sujeito e os tipos de predicado. Mas antes de te mostrar mais detalhadamente cada uma dessas funções, vamos primeiro te contar um pouquinho sobre o que é a sintaxe, já que saber esse assunto vai te ajudar a compreender melhor todo o conteúdo deste post.
O que é a sintaxe?
A sintaxe é a área da gramática que estuda a função de palavras dentro das frases e orações. Ela também estuda as orações dentro do período simples e composto.
É por meio da sintaxe que percebemos o que faz ou não sentido dentro da língua portuguesa.
A sintaxe é importante também para a produção escrita. Sim, através de seu estudo conseguimos entender a relação que cada classe de palavras desempenha dentro dos períodos e posteriormente como os períodos devem se relacionar entre si para formar textos coerentes, concisos e coesos.
A sintaxe nos permite ainda conhecer algumas regras de pontuação, por exemplo, como porque as vírgulas acontecem ou não.
Bom, mas para entender bem mesmo os estudos da sintaxe, precisamos retomar um pouquinho os conceitos de frase, oração e período. Acompanhe!
- A Frase é um enunciado com sentido completo, ela se inicia com letra maiúscula e termina com um ponto, que pode ser o final, de exclamação ou interrogação, a depender do sentido que você quer dar.
- A Oração é um enunciado que se estrutura em torno de um verbo. É interessante que você entenda que cada verbo indica uma oração diferente.
- Já o Período é constituído por uma ou mais orações. Quando o período possui apenas uma oração, é conhecido como simples. Mas se ele possuir duas ou mais orações será conhecido como período composto.
Agora sim você tá preparado para conhecer quais as funções sintáticas estudadas pela análise sintática. Bora lá?
Quais as funções sintáticas estudadas pela análise sintática?
Dentro da análise sintática do português existe uma divisão em termos essenciais, termos integrantes e termos acessórios da oração. E dentro de cada uma dessas divisões há então as funções sintáticas.
A seguir vamos te mostrar quais as funções fazem parte de cada grupo. Confira!
Termos essenciais da oração
Os termos essenciais da oração são aqueles que, de fato, formam a oração. As funções estudadas aqui pela análise sintática são:
Sujeito
De acordo com o gramático Rocha Lima, o sujeito é o ser de quem se diz algo. Para ser mais claro, o sujeito, que pode ser um ser animado ou não, é regido de acordo com o verbo, que diz algo sobre ele. Geralmente, o sujeito é representado pela classe morfológica dos substantivos.
Os sujeitos recebem subclassificações: podem ser simples, compostos, determinados ou indeterminados. Veja um exemplo:
- “Maria ama seu cachorro.” Neste caso, “Maria” é o sujeito da oração, já que “ama”, o verbo da oração, indica algo sobre ela: que ela tem sentimentos por seu cachorro.
Predicado
O conceito de predicado está diretamente atrelado ao conceito de sujeito. E como mencionamos ali em cima, o sujeito é o ser, animado ou não, de quem se diz algo e o predicado é o que se diz desse sujeito. Veja um exemplo para entender melhor:
- “Maria joga futebol.” Neste exemplo “Maria” é o ser (animado) de quem se diz algo e, portanto, é classificado como sujeito. E “joga futebol” é o predicado, pois é o que se diz de Maria.
Termos integrantes da oração
Os termos integrantes são aqueles indispensáveis à sentença, sem eles as frases ficariam sem sentido completo.
Fazem parte desse grupo as seguintes funções sintáticas:
Complementos nominais
Os complementos nominais, como o próprio nome sugere, completam o sentido de substantivos (na grande maioria das vezes), adjetivos e advérbios.
Ele é um termo que será sempre ligado aos nomes por intermédio, obrigatoriamente, de uma preposição. Veja um exemplo para entender melhor:
- “Ela tinha esperança de um futuro melhor.”
No exemplo anterior, “de um futuro melhor” completa o sentido do nome “esperança”, sem o complemento nominal essa sentença ficaria sem sentido completo.
Complementos verbais
Nem todos os verbos possuem sentido completo em si mesmo e por isso necessitam de complementos, portanto, complementos verbais são termos que completam o sentido dos verbos transitivos diretos e indiretos.
Há dois complementos básicos para esses verbos, os objetos direto e indireto. Veja a seguir um exemplos de cada um desses complementos:
- “João vendia salgadinhos.” Neste caso, “salgadinhos” é o objeto direto que completa o sentido do verbo “vendia”, só assim é possível que qualquer pessoa entenda o que João vendia, independente de um contexto.
- “Os eleitores dele foram às ruas.” Neste caso, o “às ruas” é um objeto indireto e é justamente por isso que a crase acontece, porque há a junção da preposição “a” com o artigo “a”.
Agente da passiva
O agente da passiva é o ser de quem se diz algo, ele não faz nenhuma ação e sim sofre as ações indicadas pelos verbos. Exemplo:
- “A carta foi escrita por Maria.” Neste caso, a locução verbal “foi escrita” está se referindo ao agente da passiva “a carta” que foi escrita pela “Maria”. Perceba que “a carta” apenas sofre a ação de ter sido escrita.
Termos acessórios da oração
Os termos acessórios são aquelas palavras e expressões que não possuem o mesmo valor de importância para a oração e em muitos casos são dispensáveis sem causar prejuízo à sentença.
As funções sintáticas que fazem parte desse grupo pertencente à análise sintática são:
Adjunto adnominal
Os adjuntos adnominais são palavras que flutuam e acompanham os substantivos na oração, especificando, explicando ou determinando esses substantivos. Importante mencionar que os adjuntos adnominais prendem-se ao substantivo sem qualquer intermediação de verbos. Quer ver um exemplo?
- “Meu irmão usa roupas bonitas”. Neste caso, as palavras “meu” e “bonitas” flutuam em torno dos nomes “irmão” e “roupas” e são, portanto, adjuntos adnominais.
Adjunto adverbial
O adjunto adverbial é um termo acessório da sentença que se liga aos verbos, adjetivos e advérbios para indicar circunstâncias. Essa função sintática é específica da classe gramatical dos advérbios. Veja um exemplo:
- “Ana tem uma amizade com Maria desde os seus quinze anos.” Neste caso “desde os seus quinze anos” é um adjunto adverbial, ou seja, é um termo da oração que indica tempo, mas que não é imprescindível, é, na verdade, uma informação a mais e se for retirada do período não causará nenhum prejuízo de sentido.
Aposto
O aposto é um termo que indica uma informação a mais em relação a um outro termo da mesma sentença, ele pode ampliar, resumir, explicar ou desenvolver seu significado. Veja um exemplo:
- “Monalisa, obra de Leonardo da Vinci, está exposta no museu do Louvre.” O trecho: “obra de Leonardo da Vinci” é uma informação a mais, que explica o que é a “Monalisa”. Perceba que se retirarmos esse trecho do período não haverá nenhum prejuízo de sentido.
E aí, curtiu conhecer mais sobre a análise sintática? Bom, se você quiser ficar por dentro de mais dicas de português, que tal dar uma lida em nosso post sobre período simples e composto? Esse também é um tema super pertinente e tem grandes chances de aparecer em sua prova do Enem e em qualquer outro vestibular!
1 comentário em “Compreenda de uma vez por todas a análise sintática ”
Muito bom,super explicativo. Parabéns!