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Dá Ideia #03: Desmatamento na Amazônia

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Em meio a um contexto de dados alarmantes sobre o desmatamento na Amazônia e o aumento dos focos de queimada na região, convidamos Mariana Vilar, Engenheira Ambiental e integrante do Projeto Gestão Florestal para a Produção Sustentável na Amazônia, para falar sobre o assunto no terceiro episódio do podcast Dá Ideia.

Neste programa, falamos sobre a importância do bioma Amazônia, dados importantes sobre o desmatamento na região, como e por que os incêndios ocorrem, quais são os seus impactos, o papel do governo e muito mais.

Então, preparado para essa chuva de informações? É só dar o play abaixo ou continuar a leitura deste artigo!

Qual é a situação do desmatamento na Amazônia?

Em agosto de 2019, a questão do desmatamento na Amazônia esteve bastante em pauta no cotidiano dos brasileiros. Jornais, portais, políticos, ativistas, personalidades… o tema foi abordado por muitas pessoas e em diversos locais. Inclusive, no dia 21, a #PrayForAmazonia chegou a ficar em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter.

Toda essa mobilização ocorreu após as amplas divulgações de imagens sobre as crescentes queimadas na região da Amazônia, que foram feitas depois que o céu de São Paulo escureceu às 15h da tarde do dia 19 de agosto e chamou a atenção da população. 

A escuridão no meio da tarde tinha motivo: além das condições climáticas, a fumaça das queimadas que estavam ocorrendo no interior do país foi transportada até a capital paulista e municípios de outros estados.

Para entender melhor essa situação, vamos aos dados!

Dados sobre o desmatamento na Amazônia em 2019

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em agosto de 2019 o desmatamento na Amazônia aumentou 222% em relação ao mesmo período do ano anterior. Observando apenas o mês de julho, a área desmatada foi 278% maior.

Durante o ano de 2019, até o dia 1º de setembro, foram 91.897 focos de incêndio por todo o Brasil o maior número desde 2010 , mais de metade deles na Amazônia. Apenas em agosto, foram 30.901 focos de incêndio nessa região.

E qual é o impacto de tudo isso? Entenda agora!

Qual é a importância da Amazônia?

Hoje, o Brasil possui a segunda maior cobertura florestal do planeta e a maior área de floresta tropical do mundo. A maior parte dessas florestas tropicais está concentrada na região Amazônica, levando em consideração que ela ocupa quase 60% do território brasileiro.

Esse é um bioma extremamente rico em biodiversidade. Hoje, muitas pesquisas já identificaram parte das espécies de fauna e flora. Isso sem falar nos bens diretos e que são mercadologicamente comercializáveis: madeira, óleos, sementes, frutos, princípios ativos para medicamentos e etc.

Além de ser fonte de riqueza, a Amazônia é um bioma muito importante porque proporciona os serviços ecossistêmicos. Esses são serviços que a natureza oferece para o ser humano e que são indispensáveis para a nossa sobrevivência. Por exemplo: hoje, já é cientificamente comprovado que a Amazônia tem uma importância enorme na regulação climática mundial e na questão do ciclo hidrológico.

Todo esse histórico de queimadas na Amazônia significa que podemos estar prejudicando as próximas gerações em termos de quantidade de água, qualidade do ar e, consequentemente, qualidade de vida.

Nos últimos anos, a região passou por vários ciclos extrativistas: corte e derrubada da floresta para produção madeireira — em sua grande maioria ilegal —, desenvolvimento dos grandes planos de infraestrutura — urbanização das cidades, criação das rodovias —, etc. Muitas vezes, essas atividades e outras (agrícolas e pecuárias, por exemplo) foram realizadas com incentivos econômicos.

Isso significa um avanço econômico e progresso da região, mas impactos inegáveis em todo o processo: desmatamento e perda da cobertura florestal em grande área da Amazônia.

Hoje, o grande desafio é conciliar a produção sustentável da Amazônia. Temos métodos comprovados cientificamente que causam menos danos e garantem a promoção dos recursos naturais, conciliando as atividades de produção econômica com a conservação do bioma.

Por isso, é muito importante que a gente entenda que a aptidão da Amazônia não é só agrícola, não é pecuária. Estamos falando de um bioma muito importante, de grandes riquezas que precisam ser valorizadas.

Os incêndios são naturais ou são causados por alguém?

Os incêndios estão relacionadas à demanda por novas atividades. Pense na seguinte situação: um produtor rural na Amazônia quer desenvolver uma nova atividade porque não consegue obter receita suficiente da produção madeireira. Porém, ele não tem a qualificação técnica para fazer um manejo sustentável e não consegue as licenças necessárias. 

Para desempenhar essa nova atividade, ele promove o desmatamento de certas áreas, a queimada e a comercialização ilegal da madeira, com o objetivo de dar um novo uso para a terra.

Todas essas variáveis estão relacionadas a progresso e por isso é tão necessário encontrar uma balança para não haver tanta perda.

É óbvio que existem épocas em que a quantidade de chuva é menor e as condições climáticas favorecem a secura. Também existem áreas com fisionomias e microclimas que podem favorecer ou não os incêndios: árvores mais esparsas umas das outras, temperatura diferente, etc. 

Porém, como podemos observar nas plataformas utilizadas para acompanhar os focos de incêndio (como o INPE), os incêndios têm ocorrido majoritariamente em regiões que já possuem um histórico de queimadas causadas pela ação humana e outras práticas de desmatamento. Isso nos aponta que a maior parte do desmatamento na Amazônia observado nos últimos tempos não possui causa natural.

Portanto, podemos dizer que a estação seca favorece as queimadas, mas a origem desses focos de incêndio, na grande maioria, são antrópicas. O tempo seco ajuda o fogo a se alastrar, e não necessariamente a começar.


Qual é o papel do governo?

Atualmente, o Brasil possui boas regulamentações ambientais. Porém, muitas pessoas agem de forma ilegal. 

Um dos papéis do governo é justamente realizar essa regulamentação. Por isso, existem as queimas controladas, por exemplo, que devem ser autorizadas pelos órgãos ambientais. Porém, a fiscalização é uma outra grande questão à qual devemos ficar atentos.

Em 2019, vimos uma série de acontecimentos na política ambiental brasileira que diminuiu recursos para os órgãos ambientais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) —, além de posicionamentos políticos que geraram instabilidade e insegurança ambiental geral. 

O Ministro do Meio ambiente, por exemplo, realizou alguns questionamentos acerca das políticas ambientais. De acordo com Mariana Vilar, esse tipo de discurso pode empoderar as pessoas que vivem na ilegalidade, que realizam não apenas o desmatamento na Amazônia mas também a venda de terras da União (processo de grilagem), por exemplo.

Por outro lado, observamos que grande parte dos focos de incêndio ocorrem em áreas públicas, dentro de unidades de conservação. Isso acontece porque os órgãos de fiscalização sofreram muitos cortes e não estão conseguindo impedir o que está acontecendo.

Portanto, se tivéssemos uma política atual realmente de acordo com o que está previsto em lei e órgãos ambientais fortalecidos, o desmatamento na Amazônia poderia ser reduzido. É necessário alinhamento institucional e governamental para que as ações de preservação comecem a ser retomadas. 

Em termos municipais, as Secretarias de Meio Ambiente Municipais, principalmente na Amazônia, precisam de muitas ações de capacitação e de infraestrutura. Afinal, trata-se de uma logística complicada: muitas vezes, para desempenhar determinado trabalho, é necessário pegar barco, atravessar um rio de balsa e andar quilômetros em estrada de terra, por exemplo.

Se as instituições locais não possuem infraestrutura e condições para fazer o próprio trabalho, as pessoas não conseguem licença para desempenhar certas atividades, por exemplo, e começam a agir na ilegalidade. Ou os órgãos não conseguem atuar porque não podem romper barreiras de logística, fazendo com que a tendência de crimes ambientais aumente por não haver fiscalização suficiente.

O que as Organizações Não Governamentais (ONGs) têm a ver com tudo isso

Existem diversas organizações ambientais nacionais e internacionais, como a World Wide Fund for Nature (WWF), The Nature Conservancy (TNC), Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e Greenpeace, que atuam na região Amazônica e em outros locais.

Essas instituições têm um papel muito importante de captação de recursos e gestão para desenvolver projetos ambientais para a promoção do desenvolvimento sustentável. Normalmente, principalmente nos processos de cooperação internacional, é necessário ter uma meta, objetivos pontuais, além de apresentar um plano de monitoramento, os resultados alcançados, indicadores, critérios, dentre outros.

Além de promoverem o desenvolvimento local, as ONGs também promovem pesquisas e fornecem dados. Assim, essas organizações estão gerando informações e conhecimento para região em conjunto com outras instituições.

Por que os incêndios aumentaram tanto em agosto?

Não temos como atribuir o aumento do número de queimadas em agosto de 2019 a uma única causa. 

Existe uma série de indícios que podem, em conjunto, justificar o aumento do desmatamento na amazônia, como:

  • ausência de fiscalização;
  • fatores políticos que corroboram e agravam a situação;
  • condições da seca, dentre diversos outros.

Quais são os outros tipos de desmatamento?

Desmatar é o ato de tirar a cobertura florestal de determinada área. Sendo assim, essa ação pode ser realizada de diversas formas.

Na Amazônia, principalmente, a extração ilegal de madeira é realizada a partir de várias técnicas, como corte seletivo de determinado tipo de vegetação, para atrapalhar a visualização dessa ação, e correntão, que ocorre quando uma corrente é puxada por duas máquinas para derrubar árvores.

Para abertura de novas áreas são realizadas as queimadas não apenas com o uso de fogo, mas de outros produtos que podem ser aplicados para dessecar a vegetação.

Quais são os impactos do desmatamento na Amazônia?

Os impactos do desmatamento na Amazônia atingem não apenas as populações que vivem nessa área. Confira!

Para a população local

Para a população da região, o desmatamento na Amazônia pode acarretar em escassez da água e secas mais drásticas, dificultando a produção agrícola e causando outros problemas, como assoreamento dos rios e inundações.

Nesse caso, estamos falando também da redução da qualidade de vida: problemas respiratórios, inviabilização da abertura de aeroportos e etc. 

Além disso, populações tradicionais que vivem e obtém recursos diretos da natureza para sobrevivência, como frutos, produção agropecuária, pesca, sofrem com a queima de grandes áreas, já que os recursos e a qualidade de vida de muitas pessoas são comprometidos.

Para quem está relativamente longe

Para quem não está tão perto das regiões de queimadas, o impacto pode ser percebido mais a longo prazo, na qualidade do ar e no aquecimento global, por exemplo.

No brasil, a emissão dos gases de efeito estufa é feito majoritariamente por conta do desmatamento e mudanças de uso do solo! Contabilizando desmatamento e incêndio, as nossas taxas são alarmantes. 

Gráfico apresentando as emissões brutas de gases de efeito estufa no Brasil, por setor, de 1990 a 2015. Retirado de: https://acervo.socioambiental.org/acervo/livros/estimativas-anuais-de-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa-no-brasil-4a-ed-2017
Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil. Acesso: https://acervo.socioambiental.org/acervo/livros/estimativas-anuais-de-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa-no-brasil-4a-ed-2017

Isso tudo pode ter um impacto daqui a anos no derretimento das calotas polares por conta do aumento na temperatura na terra, por exemplo.

Quais medidas estão sendo tomadas para controlar a situação?

Mas, afinal, o que está sendo feito para lidar com essa situação? Bom, temos algumas medidas sendo colocadas em prática: 

  • diversas brigadas de incêndio atuando nos principais focos de queimadas;
  • medidas de comando e controle;
  • prisões e destruição de equipamentos de desmatamento.

Ainda não conseguimos prever se essas ações são suficientes para o tamanho do problema causado. É nítido que existem outras demandas, como a consolidação e gestão das unidades de conservação, demarcação das terras indígenas, dentre outras. Toda a parte de gestão e regularização é importante para que ações de longo prazo sejam realizadas.

O que fazer daqui para frente?

É certo que o desmatamento na Amazônia nos deixa com um grande passivo ambiental. A floresta Amazônica tem uma capacidade de regeneração natural enorme em função das suas condições climáticas: a chuva, umidade e temperatura favorecem o crescimento espontâneo da vegetação nativa.

Porém, para ter regeneração natural é necessário que tenhamos bancos de semente e fragmentos de floresta que perpetuem as espécies. E isso tem um limite. 

Nós não podemos contar com a recuperação e cobertura das áreas da floresta por si só, até porque essas áreas estão sendo utilizadas para outros fins.

Então, precisamos ter um plano de manutenção das áreas prioritárias. É por isso que temos tantas unidades de conservação, terras indígenas, um desenho da paisagem que forma conexões da vegetação. Se acabarmos com essas conexões, teremos um custo de restauração dessas áreas muito alto.

Portanto, precisamos reafirmar nossas políticas ambientais, dar instrumentos para que a fiscalização seja ainda mais efetiva. Temos que valorizar a vegetação, incentivando e divulgando práticas de manejo florestal sustentável.

Deu para entender melhor a questão do desmatamento na Amazônia? Esperamos que sim! Para ficar por dentro de outros temas da atualidade, siga o nosso podcast Dá Ideia no Spotify, Deezer, Apple Podcasts ou Google Podcasts

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