A comunidade LGBTQI+ luta há anos para ter seus direitos básicos reconhecidos socialmente. Direito à possibilidade de se casar com a parceira ou o parceiro que quiser e o próprio direito à vida são negados à comunidade LGBTQI+ em vários países no mundo inteiro.
Por mais inacreditável que possa parecer, em pleno século XXI, pessoas consideradas não heterossexuais são condenadas à morte em mais de 60 países. A luta da comunidade LGBTQI+ é tão importante que precisa ser lembrada diariamente. Porém, a data escolhida para marcar essa luta foi 17 de maio: o dia internacional contra a homofobia.
Mas afinal, você conhece a história por trás do dia 17, sabe dizer por que ele foi escolhido como um marco tão importante para a comunidade LGBTQI+? Não? Então, siga na leitura, porque hoje vamos ter uma breve aula de história sobre o dia internacional contra a homofobia! Bora lá?
Por que o dia 17 foi escolhido como o dia internacional contra a homofobia?
O dia 17 de maio foi escolhido como o dia internacional contra a homofobia, porque foi neste mesmo dia e mês, no ano de 1990, que a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
Esta data não marca apenas a luta de homossexuais, mas também de transgêneros, bissexuais e toda a comunidade LGBTQI+. Por isso, este dia é tão importante, sendo uma data de luta e conscientização — não de comemoração.
Você pode achar que hoje em dia a comunidade LGBTQI+ é muito mais aceita e que sofre menos preconceito social, e pode até se perguntar por que essa luta ainda é tão importante socialmente.
E é por isso que, a seguir, vamos te mostrar alguns dados para que você se dê conta de como o dia internacional contra a homofobia deve ser lembrado e por que a luta contra a violência contra a comunidade LGBTQI+ é tão importante e deve ser cada vez mais encorajada. Acompanhe!
Por que a luta contra a homofobia ainda é necessária?
Há apenas 30 anos a homossexualidade era retirada do rol de doenças pela OMS.
Durante estes 30 anos muitos avanços aconteceram, isso é verdade, mas muitos direitos ainda são negados às pessoas que não se identificam como cisgêneras e heterossexuais. Ainda hoje, a comunidade LGBTQI+ sofre com a invisibilidade empregatícia, com a não aceitação familiar, com a violência física e mental e ainda com um grande número de suicídios.
E, como mencionamos antes, em mais de 60 países do mundo a homossexualidade é considerada crime.
Por isso, a luta contra a homofobia não pode parar. Na verdade, ela deve ser sempre encorajada e divulgada socialmente, para que dia após dia mais pessoas tomem consciência deste tipo de violência e que o combate a essa violência seja cada vez mais eficaz.
A seguir vamos te mostrar porque essa luta ainda é tão importante. Acompanhe!
1. Discriminação no ambiente de trabalho
Muitas e muitos que fazem parte da comunidade LGBTQI+ não conseguem um emprego em decorrência de sua orientação/opção sexual.
Aquelas e aqueles que conseguem nem sempre mencionam sua orientação e os que mencionam sofrem constantemente com a discriminação no ambiente de trabalho.
De acordo com uma reportagem, divulgada em 2019 pelo G1, que se baseou em uma pesquisa do linkedin com mais de mil profissionais da comunidade LGBTQI+ de diversos setores do mercado de trabalho no Brasil:
“(…) 35% dos entrevistados LGBT afirmaram já ter sofrido algum tipo de discriminação velada ou direta.
A maior parte da discriminação foi feita diretamente por colegas. Cerca de 12% dos entrevistados que sofreram algum preconceito afirmaram ter sofrido discriminação direta ou velada por líderes da empresa, incluindo gestores. O estudo revelou que piadas e comentários homofóbicos foram os mais citados entre as formas de discriminação.”
Tudo isso nos mostra como ainda que a comunidade LGBTQI+ tenha ganhado espaço dentro do mercado de trabalho, a discriminação ainda é muito evidente.
A empatia é uma das maiores armas para se combater a homofobia; colocar-se no lugar do outro e sentir as dores, esse é o melhor caminho para entender o que o outro sente e não discriminá-lo por qualquer que seja a razão.
2. Violência física e emocional
De acordo com o relatório de 2018 do Grupo Gay da Bahia (GGB), um grupo que se propõe a estudar, pesquisar e divulgar dados relacionados à homofobia no Brasil desde 1980:
“(…) 420 LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) morreram no Brasil em 2018 vítimas da homolesbotransfobia: 320 homicídios (76%) e 100 suicídios (24%).
A cada 20 horas um LGBT é barbaramente assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se muitíssimo mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBT.”
Os números são alarmantes e é por isso que é um dos motivos que o dia internacional contra a homofobia deve ser lembrado no Brasil todos os anos e que essa luta seja tratada com a importância que merece.
3. Grande número de suicídio entre a comunidade LGBTQI+
Ainda de acordo com o relatório de 2018 do GGB:
“O suicídio é a 4ª principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, segundo recente pesquisa do Ministério da Saúde e de acordo com a revista científica Pediatrics, gays, lésbicas e bissexuais, devido à homofobia, têm 6 vezes mais chance de tirar a própria vida, em relação a heterossexuais, com risco 20% maior de suicídio quando convivendo em ambientes hostis à sua orientação sexual ou identidade de gênero.”
Isso nos mostra como a convivência em um ambiente hostil e sem aceitação pode desencadear depressão e um sentimento de não pertencimento àquelas pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQI+. O sofrimento de pessoas que não são aceitas simplesmente por sua opção ou orientação sexual é imensurável.
O que se tem feito para combater a homofobia no Brasil?
Bom, depois te mostrar como a luta da comunidade LGBTQI+ é tão importante, você pode estar se perguntando: “o que se tem feito para combater a homofobia no Brasil?”
As violências sofridas pelas pessoas que pertencem à comunidade LGBTQI+ são diversas e imensas, são violações aos direitos humanos, direitos intrínsecos e básicos que deveria ser assegurados a qualquer ser humano do planeta Terra.
Portanto, a ONU promove algumas campanhas no Brasil de combate à homofobia e de promoção aos direitos fundamentais básicos. Confira algumas delas:
- Campanha “Livres e Iguais”
- Manual sobre direitos LGBTI nas empresas
- Agência da ONU para Refugiados lança treinamento de proteção a refugiados LGBTI
Além destas, há diversas outras campanhas da Organização das Nações Unidas no Brasil que visam assegurar o direito das pessoas que pertencem à comunidade LGBTQI+.
Mas de nada adianta instituir direitos se a população brasileira não toma consciência do quanto o preconceito e a discriminação são nocivos. Portanto, o dia internacional contra a homofobia tem sim que ser lembrado ano após ano!
O que quer dizer a sigla LGBTQI+?
Durante todo o post nós utilizamos a terminologia LGBTQI+. Se você não sabe o que cada letrinha desta quer dizer não tem problema nenhum. Neste tópico vamos te explicar o que significa a sigla LGBTQI+:
- L – Lésbica: pessoas que se identificam como mulher e têm preferência sexual por pessoas que se identificam como mulheres;
- G – Gay: pessoas que se identificam como homens e têm preferência sexual por pessoas que se identificam como homens;
- B – Bissexuais: pessoas que possuem interesse sexuais por ambos os gêneros (homens e mulheres);
- T – Transexuais, Travestis e Transgêneros: pessoas que não se identificam com o gênero atribuído no nascimento, com base nos órgãos sexuais;
- Q – Questionando ou queer: termo usado para designar pessoas que não se identificam com os padrões sociais e transitam entre os gêneros, sem se rotular;
- I – : Intersexuais: pessoas que apresentam variações em cromossomos ou órgãos genitais. Essas variações não permitem identificar a pessoa como sendo do sexo feminino ou masculino. No passado, essas pessoas eram conhecidas como hermafroditas.
- + – Esse “+” significa todas as outras letrinhas que são agregadas à sigla, representam, por exemplo, os assexusuais (pessoas que não se sentem atraídas por nenhum gênero) e os aliados (pessoas que se consideram parceiras da comunidade).
Gostou de conhecer mais sobre o dia internacional contra a homofobia? Esperamos que sim e que este tenha sido um post bastante produtivo e enriquecedor para você! Você sabia que a homofobia pode ser tema de redação? Então, que tal praticá-lo em nossa folha de redação guiada gratuita?