A Literatura Brasileira, desenvolvida desde o Período Colonial (quiçá antes dele), é muito vasta e rica em sua composição, e em seus diversos gêneros, como poemas, contos, crônicas, romances, entre outros. O país é berço de singulares autores e autoras de livros, repletos de elementos originais e simbólicos, que variam de acordo com a escola literária: brasilidade, ufanismo (um caráter mais intenso de patriotismo), amor e paixão, crítica política e social, por exemplo.
Logo, a fim de adicionar um maior conhecimento de mundo ao seu repertório e, consequentemente, pontos em sua redação, é uma ótima ideia citar livros brasileiros. Abaixo, apresentamos O Cortiço, inserido na escola literária do Naturalismo, que pode ser mencionado em vários assuntos:
O Cortiço (1890) – Aluísio Azevedo
Mesmo tendo sido escrito há mais de 100 anos, o livro continua muito atual, evidenciando pautas que ainda estão presentes no Brasil:
- segregação nas cidades e ocupação urbana desordenada: o livro se passa em um cortiço, local insalubre onde vivem pessoas desprestigiadas socialmente. Elas moram nesse local em função da mudança de dinâmica dos lugares em que estavam antes: é a chamada gentrificação:
“(…) a chegada de moradores de alta renda atrai investimentos ao bairro, que elevam os valores dos aluguéis. Isso deixa os preços inviáveis para a população de menor poder aquisitivo que ali vivia. Logo, ela tem de se mudar para locais mais afastados.”
Disponível no site do Nexo Jornal. Reportagem de 02 set. 2016.
- problemas ambientais urbanos e impactos na saúde: os moradores do cortiço tinham de conviver com a falta de saneamento básico, que ocasionava focos de doenças, sendo propícia a animais vetores de enfermidades.
- imigração: no livro, são mostrados personagens imigrantes, vindos de Portugal. Um deles, Jerônimo, acaba sendo bastante modificado pelo contexto em que está inserido: o português altera radicalmente seus hábitos e costumes ao longo do tempo no cortiço.
- pedofilia: em determinada parte do livro, a personagem Pombinha, que era menor de idade, foi abusada pela prostituta Léonie, que forçou um princípio de relação sexual com ela. Isso é escrito de modo explícito, não proporcionando outras interpretações: o consenso não aconteceu.
- exploração do trabalhador: o personagem João Romão é a representação do capitalista que quer enriquecer por qualquer meio; desde a exploração de seus subordinados (como a antiga escrava Bertoleza, que trabalhava intensamente), até o roubo de material de construção e dinheiro, por exemplo.
Esperamos que goste da indicação! Boa leitura – e produção!