Já conferiu todas as obras Unicamp? Os candidatos ao vestibular 2023 devem ficar atentos às obras literárias obrigatórias e, caso ainda não o tenham lido nada, é bom começar as leituras o quanto antes. Afinal, a primeira fase das provas já acontece no dia 6 de novembro. São 10 obras Unicamp, sendo as mesmas do exame anterior. Dentre elas há contos, romances, poesias, teatro, diário e sermões.
A seguir, listamos todas as obras Unicamp abaixo, com um breve resumo para que você possa entender sobre os temas com antecedência. Confira:
Lista das obras Unicamp 2023
Romance
A falência – Júlia Lopes de Almeida
O livro conta a história de Francisco Teodoro, um português que enriqueceu com o comércio do café. Nesse período havia a expansão do setor cafeeiro. Sua esposa Camila, uma mulher de origem pobre, que arranjou o casamento como forma de sair da situação que vivia com a família.
A trama se desenvolve a partir do estabelecimento de Francisco Teodoro, um armazém de sacas de café de onde o proprietário fez sua riqueza. O eixo da história está baseado na família de Teodoro, que casou com Camila e tiveram quatro filhos: Ruth, Lia, Raquel e Mário. Junto dessa família, encontramos Nina, uma agregada sobrinha de Camila, que acaba assumindo algumas funções na casa e se apaixonando por seu primo Mário, um bon-vivant que se aproveita da mordomia de ter uma família com posses. O núcleo familiar também é composto pela ex-escravizada Noca, que faz tudo na casa da família. A família também é acompanhada pelas visitas constantes de Dr. Gervásio, que Teodoro já considera “de casa”. Não percebe que além da amizade, o médico tem um caso com Camila.
A falência da família acontece quando Teodoro é seduzido a investir na bolsa de valores. Ele acaba perdendo sua fortuna muito rápido com a queda do valor do café. Assim, acaba suicidando-se e deixando a família sem nada. Camila, sem saída, encontra-se com Gervásio, na intenção de que ele se case com ela e adote a responsabilidade de cuidar dela e de sua família. Porém, ele não a assume e confessa que já é casado, o que deixa Camila sem chão. As únicas pessoas que agora podem ajuda-la são Nina e Noca, que se matam de trabalhar para sustentar todos.
Onde acessar: Domínio público e A Falência. Edição comentada: Regina Zilberman. 1ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2018
O Ateneu – Raul Pompeia
Mais uma dentre as obras Unicamp, “O Ateneu” trata-se de um romance realista. A história narra a vivência de Sérgio em um colégio interno rígido e conservador, o Ateneu. O narrador em 1ª pessoa descreve suas relações com seus colegas, e a primeira visita que Sérgio faz no colégio o deixa animado para estudar lá. Porém, isso acontece em dia de festa e a beleza e a ostentação que Sérgio espera não acontece no dia a dia. A obra mobiliza atitudes humanas nas personagens, o que faz a narrativa ser um romance profundamente crítico à sociedade burguesa da época.
O livro surge em um momento histórico para o Brasil. A obra foi publicada junto com a abolição da escravidão no país e influenciada pelos movimentos surgidos na Europa, o Brasil deixa de usar a mão de obra escrava para em seguida realizar a Proclamação de sua República em 1889.
O Realismo surge neste contexto e busca descrever as relações e os comportamentos humanos por meio da observação psicológica e, no caso naturalista, por meio da observação biológica.
Onde acessar: Domínio público
Niketche – uma História de Poligamia – Paulina Chiziane
Outra dentre as obras Unicamp, “Niketche – uma História de Poligamia” conta a história de Tony, um alto funcionário da polícia, e sua mulher, Rami. Eles são casados há vinte anos. Certo dia, Rami descobre que o marido é polígamo: tem outras quatro mulheres e vários filhos com cada uma. As esposas de Tony estão espalhadas pelo país: em Maputo, em Inhambane, na Zambézia, em Nampula, em Cabo Delgado. Numa decisão surpreendente, Rami decide ir atrás de cada uma dessas mulheres.
Onde acessar: São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Poesia
Sonetos – Luís de Camões
Luís de Camões foi o maior poeta da língua portuguesa. Seus poemas são marcados pelos dramas amorosos e sociais. As obras são extremamente relevantes e foram traduzidas em inúmeras línguas, perpetuando, assim, seu legado na literatura clássica.
Onde acessar: Sonetos selecionados pela Comvest ou Vinte Sonetos. Org: Sheila Hue. 1ª ed.Campinas: Editora da Unicamp, 2018.
Sobrevivendo no inferno – Racionais Mc’s
Lançado em 1997, “Sobrevivendo no inferno” colocou Os Racionais em evidência. As letras como “Diário de um detento”, “Mágico de Oz” e “Capítulo 4, versículo 3” trazem em sua essência um retrato visceral da realidade da periferia, que fizeram do disco um dos maiores discos da história recente da música nacional, atingindo a marca de 1,5 milhões de cópias.
O álbum se tornou livro pela Companhia das Letras. Transcrevendo todas as letras do disco em forma de livro de poesia, permitindo ao leitor ter acesso ao universo descrito das letras e conduzindo a uma imersão ainda maior a mensagem transmitida que, por vezes, pode passar desapercebida.
Onde acessar: Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Cosa Nostra, 1997.
Tarde – Olavo Bilac
Os poemas de Tarde (1919) reúnem-se sob um título que logo anuncia o tom crepuscular predominante nas composições. O livro confirma o domínio do autor parnasiano sobre o verso, e revela um sujeito às voltas com a “antevelhice”, nostálgico e mais reflexivo. Na trilha dos ideais parnasianos de contenção emotiva por meio da técnica, e da descrição objetiva de cenas e objetos em contraponto à expressão desenfreada do eu lírico, o poeta desenvolve os temas de sua predileção: o amor e a beleza física da mulher; a pátria e os grandiosos eventos da história nacional; a exaltação do trabalho e do progresso.
Trata-se de uma sequência de 99 sonetos. Todos os poemas apresentam dois quartetos e dois tercetos, somando 14 versos, decassílabos ou dodecassílabos (alexandrinos), e rigorosamente rimados. Essa configuração tem consequências no sentido por ser breve. O poeta também se abre discretamente para interesses mais metafísicos, que problematizam a existência humana.
Onde acessar: Domínio público.
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Conto
O seminário dos ratos – Lygia Fagundes Telles
Outra dentre as obras Unicamp, o conto homônimo do livro, “Seminário dos ratos” é uma crítica à burocracia, à ditadura e à uma elite que acredita não ser integrante da mesma classe social. A história se passa em uma casa de campo onde estão reunidos os chefes de diversas nações para discutirem sobre a situação dos ratos.
No conto, eles não possuem nomes e são chamados somente pela ocupação que exercem. Ao final, os ratos invadem a casa e devoram tudo, comida, pessoas, roupas, móveis. O único que sobrevive é o secretário que organiza a festa, pois se esconde dentro da geladeira. O conto deixa o leitor na ambiguidade, pois não esclarece se os líderes políticos também são ratos ou são humanos discutindo a situação dos ratos.
Teatro
O marinheiro – Fernando Pessoa
“O marinheiro”, datado em 1913 e publicado na Revista Orpheu em 1915, é considerado um teatro dramático de Fernando Pessoa, onde a narrativa explora o sonho e vidas imaginadas de três mulheres. A peça se passa em um velório, onde o clima melancólico paira no ambiente e a noite custa a passar. A narrativa é estática, as personagens estão sentadas em cadeiras e conversam entre elas.
As mulheres iniciam a conversa lembrando de um passado que possam ter vivido, mas não têm certeza se viveram ou se é só uma invenção para afastar o silêncio. Uma das jovens relata a história de um marinheiro que, perdido em uma ilha, inventa histórias de seu passado para combater a solidão. Ao longo desse processo, o marinheiro fica na dúvida se as histórias que ele está inventando são realidade ou não. O mesmo acontece com as mulheres que acabam duvidando das histórias que contam. O que resta para elas é somente o poder de criação dessas histórias.
Onde acessar: Domínio público e O Marinheiro. Introdução e notas: Marcos lopes e Ana Maria Côrtes. Campinas: Editora da Unicamp, 2020.
Crônica
Bons dias! – Machado de Assis
Mais uma dentre as obras Unicamp são as crônicas divertidas e sagazes de Machado de Assis. Elas foram publicadas com um pseudônimo que fez com que não fossem reconhecidas como de sua autoria até a década de 1950. Têm um fascínio especial no que diz respeito às opiniões políticas do autor. A série — publicada em 1888-1889 — coincide com um momento importantíssimo na história do Brasil — a abolição da escravatura e o fim gradual e inevitável do Império.
Além da política da época, trazem ainda para o leitor de hoje certos temas favoritos de Machado, como a medicina popular, os neologismos, o espiritismo.
Onde acessar: Domínio público e Série Crônicas -Editora da Unicamp
Cartal/Relato de viagem
Carta de Achamento a el-rei D. Manuel – Pero Vaz de Caminha
Redigida em 1.º de maio de 1500, em Porto Seguro, Bahia, a carta foi levada para Lisboa sob os cuidados de Gaspar de Lemos, considerado um dos maiores navegadores de seu tempo.
Apesar de ter sido escrita no século XVI, ela só foi descoberta muitos anos depois, no século XVIII por José de Seabra da Silva (1732-1813). Ele era estadista, ministro e guarda-mor da Torre do Tombo.
Sua aparição oficial e acadêmica é obra do filósofo e historiador espanhol Juan Bautista Munoz (1745-1799). No Brasil, sua primeira publicação foi em 1817, na obra “Corografia Brasilica”.
Provavelmente, a primeira versão editada no Brasil foi do Padre Manuel Aires de Casal (1754-1821). Ele era geógrafo, historiador e sacerdote português que viveu boa parte de sua vida em território brasileiro.
Importante notar que a Carta de Caminha é considerada o primeiro documento redigido no Brasil. Por esse motivo, é o marco literário do país e faz parte do movimento do Quinhentismo.
Onde acessar: Domínio público e Carta de Achamento do Brasil. Org: Sheila Hue. Editora da Unicamp, 2021
Esperamos que você tenha gostado de saber um pouco mais sobre as obras Unicamp 2023! Mas lembre-se que os resumos não substituem a leitura. Aproveite para ler nosso próximo artigo para aprender sobre como escrever melhor para arrasar na redação!