Você já viu alguém corrigindo outra pessoa por falar “nós vai” ou “nós foi”? Esse é o exemplo mais comum de um erro de concordância verbal. E, apesar desse caso ser muito marcado, existem outros que costumam gerar bastante dúvida, justamente por não serem tão explícitos.
Respeitar as regras de concordância verbal é fundamental para que o seu texto faça sentido, tenha fluidez na leitura e te garanta uma boa nota em provas como o Enem.
Mas, afinal, quais são essas regras? Você vai entender tudo o que precisa sobre concordância verbal neste artigo. É só continuar a leitura!
O que é concordância verbal?
A concordância verbal é o conjunto de regras que rege a relação entre o sujeito e o verbo. Para que essa relação seja harmônica, o verbo precisa concordar com o sujeito. Ou seja, em uma oração, quando o sujeito está no singular, o verbo deve ser flexionado da mesma forma. No plural, a mesma coisa deve acontecer.
Para que haja concordância, então, o correto é dizer “nós vamos” — assim, ambos estão no plural. Quando o pronome for “ele”, o verbo concorda no singular: “ele vai”.
Aqui, o raciocínio é quase que automático de tão usual que é essa frase em nosso cotidiano, certo? Porém, em outros casos você precisará fazer uma análise mais profunda. E, para isso, é necessário que você saiba como identificar o núcleo do sujeito.
Como identificar o núcleo do sujeito?
Para garantir que o seu texto tenha concordância verbal, você deverá identificar se o sujeito está no singular ou no plural, certo? Afinal, é a partir dessas características que você deverá flexionar o verbo de forma correta. E é para isso que você precisa encontrar qual é o núcleo do sujeito.
O núcleo é o componente mais importante do sujeito, e ele pode ser um substantivo, uma palavra substantivada ou um pronome.
Portanto, para identificá-lo, você deverá encontrar qual componente do sujeito é o que está, de fato, realizando a ação.
Veja o exemplo:
- “Maria bebeu o suco”: nesse caso, Maria é quem realiza a ação de beber o suco, sendo, portanto, o sujeito dessa oração. Fácil de identificar, não é mesmo?
Mas e quando há mais de um termo formando o sujeito?
- “Minha querida amiga Maria bebeu o suco”.
É preciso ficar atento a esses casos. Apesar dos vários termos que acompanham e descrevem o sujeito (“minha querida amiga Maria”), o componente que realiza a ação de beber o suco continua sendo “Maria”. Portanto, esse é o seu núcleo.
Quais são as regras de concordância verbal?
As regras de concordância variam de acordo com a classificação do sujeito. Falaremos sobre cada uma delas agora!
Sujeito simples
Quando o sujeito é simples, ou seja, possui apenas um núcleo, as regras de concordância verbal são as seguintes:
Coletivo
Se o sujeito representa um coletivo, o verbo será flexionado no singular. Veja o exemplo:
- “A multidão enfurecida gritou pelo estádio.”.
Porém, o verbo pode ser flexionado tanto no singular quanto no plural se:
- o coletivo estiver especificado, exemplo: “a multidão de torcedores gritou pelo estádio” ou “a multidão de torcedores gritaram pelo estádio”.
- o sujeito for uma parte do coletivo, exemplo: “ele é um dos que comprou um carro novo” ou “ele é um dos que compraram um carro novo”
- o sujeito for a maioria (como em “a maior parte”, “a grande parte”, etc.), exemplo: “a maioria das pessoas votou no candidato X” ou “a maioria das pessoas votaram no candidato X”.
Pronome relativo “que”
Quando a oração conta com o pronome relativo “que” conectando o sujeito e o verbo, o verbo deve concordar com o sujeito, que estará antecedendo o pronome “que”. Confira os exemplos:
- “Fui eu que saí com o carro”;
- “Fomos nós que saímos com o carro”.
Pronome relativo “quem”
Já quando o pronome relativo que conecta o sujeito ao verbo for “quem”, o verbo pode ficar na terceira pessoa do singular ou concordar com o sujeito. Veja os exemplos:
- “Fui eu quem assistiu ao filme”;
- “Fui eu quem assisti ao filme”.
Nome próprio
Quando o sujeito for um nome próprio que se apresenta na forma plural, você deve avaliar se ele está acompanhado de um artigo ou não. Se estiver, você deverá inserir o verbo no plural. Se não, o verbo é colocado no singular.
Na prática, fica assim:
- “Os Alpes são uma cadeia montanhosa”;
- “Alpes é uma cadeia montanhosa”.
Sujeito composto
Quando o sujeito for composto, ou seja, tiver mais de um núcleo, a regra é geral: o verbo sempre vai para o plural!
Confira os exemplos:
- “João e Maria passeavam na floresta”;
- “O prefeito e o senador discutiram no meio da audiência”.
Agora que você já aprendeu a deixar o seu texto de acordo com as regras de concordância verbal, aproveite para saber também sobre a concordância nominal neste artigo!