O sujeito é um dos assuntos mais importantes da gramática, uma vez que é um termo essencial da oração e costuma aparecer bastante nas provas e vestibulares.
Para te ajudar a tirar todas as suas dúvidas sobre esse tema, portanto, preparamos um conteúdo completo. Continue lendo e confira!
O que é o sujeito?
O sujeito é um dos termos essenciais da oração. Em geral, é expresso por um substantivo, ou por um equivalente do substantivo — um artigo, por exemplo —, que pode ou não vir acompanhado de outros termos, como adjetivos, artigos etc. Em todos esses casos, porém, vale a regra principal: o núcleo do sujeito terá sempre valor substantivo.
A forma mais simples de identificar o sujeito de uma oração, porém, é observar sobre quem se fala. O sujeito é, portanto, a pessoa ou a coisa mais importante daquela oração, para quem a ação principal sempre apontará.
Para entender melhor, veja alguns exemplos:
Deus é perfeito!
Pombas brancas voavam no centro da cidade.
As rosas vermelhas foram colhidas durante a primavera.
Todos falavam alto durante o filme.
Observe que, na primeira frase, temos apenas um substantivo, “Deus”, atuando como sujeito da oração. O verbo “é” diz respeito a ele, e predicativo do sujeito (lembre-se: trata-se de um verbo de ligação!) que se segue, também.
Na segunda e terceira frases, os sujeitos, “Pombas brancas” e “As rosas vermelhas”, estão acompanhados por outros termos. Nesses casos, identificamos os núcleos do sujeito observando qual das palavras é um substantivo: “pombas”, no primeiro caso; “rosas” no segundo. Note que os verbos principais da oração também dizem respeito a esses termos.
Por fim, na última frase, temos um pronome indefinido, “Todos”, atuando como um substantivo na frase — ou seja, ocupando o seu lugar e substituindo um substantivo que poderia ser inferido: neste caso, “as pessoas”. Assim, o sujeito é expresso por um termo que tem valor substantivo.
Quais são os tipos de sujeito?
Existem 3 tipos de sujeito, a depender de como aparece na frase e da quantidade de núcleos que possui. Abaixo, você entende melhor cada uma dessas classificações e seus principais exemplos. Confira!
Sujeito simples
O sujeito é considerado simples quando tem apenas um núcleo, ou seja, quando apenas um substantivo ou termo com valor substantivo. Por exemplo:
Juliana comprou doces.
As flores eram lindas.
Ninguém ouviu a chuva.
Elas cantavam muito bem.
Sujeito composto
O sujeito é considerado composto quando tem dois ou mais núcleos. Nesses casos, é possível identificar dois ou mais substantivos ou termos com valor substantivo. Veja:
Lúcio e João eram bons amigos.
Meninas e meninos brincavam juntos.
Rosas, girassois, lilases e margaridas murchavam na janela.
Gabriel e seus amigos contavam piadas na calçada.
Julia e todas as outras estavam em apuros.
Mas atenção! Orações com o sujeito no plural não são, necessariamente, orações com sujeito composto. Por exemplo:
Os meninos estavam animados com a festa.
João e os amigos viajaram.
Na primeira frase, o sujeito “Os meninos” tem apenas um núcleo: meninos. Por isso, trata-se de um sujeito simples. Já na segunda, o sujeito “João e os amigos” tem dois núcleos: “João” e “amigos”. Assim, é um sujeito composto.
Sujeito oculto
O sujeito oculto, também chamado de elíptico ou desinencial, é exatamente o que o seu nome designa: um sujeito que não aparece na oração. No entanto, ele pode ser identificado por meio da regência verbal do verbo principal da oração. Por exemplo:
Agimos com paciência.
Fui ao mercado.
Nos casos acima, cada uma das formas verbais diz respeito a uma pessoa verbal diferente. Como essa pessoa pode ser “adivinhada” só de olharmos o verbo, ela passa a atuar como o sujeito oculto da oração. Assim, temos:
[Nós] agimos com paciência.
[Eu] fui ao mercado.
Nesses casos, o sujeito costuma ser deixado “de fora” da frase por algum motivo: para criar um mistério para o leitor, para evitar repetições ou apenas por representar melhor o estilo do autor. Ou seja: há a intenção de ocultar o sujeito.
Sujeito determinado ou indeterminado?
O sujeito também pode ser classificado como determinado ou indeterminado. Considera-se um sujeito “determinado” quando é possível apontar com clareza para quem praticou ou sofreu a ação indicada pelo verbo. Ou seja, quem é o núcleo desse sujeito. Veja:
Sofia comprou flores.
Marcos e Henrique foram à praia.
Todos almoçamos depois da escola.
[Eu] Ajudei meu irmão com o dever de casa.
Em todas as frases acima, o sujeito é facilmente identificado, ou seja, nós sabemos a quem o verbo se refere. Por isso, são sujeitos determinados — mesmo no caso do sujeito oculto!
No entanto, em algumas situações, é impossível determinar o sujeito de uma frase, ainda que ele possa ser inferido. Veja alguns exemplos:
Falam mal daquela moça.
Precisa-se de professores.
Nas orações acima, embora a ideia do sujeito seja evidente, ele não pode ser apontado com clareza. Por isso, chama-se sujeito indeterminado. Esse tipo de situação acontecerá nos seguintes casos:
- Verbos flexionados na terceira pessoa do plural sem sujeito expresso: Trouxeram a roupa já limpa.
- Verbos intransitivos: Saiu apressado.
- Verbos transitivos indiretos ou verbos de ligação, se flexionados na terceira pessoa do singular e acompanhados da partícula “se”: Foi-se por aquele caminho escuro ou Acredita-se em tudo o que diz.
O uso do “se” como índice de indeterminação do sujeito
É preciso estar atento: nem todos os verbos acompanhados de “se” indicarão um sujeito indeterminado. Em alguns casos, como na voz passiva, a partícula “se” pode desempenhar outros papeis que não o da indeterminação do sujeito. Por exemplo:
Vendem-se carros usados.
Na oração acima, perceba que o verbo, “vendem-se”, está concordando com o sujeito, “carros usados”. A partícula “se”, neste caso, é usada para que a voz possa ser colocada na voz passiva. Na voz ativa, diríamos: Carros usados são vendidos.
Em um exemplo como “Precisa-se de professores”, por outro lado, não só a frase não está na voz passiva, como o verbo, “Precisa-se”, não é conjugado para concordar com o “de professores”, uma vez que este termo não funciona como sujeito da oração. Daí a classificação de “sujeito indeterminado”.
E as orações sem sujeito?
Embora seja um termo essencial da oração, há casos em que o sujeito não existe. Nessas situações, o processo verbal será o foco da oração, não importando quem o executa. Veja alguns exemplos:
Trovejou a noite inteira.
Há um ano, estávamos no Brasil.
Na primeira frase, o verbo “trovejar” é o foco da oração, pois é ele quem indica a situação de que se fala e é a partir dele que fazemos inferências. Não é possível determinar, por exemplo, “quem” troveja (as nuvens? O céu?), mas esse detalhe não importa.
Na segunda frase, o mesmo acontece: o verbo “haver” apenas marca a passagem do tempo, na primeira oração. Assim, o sujeito não existe, porque não precisa existir.
As orações sem sujeito acontecem nos seguintes casos:
- Verbos que indicam fenômenos da natureza: chover, trovejar, anoitecer etc.
- Verbo “haver”, “fazer” ou “ser” empregados impessoalmente: Há cinco anos, Faz cinco anos, Era o primeiro aniversário etc.
Atenção! Repare que, nas orações sem sujeito, não há a intenção de esconder o sujeito, como acontece no caso das orações com sujeito indeterminado. Aqui, ele é dispensável porque o termo mais importante da frase é o verbo.
Qual é a posição do sujeito na oração?
Nas orações que seguem a ordem direta, o sujeito é o primeiro termo, seguido pelo verbo e, por fim, pelos complementos verbais (predicado ou predicativo). Veja:
Maria comprou doces.
João é enxerido.
No entanto, a língua portuguesa oferece uma grande mobilidade dos termos da oração. Por isso, o sujeito também pode vir em outras posições, sobretudo nas orações que não seguem a ordem direta (sujeito + verbo + predicado). Isso acontece nos seguintes casos:
- Orações interrogativas iniciadas por que, onde, quanto, quando, como e porque: Quanto custou o livro?
- Orações da voz passiva, construídas com a particula “se”: Vendem-se os carros.
- Orações que contêm uma forma verbal no modo imperativo: Siga você a ordem da professora.
- Com os verbos “dizer”, “perguntar”, “responder” etc. quando estes estão demarcados em diálogo: — Suba imediatamente! — disse a mãe.
Agora que você já sabe tudo sobre o sujeito, que tal aproveitar para estudar também os tipos de predicado? Conheça nossos conteúdos e continue aprendendo!
Foto do post: Reprodução/Kenny Eliason/Unsplash
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