Certamente, em algum momento de sua vida escolar você já estudou a classe gramatical conhecida como adjetivo.
Mas não fique nervoso se você não souber dizer exatamente do que se trata. Afinal há 10 classes de palavras na língua portuguesa falada no Brasil, cada uma com suas características e peculiaridades.
É comum ter dúvidas e confundir uma classe morfológica (que é como são intituladas as classes de palavras) com outra. E é por isso que neste post vamos explicar o que são adjetivos e todas as suas particularidades. Bora dar uma conferida neste conteúdo?
O que são os adjetivos?
Bom, adjetivos são palavras que denotam características e são variáveis, ou seja, sofrem variação de número, gênero e grau.
Essas características podem ser positivas ou não e estarão sempre qualificando um substantivo.
Quer um exemplo para entender melhor? Veja só:
- “Meu crush é inteligente”
Nessa oração, “crush” é um substantivo, enquanto “inteligente” é um adjetivo que estou atribuindo ao meu crush.
Bom, os adjetivos recebem algumas classificações. Eles poderão ser:
1. Adjetivos simples
Os adjetivos simples são aqueles que apresentam um único radical, ou seja, são compostos por apenas uma palavra. Confira um exemplo: “Menina alegre”. Nesse caso o radical do adjetivo é a própria palavra “alegre”.
2. Adjetivos compostos
Já os adjetivos compostos são aqueles formados por mais de um radical. Veja um exemplo: “Tenho um vestido azul-marinho”. Nesse caso, o adjetivo é composto por duas palavras, logo, dois radicais.
3. Adjetivos primitivos
Primitivos são aqueles adjetivos que não derivam de nenhuma outra palavra da língua portuguesa.
Ficou confuso? Veja este exemplo: “Aquele menino tem uma amiga fiel.”. Aqui, o adjetivo é “fiel” já que caracteriza “amiga” e é uma palavra primitiva, ou seja, ela não deriva de nenhuma outra.
4. Adjetivos derivados
Os derivados, como você pode imaginar, são aqueles que derivam de outras palavras da língua portuguesa. Quer ver como isso funciona?
“Hoje acordei infeliz.”. O adjetivo infeliz é uma derivação da palavra primitiva “feliz”.
5. Locução adjetiva
A locução adjetiva é uma expressão composta por uma preposição + um substantivo ou um advérbio, possuindo valor e exercendo a mesma função de um adjetivo.
Para não restar dúvidas, veja este exemplo:
- “Quando brigamos você adota um comportamento de criança”.
A expressão “comportamento de criança” é uma locução adverbial, composta pela preposição “de” e o substantivo “criança”, que possui a mesma função que o adjetivo “infantil”, caracterizando o “você” da frase como alguém que adota um comportamento infantilizado durante as brigas.
6. Adjetivos pátrios
Adjetivos pátrios são aqueles que se referem a países, continentes, cidades, regiões etc. Eles dão a ideia de nacionalidade ou origem.
Confira um exemplo de adjetivo pátrio: “Maria é brasileira e conheceu José, que é argentino, na viagem que fez para o Uruguai.” Os adjetivos pátrios desta sentença são “brasileira” caracterizando “Maria” e “argentino” que caracteriza “José”.
Como flexionar adjetivos?
Bom, os adjetivos são classes variáveis, como citado anteriormente, e, portanto, sofrem flexões de gênero, podendo ser adjetivos femininos ou masculinos.
Também sofrem flexões de número, ou seja, os adjetivos simples (mais a frente mostramos o plural dos adjetivos compostos) podem ir para o plural ou permanecer no singular, a depender da terminação do substantivo. Por exemplo: “mulher feliz” / “mulheres felizes”.
A língua portuguesa é muito rica e nos permite até utilizar palavras que tipicamente são substantivos na posição de adjetivos. Por exemplo: “O velho é um palhaço”. Neste exemplo a palavra “palhaço”, tipicamente um substantivo, está empregada como um adjetivo.
Nos casos em que se emprega o substantivo como um adjetivo, ele será invariável. Veja só: “camisa vinho” / “camisas vinho”.
Como fazer o plural dos adjetivos compostos?
A regra geral para o plural de adjetivos compostos é que apenas o último elemento sofrerá flexão, tanto em gênero (feminino ou masculino) como em número (singular ou plural).
Confira exemplos: “acordo sócio-político-econômico” / “acordos sócio-político-econômicos”; “decisão sócio-político-econômica” / “decisões sócio-política-econômicas”.
Porém, existem algumas exceções a essa regra geral:
a) Se o último elemento do adjetivo composto for um substantivo, ele permanecerá invariável. Veja um exemplo para que não reste dúvidas: “bermuda verde-limão” / “bermudas verde-limão”.
b) Os adjetivos compostos “azul-marinho” e “azul-celeste” são invariáveis em qualquer tipo de situação. Veja: “calça azul-marinho” / “calças azul-marinho”; “blusa azul-celeste” / “blusas azul-celeste”.
c) No adjetivo composto “surdo-mudo” ambos os termos sofrem variação. Veja exemplos: “menina surda-muda” / “meninas surdas-mudas”; “menino surdo-mudo” / “meninos surdos-mudos”.
Como é feita a flexão de grau dos adjetivos?
Em relação ao grau, os adjetivos possuem o grau normal, grau comparativo e grau superlativo, que pode ser absoluto ou relativo.
A mudança de grau pode ser realizada por meio de dois processos, que pode ser sintético ou analítico.
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- grau sintético: aqui, a mudança de grau é feita pelo acréscimo de sufixos aos adjetivos. Exemplo: A Maria é inteligentíssima.
- grau analítico: neste caso, a alteração de grau será feita pelo acréscimo de alguma palavra que modifique o adjetivo. Exemplo: A Maria é muito inteligente.
Vamos explicar cada um deles separadamente.
Grau comparativo
O grau comparativo dos adjetivos pode ser de igualdade, superioridade ou inferioridade. Veja cada um de maneira mais detalhada:
Comparativo de igualdade
No grau comparativo você deverá utilizar a combinação de palavras como: “tão…quanto”, para comparar em nível de igualdade duas pessoas, situações ou coisas. Veja um exemplo: “Maria é tão inteligente quanto Ana.”
Comparativo de superioridade
Aqui, usando a combinação “mais … que” ou “mais … do que” será possível comparar dois termos em um nível de superioridade.
Por exemplo: “Mariana é mais perspicaz que Pedro.”
Comparativo de inferioridade
Utilizando a combinação “menos…que” ou “menos…do que” é possível comparar termos em um patamar de inferioridade, como no exemplo: “Marcos é menos engraçado que Paulo.”
Grau superlativo
Finalmente chegamos ao grau superlativo, que pode ser:
- absoluto – que é quando o adjetivo atribui uma característica sem fazer relação com outros elementos. Veja um exemplo: A Ana ficou muito feliz com a promoção. (neste caso temos o superlativo absoluto analítico) / A Ana ficou felicíssima com a promoção. (neste caso temos o superlativo absoluto sintético).
- relativo – aqui, ao contrário, o adjetivo atribui características em relação a outros elementos. Exemplo: Esta atividade é a mais fácil do livro (superlativo relativo de superioridade).
Algumas observações importantes:
a) O superlativo relativo pode ser feito com os graus comparativos de igualdade, superioridade e inferioridade.
b) Normalmente, o grau superlativo absoluto analítico é feito pelo acréscimo dos sufixos -íssimo, -ílimo ou -érrimo. Quando há, entretanto, mais de uma terminação para um mesmo adjetivo em grau superlativo absoluto sintético, a primeira tende a ser forma erudita e as demais formas mais populares, que por causa do uso foram consagradas e também corretas.
Os adjetivos compõem uma classe de palavras muito rica e quem sabe usá-lo pode deixar os seus textos mais bonitos e com melhor qualidade. Utilizando o grau superlativo absoluto sintético, por exemplo, é possível chamar atenção para palavras específicas em sua redação. Se você quer saber mais características sobre a redação e diferentes textos, basta ler nosso artigo sobre gêneros textuais!