Com certeza você já ouviu, seja na escola ou em algum outro lugar, sobre erro de concordância, certo?
Trata-se de um tipo de erro que acontece sempre que algumas palavras não estão em harmonia dentro de uma frase e não seguem as regras da gramática, comprometendo a qualidade do discurso na língua portuguesa.
Neste artigo, vamos explicar mais sobre esse desvio para que você entenda e possa escrever melhor suas redações para o ENEM e demais vestibulares! Bora começar?
O que é o erro de concordância
Como já adiantamos acima, o erro de concordância ocorre quando utilizamos certas palavras na oração que causam algum desvio.
Ele vai contra o processo de concordância utilizado em nossa língua, ou seja, o de marcar formalmente as relações de determinação ou dependência existentes entre os termos no interior das orações.
Existem dois tipos em que essas relações podem ser feitas:
- por meio da concordância verbal: entre o verbo e o sujeito da oração;
- por meio da concordância nominal: entre o nome e demais termos que o acompanham.
Vamos ver cada um deles a seguir:
1. Erro de concordância verbal
O erro de concordância verbal existe quando não há harmonia entre o sujeito gramatical e o verbo, em pessoa e número.
Portanto, é correto dizer ou escrever “ele estuda”. Ao contrário, se torna um erro afirmar “Ele estudam” ou “Eles estuda”.
Até aqui parece tranquilo, mas precisamos ter bastante atenção em alguns casos, ok?
Um deles, é que existem nomes que apresentam apenas a forma no plural, mas cuja forma verbal será no singular, como em “Campinas fica em São Paulo”.
O verbo haver também é conjugado erroneamente muitas vezes. Por exemplo, quando temos numa frase “muitas pessoas”, no pretérito imperfeito do indicativo, o verbo “haver” deve aparecer no singular e não no plural, pois esta última forma não existe na língua portuguesa. Ou seja, o correto é: “Havia muitas pessoas na sala”.
2. Erro de concordância nominal
Outro erro que pode acontecer é o de concordância verbal. Por exemplo, se um nome está no masculino singular, o adjetivo que lhe está anteposto ou posposto não está equivalente em gênero e número.
Dessa maneira, é fácil perceber que seria errado escrever “O aluno estudiosos”, ou “O aluno estudiosa”, ou “Os aluno estudioso”, não é mesmo?
Assim, não há concordância de gênero e número entre o nome e o adjetivo. Portanto, é preciso ter especial atenção com a concordância nominal, para evitar este tipo de erro.
Erros comuns de concordância
Bom, agora que você já sabe os dois tipos de desvios de concordância existentes, também é importante conhecer os erros mais recorrentes de forma a evitá-los na redação dos vestibulares.
Então, fique atento para não errar mais na hora de escrever acompanhando a lista abaixo com os desvios mais comuns de concordância e o seu uso correto:
Erro de concordância | Forma correta |
Fazem cinco anos que moro aqui. | Faz cinco anos que moro aqui. |
Há menas coisas sobre a mesa. | Há menos coisas sobre a mesa. |
Há bastante quadros na sala. | Há bastantes quadros na sala. |
Vamos esperar que V. Sª. manifeste vossa escolha. | Vamos esperar que V. Sª. manifeste sua escolha. |
Poderá ainda acontecer mais incentivos como esses. | Poderão ainda acontecer mais incentivos como esses. |
É proibido a entrada de pessoas não autorizadas. | É proibida a entrada de pessoas não autorizadas.É proibido entrada de pessoas não autorizadas. |
Deu dez da noite e ele ainda não chegou. | Deram dez da noite e ele ainda não chegou. |
Encaminho anexo os documentos solicitados. | Encaminho anexos os documentos solicitados. |
Obrigado pela ajuda – disse Clara. | Obrigada pela ajuda – disse Clara. |
A decisão entra em vigor a partir das zero horas de amanhã. | A decisão entra em vigor a partir da zero hora de amanhã. |
O colaborador precisou fazer muitas horas extra. | O colaborador precisou fazer muitas horas extras. |
Dicas para não errar mais a concordância
Se você vai escrever uma redação para algum vestibular, não adianta nada ter bons argumentos, mas fazer um texto mal escrito, certo?
Então, para evitar erros de concordância, elaboramos algumas dicas de como proceder na hora de colocar as ideias no papel. Confira!
1. Fique de olho no sujeito
Encontrar o sujeito na frase ajuda muito a escrever de modo correto, inclusive possibilita escrever na ordem direta: sujeito + verbo + objeto.
Exemplo:
Lucas estudou o dia inteiro ontem.
2. Cuidado com o verbo SER
Quando houver numeral, lembre-se que o verbo concordará com ele.
Exemplo:
São três horas.
São dois de abril.
Daqui até a praia são dois quilômetros.
3. Concorde com o núcleo do sujeito
Mesmo em períodos longos, atente-se para que o verbo concorde com o núcleo do sujeito.
Exemplo:
A crise de abastecimento de água e de energia elétrica em Havana, capital de Cuba, ameaça tornar este verão insuportável.
4. Verbo HAVER com valor existencial
O verbo haver será sempre impessoal e sem sujeito, mesmo em locuções verbais.
Exemplo:
Pode haver problemas graves na nova administração federal.
5. Partícula SE
Se for usar um verbo transitivo direto, ele concordará com o termo consequente. Havendo preposição, o verbo sempre ficará no singular.
Exemplo:
Elegeram-se novos deputados.
Tratava-se de problemas graves.
Agora você sabe o que é o erro de concordância e poderá evitá-lo em suas redações. Que tal ler nosso próximo como dicas para escrever bem?
[MAPA MENTAL]
As 10 classes gramaticais do português