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Saiba tudo sobre as Olimpíadas e veja como falar sobre o tema na redação!

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Os Jogos Olímpicos acontecem a cada dois anos – considerando os de Verão e os de Inverno – e são sempre grandes eventos esportivos, com cobertura ao vivo das competições. Mas você já parou para pensar como as Olimpíadas começaram? E quais os impactos para uma cidade ou país?

Neste conteúdo, a equipe da Imaginie te conta tudo o que você precisa saber sobre as Olimpíadas — e ainda te ensina a abordar esse tema nas redações de vestibular. Continue lendo e confira!

Como as Olimpíadas surgiram?

As Olimpíadas tiveram início na Grécia antiga, como uma forma de homenagear e honrar os deuses. De acordo com as lendas mais populares, Hércules teria sido o criador dos Jogos Olímpicos e teria oferecido um estádio Olímpico de presente a seu pai, Zeus. 

Os primeiros registros históricos associados às Olimpíadas, porém, datam de 776 a.C.: trata-se de inscrições dos vencedores de uma corrida a pé, realizada a cada quatro anos. Nessa época, também aconteciam competições de pentatlo (uma competição de saltos, disco e lançamento de dardos, além de uma corrida a pé e uma luta), boxe, luta livre e esportes equestres.

Com o surgimento do Império Romano, porém, os jogos foram perdendo a força. Estima-se que tenham desaparecido por completo em 393 a.C., para serem recuperados apenas no fim do século XIX. 

As Olimpíadas na Era Moderna

Na França do século XVIII houve a primeira tentativa de recuperar a tradição dos Jogos Olímpicos, com a chamada L’Olympiade de la République, em 1796. Algumas décadas depois, em 1850, na Inglaterra, houve uma nova tentativa, com a Olympian Class, seguida pelo Grand Olympic Festival — dois eventos que ajudaram a moldar o que seria a competição como a entendemos hoje.

Outros Jogos foram organizados a partir de então. No entanto, foi apenas em 1890 que o Barão Pierre de Coubertin se inspirou, após assistir aos Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock, a criar o Comitê Olímpico Internacional (COI), que passou a organizar os Jogos Olímpicos.

De lá para cá, as Olimpíadas sofreram diferentes transformações. A criação dos Jogos de Inverno e das Paraolímpiadas, por exemplo, refletem as adaptações necessárias para que os Jogos contemplassem o maior número possível de esportes

Quando as Olimpíadas acontecem?

Hoje em dia, as Olímpiadas são divididas em dois momentos: os Jogos Olímpicos de Verão e os Jogos Olímpicos de Inverno. Eles se alternam e acontecem a cada dois anos, sempre em anos pares.

Desse modo, temos, por exemplo:

  • 2022: Jogos Olímpicos de Inverno;
  • 2024: Jogos Olímpicos de Verão;
  • 2026: Jogos Olímpicos de Inverno; etc.

Como é definido o país que vai sediar os Jogos Olímpicos?

A cidade que sediará as Olimpíadas é escolhida, em geral, sete anos antes da celebração dos Jogos. Ou seja: para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, a França foi escolhida em 2017.

O processo de seleção conta com duas fases, que duram pouco mais de dois anos. Funciona assim:

Primeira fase 

As cidades que desejam ser anfitriãs apresentam suas propostas ao Comitê Olímpico Nacional, que realiza uma pré-seleção interna. Apenas uma cidade por país pode ser selecionada. 

As cidades pré-candidatas devem responder a um questionário que contempla uma série de critérios para a organização dos Jogos Olímpicos. Por meio dele, as cidades se comprometem a respeitar as regras da Carta Olímpica e outros regulamentos estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional. 

Depois de analisar essas pré-candidaturas, a Câmara Executiva do COI seleciona aquelas que poderão se candidatar de fato.

Segunda fase

As cidades selecionadas para a segunda fase devem mostrar ao COI uma grande e detalhada apresentação do projeto das Olimpíadas. A partir daí, o Comitê Olímpico responsável por avaliá-las inicia um extenso processo, no qual as cidades são visitadas, funcionários diversos são entrevistados, etc.

Ao longo dessa avaliação, são vistos potenciais locais de competição. Além disso, é esperado que a cidade garanta a sua capacidade de sediar e financiar os Jogos. Em seguida, é feito um relatório com os principais pontos.

Por fim, uma nova lista é apresentada ao COI e, a partir dela, uma votação entre os membros é feita. Assim, a cidade escolhida é a nova sede das Olimpíadas.

Onde serão as próximas Olimpíadas?

Como as cidades-sede das Olimpíadas são definidas com sete anos de antecedência, já houve a definição de locais e datas das próximas edições. Confira:

EdiçãoCidade, PaísAnoData
Olimpíadas de InvernoMilão – Cortina d’Ampezzo, Itália20266 de fevereiro a 22 de fevereiro
Olimpíadas de VerãoLos Angeles, Estados Unidos202830 de julho a 15 de agosto
Olimpíadas de InvernoAlpes Franceses, França20308 de fevereiro a 24 de fevereiro
Olimpíadas de VerãoBrisbane, Austrália203223 de julho a 8 de agosto
Olimpíadas de InvernoSalt Lake City2034Ainda não definido

Os Jogos Olímpicos de Verão de 2036 deverão ser decididos no ano de 2027.

Qual é o impacto das Olimpíadas em um país?

Atualmente, os Jogos Olímpicos movimentam uma grande quantidade de dinheiro — com patrocinadores, investidores e turistas — e, portanto, têm um impacto importante nas cidades e países que os sediam. Por isso, ser escolhido como cidade-sede das Olimpíadas é uma forma de avançar no âmbito econômico.

Para além da possibilidade de ganhos financeiros, porém, as Olimpíadas promovem mudanças significativas no país. Isso porque, para ter a infraestrutura necessária para sediar os jogos, é fundamental que sejam feitos inúmeros investimentos permanentes, que visam atrair turistas não apenas naquele momento, mas também no futuro.

Por isso, não é incomum que as cidades sofram um impacto positivo no que diz respeito a redes de transporte, moradia e instalações esportivas. No Brasil, por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro passou por obras que revitalizaram o centro da cidade e as quadras poliesportivas das principais Universidades Federais.

Por fim, as Olimpíadas também geram mais empregos. Seja para atuar diretamente nos jogos, seja para dar conta do grande número de obras e transformações, o período que antecede a realização dos jogos é favorável para trabalhadores dos mais diversos setores.

Panorama do Brasil nas Olimpíadas

O Brasil participou das Olimpíadas pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia, na Bélgica. Até a edição de 2024, em Paris, o país tinha somado 154 medalhas no total, das quais 39 são de ouro.

O esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil foi o judô (28), seguido pelo voleibol (24). Nós somos destaque na competição de futebol, com 9 medalhas de ouro — o maior número de medalhas de 1º lugar na modalidade na história da competição.

Quando o assunto é o bicampeonato, também não ficamos para trás: são 16 atletas com duas medalhas de ouro. E, para além deles, são 17 atletas com mais de duas medalhas, sendo Rebeca Andrade a maior medalhista do nosso país: a ginasta já coleciona 6 pódios, dentre os quais 2 são de ouro.

Como abordar os Jogos Olímpicos em uma redação?

Uma vez que as Olimpíadas têm impactos sociais, econômicos e mesmo políticos em diferentes países, não é surpreendente que elas sejam um importante tema para a redação dos diferentes vestibulares do Brasil. 

Veja alguns exemplos de temas sobre os Jogos Olímpicos:

  • Rio 2016: O Legado Olímpico
  • Os desafios da inclusão e equidade de gênero no esporte brasileiro à luz dos Jogos Olímpicos
  • Como, na sociedade atual, os Jogos Olímpicos podem ser exemplo da vivência de valores como igualdade e respeito?
  • O Impacto das Olimpíadas na sociedade contemporânea
  • Olimpíadas: mais que jogos, uma conexão global
  • O limite humano e a essência das Olimpíadas: uma celebração da superação
  • Olimpíadas: União Global ou Espetáculo Comercial?
  • Causas e consequências da violência no esporte brasileiro.

Porém, mesmo quando os jogos não são o tema central das redações, eles ainda podem servir como exemplo para discussões mais sérias. Abaixo, você entende como isso pode ocorrer.

O aspecto político dos Jogos Olímpicos

Desde o seu surgimento, os Jogos Olímpicos são usados como uma plataforma para promover ideologias políticas específicas. 

Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a Alemanha nazista organizou os Jogos de 1936 com o objetivo de retratar o Partido Nacional Socialista como benevolente e amante da paz. Além disso, houve a intenção de demonstrar a superioridade da raça ariana — meta frustrada pelos sucessos do atleta norte-americano Jesse Owens, por exemplo.

Países comunistas, como a antiga União Soviética, também se recusaram a participar das Olimpíadas, sob o argumento de que os Jogos eram um evento capitalista e reservado à nobreza. Por isso, a partir de 1928, foram criadas as Olimpíadas dos Trabalhadores, uma alternativa ao evento principal. 

Para além de casos como esses, porém, atletas individuais também já usaram os jogos para promover uma agenda política. Em 1968, corredores americanos realizaram a saudação do Black Power no pódio, uma crítica direta à persistência do racismo na sociedade; mais recentemente, o governo iraniano tomou medidas para evitar a concorrência entre os seus atletas e os atletas israelenses, chegando a oferecer recompensas em dinheiro para os esportistas que se recusassem a competir. 

Nesse sentido, pode ser interessante pensar como os Jogos Olímpicos lançam luz sobre eventos geopolíticos globais, e como o comportamento das cidades-sede e dos atletas refletem as disputas que não têm relação com o esporte.

A importância da valorização e do incentivo ao esporte

As discussões sobre a valorização e o incentivo ao esporte também não ficam para trás quando o assunto são os Jogos Olímpicos. No Brasil, é notória a falta de investimento nos atletas em períodos fora das Olimpíadas, além da dificuldade dos nossos esportistas para contar com patrocínios, materiais e locais de treinamento adequados, o que prejudica sua performance.

Desde 2005, o Governo Brasileiro mantém o programa Bolsa Atleta, parte do Ministério do Esporte. Os beneficiários são atletas de alto desempenho e que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais, e os valores da bolsa variam de acordo com a categoria do atleta. Os considerados “atletas base” recebem, hoje, R$410,00; já os considerados “atletas pódio” que conseguem ficar entre o primeiro e o terceiro lugares podem chegar a receber R$16.629,00.

Para chegar a uma posição de “sucesso” e conseguir viver do esporte, porém, é fundamental o investimento em infraestrutura acessível a todos. Seja nas escolas, seja a partir da criação de quadras poliesportivas em diferentes municípios, os atletas precisam ter condições adequadas para treinar.

Inclusão social e de minorias nos esportes

A discussão sobre a inclusão nos esportes não é nova. Os Jogos Olímpicos desenvolveram uma modalidade específica para os atletas com algum tipo de deficiência física: os Jogos Paralímpicos. No entanto, nos últimos anos, esses debates voltaram à tona.

Os integrantes do movimento LGBTQIAP+ questionam a ausência de atletas transgênero e intersexo nos jogos, mesmo essa sendo uma possibilidade autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional. Até 2003, apenas atletas trans que tivessem passado pela cirurgia de mudança de gênero eram permitidos; em 2015, o foco passou a ser os níveis hormonais. Nas Olimpíadas de 2024, por sua vez, a exigência era que os esportistas tivessem concluído a transição de gênero até os 12 anos de idade. 

A ausência de critérios bem-estabelecidos e o preconceito com atletas transgênero ou intersexo é um dos principais aspectos das discussões sobre inclusão. 

Para além dele, porém, podemos citar também a ausência de valorização do esporte feminino no Brasil — mesmo que as nossas atletas mulheres apresentem desempenhos tão bons (ou melhores!) em relação aos atletas homens.

O uso de substâncias químicas para aumento do desempenho

O uso de drogas para melhora do desempenho nos esportes foi observado no início do século XX. A prática, conhecida como doping, teve a sua primeira morte registrada nos Jogos de Roma, de 1960, e só foi expressamente proibida pelo Conselho Olímpico Internacional em 1967.

Em 1990, o COI iniciou uma batalha organizada contra o doping e criou a Agência Mundial Antidoping. A partir de então, observou-se um aumento considerável nos testes positivos para drogas e um grande número de atletas (inclusive medalhistas!) foram desqualificados.

Embora o uso dessas substâncias já seja proibido e analisado de forma metódica atualmente, a discussão sobre atletas que recorrem a elas ainda pode ser interessante.

Afinal, as drogas são uma maneira de melhorar o desempenho — mas por que elas ainda podem ser vistas como necessárias por quem as utiliza? Será que os atletas recorrem a esse tipo de substância para conseguir ganhar mais competições e, assim, conseguir viver do esporte? O uso de drogas em competições pode levar a casos de vício mais graves? Esses são alguns questionamentos pertinentes nessa discussão.

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Foto do post: Reprodução/Bo Zhang/Unsplash

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Autor

  • Amanda Tracera

    Mestre em Letras, trabalha com conteúdo digital há 6 anos. É apaixonada por educação e tecnologia e passa o tempo livre com um livro nas mãos.

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