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Resenha crítica: Confira o passo a passo completo de como escrever

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Antes de comprar um produto novo, assistir a um filme ou ler um livro, você também costuma procurar a opinião de outras pessoas? A prática de falar abertamente sobre uma produção cultural ou sobre um produto vem ganhando destaque nas redes sociais, e é, na verdade, uma herança de um importante gênero textual: a resenha crítica.

Para te ajudar a entender quais são as características desse tipo de texto, como produzir o seu e qual a diferença entre resenha e resumo, a equipe da Imaginie elaborou este conteúdo super completo. Quer saber mais? Continue lendo!

O que é uma resenha crítica?

Uma resenha crítica é um gênero textual derivado dos textos jornalísticos que une elementos informativos, descritivos e opinativos acerca de uma obra cultural — um livro, filme, peça de teatro, série de TV, álbum de música, fotografia etc. 

Esse tipo de texto tem como principal objetivo a exposição das opiniões da pessoa autora, que tenta influenciar seus leitores a consumirem (ou não!) aquela obra. Para isso, precisa partir de argumentos que defendem o seu ponto de vista.

Desse modo, uma resenha crítica é um texto que faz uma análise interpretativa de determinada obra, expondo considerações pessoais. Por ser indicado sobretudo para um público que ainda não está familiarizado com aquela produção, deve deixar claro quem poderia se interessar por ela, e por quê.

Quais são os elementos de uma resenha crítica?

Uma resenha crítica é caracterizada pelos elementos que a compõem. A sua estrutura é composta por uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, mas cada uma dessas partes do texto deve apresentar, ainda, outras informações relevantes. 

Introdução

Na introdução de uma resenha crítica, a pessoa autora deve determinar:

  • Qual é a obra a ser resenhada, identificando seus elementos fundamentais. Por exemplo: no caso de um livro, o título, o autor, o ano de publicação e, se houver, o tradutor; no caso de um filme, o título, o artista, o diretor e o estúdio de produção; no caso de um quadro, o pintor, o ano, o nome da tela, o tamanho e os materiais usados; etc.
  • Onde a obra pode ser encontrada: se em streamings, nos cinemas, em um museu específico; se foi um show ou uma peça de teatro, onde ele aconteceu e quando; etc.
  • Um breve resumo da obra a ser resenhada, determinando os seus aspectos fundamentais e que serão destacados ao longo do desenvolvimento.

Ou seja: a introdução da resenha crítica tem como função apresentar aos leitores a obra sobre a qual o autor falará.

Desenvolvimento

Ao longo do desenvolvimento, a pessoa autora da resenha crítica deve apresentar a sua opinião sobre a obra cultural mencionada na introdução. Mais do que dizer se ela é “boa” ou “ruim”, porém, é fundamental que sejam usados argumentos concretos para defender um ponto de vista específico.

Por exemplo: não basta dizer apenas que um livro é “ruim”; é preciso explicar os problemas de enredo identificados, se a trama ficou com buracos, se a obra traz informações incorretas, se os personagens são bem construídos etc. Nesse sentido, a pessoa autora de uma resenha crítica deve se aprofundar na obra sobre a qual está escrevendo.

Também é no desenvolvimento que a pessoa autora pode convencer o seu público a prestigiar (ou não) a obra da qual ela fala. Não à toa, dizemos que a resenha crítica é um texto jornalístico: além de apresentar fatos concretos e aprofundados, ela também tem o papel de divulgar uma produção.

Conclusão

Por fim, na conclusão da resenha crítica, é a hora de recapitular tudo o que foi dito e dar o veredito sobre a obra resenhada. Além disso, deve estar presente o público-alvo para quem aquela obra pode ser recomendada.

Por fim, a conclusão também é o momento em que a pessoa autora se revela, informando quem ela é e o que faz. Esse elemento é importante porque dá à resenha credibilidade: se lemos um texto de um doutor em artes plásticas falando de uma nova exposição no museu da cidade, somos mais propensos a acreditar na sua opinião; da mesma forma, se um autor importante faz a resenha de um livro, é comum que seus leitores confiem na sua recomendação.

Mas atenção! A identificação da pessoa autora, no caso das redações de vestibular, pode significar uma nota zero. Nesses casos, é fundamental “assinar” mantendo um certo anonimato: como “um estudante”, “um especialista [no assunto discutido]” etc. 

Como fazer uma resenha crítica? Confira os 5 passos!

A produção de uma resenha crítica é cada vez mais comum no nosso dia a dia, ainda que ela apareça em novos formatos. Por exemplo: influenciadores, apresentadores de podcasts, personalidades do TikTok e do Youtube — todos eles fazem resenhas. 

E, se você também quer aprender a produzir esse tipo de texto, basta seguir 5 passos simples. Olha só:

1. Defina a obra sobre a qual você vai falar

Para fazer uma boa resenha, é fundamental escolher obras com as quais você tem alguma familiaridade. Se você não gosta de ver filmes, por exemplo, pode ser mais difícil produzir uma boa resenha cinematográfica; no entanto, se você gosta muito de ler, falar sobre literatura é mais fácil — e você consegue usar argumentos melhores.

Assim, defina uma obra que faz parte dos seus interesses, e sobre a qual você sente que poderia falar com mais propriedade.

2. Aprofunde-se na obra

Uma vez definida a obra, é hora de conhecê-la a fundo. Afinal, para fazer uma resenha, não basta apenas ler um livro ou assistir a um filme: é preciso pesquisar sobre o contexto em que aquela obra foi produzida, quem são os seus produtores, qual era o objetivo daquela obra, entre outros fatores

Além de uma busca mais aprofundada sobre a obra em si, procure consumi-la mais de uma vez, se possível. Desse jeito, você consegue prestar atenção em detalhes diferentes e ter uma opinião mais completa sobre a obra.

3. Faça anotações

Fazer anotações também é uma excelente maneira de garantir que você está absorvendo o máximo possível da obra que vai resenhar. As anotações te ajudam a se guiar, destacando o que mais te chamou a atenção e pontos que você considera que precisam de melhorias.

Sobretudo no caso de obras que só podem ser vistas uma vez, as anotações ajudam a pessoa autora da resenha crítica a se lembrar de detalhes e a não deixar de lado aspectos importantes. 

4. Determine a sua opinião

Depois de ter todas as informações sobre a obra bem organizadas, é hora de determinar qual vai ser a sua opinião. Lembre-se: em uma resenha crítica, a sua opinião é o mais importante, pois é com base nela que você poderá argumentar a favor ou contra a obra resenhada.

Na hora de determinar o que você achou de uma produção cultural, portanto, não se esqueça de pensar bastante sobre o que ela te fez sentir, quais pontos você considerou muito bons ou muito ruins e qual foi a sua opinião em geral. Depois, construa os argumentos para sustentar essa opinião, com base nas suas anotações e observações.

5. Una todos esses elementos

Agora que você já sabe o que achou da obra que vai resenhar, é só juntar todos os elementos anteriores em um texto — seja ele uma legenda, um roteiro para vídeo ou podcast, um post de blog etc. 

Lembre-se de todos os elementos que devem compor a resenha e de estruturar os seus argumentos de forma clara e concisa. Também pode ser interessante manter em mente que o seu público provavelmente não conhece a obra sobre a qual você falará, então a sua opinião servirá como um “norte” para que eles definam se desejam conhecê-la ou não.

Conheça dois outros tipos de resenha

A resenha crítica é o tipo mais comum de resenha, mas existem ainda dois outros tipos que você deve conhecer: a resenha descritiva e a resenha científica. A seguir, a gente te explica as principais características de cada um deles. Confira!

Resenha descritiva

A resenha descritiva é a resenha que não conta com o elemento da opinião pessoal da pessoa autora. Nesse sentido, ela apenas apresenta uma produção cultural, resumindo seus pontos mais importantes. 

A estrutura da resenha descritiva é bastante semelhante à da resenha crítica: ela também tem introdução, onde deve-se apresentar a obra; desenvolvimento, onde é feito um pequeno resumo da obra; e conclusão, onde se determina o público-alvo para o qual ela é mais indicada.

Aqui, o objetivo não é convencer os leitores a consumir ou não uma obra com base na opinião de uma pessoa, mas sim com base nos elementos da própria obra.

Resenha científica

A resenha científica é mais restrita aos meios acadêmicos, e costuma ser publicada em espaços especializados, como revistas científicas. Aqui, além de se basear em dados concretos e outras pesquisas para avaliar alguma obra ou objeto, o autor também deve oferecer um parecer crítico.

Mais uma vez, o elemento da opinião deixa de ser importante. Se, na resenha descritiva, ele é substituído por um ponto de vista imparcial, o mesmo deve acontecer na resenha científica. A diferença é que as justificativas para esse ponto de vista devem ser apresentadas, e em geral se tratam de outros estudos científicos sobre o mesmo tema.

Neste caso, o principal objetivo é aprofundar o leitor acerca de um determinado tema, oferecendo a ele todas as bases necessárias para construir a sua própria opinião.

Qual a diferença entre resenha crítica e resumo?

A principal diferença entre a resenha crítica e o resumo está no fato de que os resumos são completamente impessoais, não apresentando nenhum tipo de ponto de vista do autor. Afinal, a função do resumo é apenas uma: resumir uma determinada obra, oferecendo para o leitor uma visão concisa dos seus elementos.

Outro ponto a ser destacado é que, enquanto a resenha pode ser produzida de modo a instigar os leitores a consumirem (ou não) uma produção cultural, o resumo não se preocupa em recomendar uma obra. Isso porque o seu início, meio e fim já estarão apresentados no texto, com spoilers e tudo, de modo que o público não precisa conferir a obra original para construir uma opinião própria.

Pelo mesmo motivo, o resumo também não precisa apresentar o público-alvo ao qual a obra é destinada na sua conclusão. Nesse sentido, ele termina tão logo a história chega ao fim.

A resenha crítica pode ser cobrada nos vestibulares?

Sim. Embora os vestibulares mais tradicionais, como o Enem, costumem exigir a produção de um texto dissertativo-argumentativo, a resenha crítica pode aparecer — e já apareceu! — nas propostas de redação.

Nesses casos, o mais comum é que o estudante faça uma resenha de uma obra apresentada na própria prova, como um poema ou um quadro. Isso garante que todos os estudantes terão acesso ao objeto a ser resenhado, sem variações de edição ou formato.

Outra opção, porém, é que universidades que estipulam uma lista de obras literárias para o vestibular exijam uma resenha de uma delas. Foi o que fez, por exemplo, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2013. 

Como me preparar para escrever uma?

Ao longo deste conteúdo, você conheceu os principais elementos de uma resenha crítica, a sua estrutura e os passos fundamentais para produzi-la. Agora, só falta começar a praticar — afinal, essa é a única maneira de entender onde você já está mandando bem e quais são os seus pontos de melhoria.

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Autor

  • Amanda Tracera

    Mestre em Letras, trabalha com conteúdo digital há 6 anos. É apaixonada por educação e tecnologia e passa o tempo livre com um livro nas mãos.

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