As funções sintáticas são várias e costumam causar dúvidas. Porém, elas são importantíssimas para a estrutura das sentenças e compreendê-las, ao invés de decorá-las, pode te ajudar a elaborar diferentes gêneros textuais.
Neste post vamos explicar detalhadamente para você o que é a função sintática de complemento nominal, por que ela é considerada um termo integrante, como identificá-la e saber utilizá-la em uma sentença, além de nunca mais errar questões em sua prova de português que a envolvam. Bora lá?
O que são termos integrantes da oração?
Antes de esmiuçarmos o que é um complemento nominal, vamos primeiro entender o que são os termos integrantes da oração.
As funções sintáticas do português são divididas em categorias: termos essenciais, termos integrantes e termos acessórios.
As palavras que completam o sentido dos verbos e nomes fazem parte do grupo de termos integrantes da oração. Os termos integrantes são indispensáveis à sentença, sem eles as frases ficariam sem sentido completo.
São, portanto, termos integrantes, os complementos verbais (objetos direto e indireto), os complementos nominais e os agentes da passiva.
Vamos agora esmiuçar o que são os complementos nominais.
O que é um complemento nominal?
O complemento nominal é um termo integrante que completa o sentido de substantivos (na grande maioria das vezes), adjetivos e advérbios.
Ele é um termo que será sempre ligado aos nomes por intermédio obrigatoriamente de uma preposição. Veja um exemplo para entender melhor:
- “Tinha nojo de si mesmo.”
No exemplo anterior, “de si mesmo” completa o sentido do nome “nojo”, sem o complemento nominal essa sentença ficaria sem sentido completo, veja: “Tinha nojo.”. Nojo de que? Você poderia se perguntar. E é por isso que o complemento nominal existe, para fazer com que a oração passe o sentido completo.
Uma observação importante: em geral, os nomes que exigem uma complementação nominal possuem formas correspondentes a verbos transitivos.
Os verbos transitivos são aqueles que também necessitam de complementos, neste caso, verbais, para completar seu sentido.
Abaixo, vamos dar exemplos de nomes que pedem complementos nominais e seus correspondes verbais que pedem complementação verbal.
- Obediência aos pais (complemento nominal) – Obedecer aos pais (objeto indireto)
- Protestar contra a opressão (complemento nominal) – Protesto contra a opressão (objeto indireto)
- Ofender a honra (complemento nominal) – Ofensivo à honra (objeto indireto)
- Prejudicar a saúde (complemento nominal) – Prejudicial à saúde (objeto indireto)
Quais as diferenças entre o complemento nominal e o objeto indireto?
Os objetos indiretos e os complementos nominais possuem estruturas bastante semelhantes, ambos são introduzidos obrigatoriamente por uma preposição e, basicamente, completam o sentido de uma palavra anterior. Por isso, é comum confundir esses dois complementos.
Para conseguir diferenciá-los é necessário entender o que são verbos. Os verbos são palavras que expressam fatos, acontecimentos, o que se passa com os seres ou em torno desses seres. Eles são aquelas palavras que expressam uma ação, um estado ou a mudança de estado.
- Exemplos: amar, sentir, viver, conversar.
Existem verbos que possuem um sentido completo e são chamados de verbos intransitivos, ou seja, não pedem complementos para serem entendidos dentro de uma sentença.
- Exemplo: “Eu corri ontem”. Neste caso, o verbo “correr” não pede um complemento, o “ontem” aqui é apenas um marcador temporal.
E existem também os verbos transitivos, que necessitam de complementos para que sejam compreendidos inteiramente. Esses complementos podem ser de dois tipo e são conhecidos como objetos diretos e indiretos.
Os objetos indiretos são sempre ligados aos verbos por meio de uma preposição, diferente dos objetos diretos, que não exigem essa proposição.
A grandíssima diferença entre os objetos indiretos e os complementos nominais tem a ver justamente com o verbo. Se o complemento preposicionado estiver ligado a um verbo, ele será um objeto indireto, enquanto o complemento nominal será, por intermédio de uma preposição, ligado a um nome.
Veja exemplos de frases com objeto indireto e com complemento nominal:
- Emília não acredita em horóscopos. Neste caso “em horóscopos” é um objeto direto, já que “acredita” é um verbo.
- Teresa tinha medo das trovoadas. Como “medo” é um adjetivo, “das trovoadas” é um complemento nominal
- Optei pela solução mais segura. “Optei” é um verbo e, portanto, “pela solução mais segura” é um objeto indireto.
- Tenho muita disposição para a música. “disposição” é um nome e, portanto “para música” é um complemento nominal.
Fácil, não é? Basta se lembrar bem do que é um verbo e pronto, as dúvidas sobre objetos indiretos já não existem mais!
Quais as diferenças entre complemento nominal e adjunto adnominal?
O adjunto adnominal é também uma função sintática muitas vezes confundida com o complemento nominal.
A primeira diferença é que enquanto o complemento nominal é um termo integrante da sentença, o adjunto adnominal é um termo acessório.
Segundo o gramático Cegalla, “termos acessórios são os que desempenham na oração uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser, determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância.”.
São aquelas palavras e expressões que não possuem o mesmo valor de importância para a oração, em muitos casos, são dispensáveis sem causar prejuízo à sentença.
Os adjuntos adnominais são termos acessórios que se prendem ao substantivo, especificando-o, explicando-o, determinando-o etc, mas que podem ser retirados do restante da sentença sem causar prejuízo de entendimento.
Exemplos:
- “Quase todos os brasileiros já se decepcionaram com o atual governo.” Neste caso, “quase todos os” está diretamente ligado ao substantivo “brasileiros”.
- “Os anéis prateados foram roubados.” Neste caso, “os” e “prateados” são adjuntos adnominais pois orbitam o substantivo concreto “anéis”.
Já o complemento nominal é o termo da oração que completa, dentro da sentença, o significado de um adjetivo, de um advérbio ou de um substantivo sempre abstrato, por intermédio de uma preposição obrigatória.
Exemplos:
- “Maria estava consciente de tudo.” Neste caso, “consciente” é adjetivo e “de tudo” completa seu sentido.
- “A mãe agiu favoravelmente aos filhos.” Aqui, “favoravelmente” é um advérbio de modo e “aos filhos” completa seu sentido.
- “A construção do condomínio foi considerada um erro.” Neste caso, “do condomínio” é um complemento adnominal porque “prédio” é um elemento paciente na oração, ele sofre a ação de ser construído.
Perceba que caso tiremos os complementos nominais da sentença, elas sofrerão prejuízo, não possuindo mais sentido completo.
Se você quer saber mais sobre os adjuntos adnominais, basta ler nosso artigo sobre essa função sintática. Eles ajudarão você a entender melhor as diferenças entre o adjunto e o complemento nominal, além de nunca mais errar questões relacionadas a este conteúdo.