Certamente você já ouviu falar em paradoxo, né? Essa é uma figura de linguagem amplamente usada por autores em suas obras literárias.
Mas você sabe dizer o que é ela significa e ainda como empregá-la?
Se sua resposta a essa pergunta foi amplo e sonoro: “não”, não se preocupe. Pois, nesse post vamos te contar tudo sobre o paradoxo, assim, você dominará essa figura e conseguirá alcançar uma nota excelente em sua prova de literatura do Enem e demais vestibulares!
Então, bora conferir este conteúdo?
O que é paradoxo?
A palavra paradoxo tem origem grega: parádoxon, onde “pará” quer dizer oposto e “doxa” significa opinião. Portanto, o termo passa a ideia de o “contrário do que se pensa” ou ainda algo que é “contrário às expectativas”.
O paradoxo é, então, uma figura de linguagem que contrasta ideias.
Quer ver um exemplo para entender melhor?
- “Quanto mais eu trabalho, menores são as oportunidades de reconhecimento na empresa.”
A ideia de trabalhar muito e não ser reconhecido em sua empresa não faz o menor sentido, certo?
Pois é, o paradoxo brinca com a relação de ideias tão opostas que não fazem o menor sentido juntas.
O paradoxo é uma figura de pensamento, um dos grupos que compõem as figuras de linguagem. A seguir, vamos te contar brevemente a respeito desses grupos. Acompanhe!
Figuras de pensamento
As figuras de pensamento são aquelas ligadas ao sentido das palavras nas sentenças.
Elas chamam atenção do ouvinte ou leitor para a relação simbólica entre as palavras ou expressões do texto e estão muito associadas ao campo das ideias.
As principais figuras de linguagem dessa classificação que costumam aparecer nos principais vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio são:
- Antítese: figuras de linguagem que fazem uma relação de termos opostos em uma mesmo sentença.
- Personificação: atribuição de características humanas a seres que não possuem esse tipo de característica.
- Hipérbole: é o uso de um certo exagero intencional.
- Ironia: busca passar uma ideia contrária àquela expressada pelas palavras.
- Sinestesia: consiste em uma fusão de sentidos em um mesmo enunciado.
Além das figuras de pensamento, existem as figuras de palavras, as figuras de construção ou sintaxe e ainda as figuras de som. Conheça-as a seguir.
Figuras de palavras
O segundo grupo são as figuras de palavras. Essa categoria de figuras de linguagem estabelecem uma relação simbólica de proximidade, associação, substituição ou similaridade entre os termos. Geralmente, dão um sentido conotativo ao texto.
Confira as que mais caem no Enem e outros vestibulares.
- Comparação ou símile: utilizada quando queremos estabelecer um valor comparativo entre dois termos de uma mesma sentença de maneira explícita, por meio de um conectivo, utilizamos a comparação.
- Metáfora: que é, também, uma comparação, no entanto, diferente da símile, essa comparação acontece de maneira implícita, produzindo um sentido figurado, que é bastante comum na literatura.
- Metonímia: é a substituição de uma palavra por outra. Essas palavras possuem uma relação muitíssimo próxima.
Figuras de construção ou de sintaxe
As figuras de construção ou sintaxe são aquelas relacionadas ao nível sintático e estruturais do texto falado ou escrito.
Confira abaixo as mais cobradas.
- Elipse: caracteriza-se pela omissão de uma ou mais palavras de uma oração.
- Polissíndeto: repetição de um conectivo, utilizado para enfatizar o seu texto.
- Hipérbato: é uma espécie de inversão sintática. O que acontece é troca da ordem canônica do enunciado. Sabe aquelas colocações do mestre Yoda? Ele adora complicar seus conselhos mudando a ordem do enunciado.
- Anáfora: recurso estilístico que utiliza a repetição de palavras para dar ênfase ao seu texto.
Figuras de som
As figuras de linguagem sonoras possuem uma relação com a sonoridade das palavras e com as representações simbólicas do som.
Confira as que você deve saber de cor para não errar na hora do Enem e demais vestibulares.
- Assonância: que é a repetição de sons vocálicos, ou seja, o som das vogais, em versos ou sentenças.
- Aliteração: que é a repetição de consoantes.
- Onomatopeias: que é a tentativa de reproduzir efeitos sonoros do nosso cotidiano de maneira gráfica, quer sejam barulhos característicos de animais, fenômenos da natureza, sons de instrumentos musicais e tantos outros.
Muito bem, agora que você já conhece os grupos que compõem as figuras de linguagem, vamos te mostrar alguns exemplos de uso do paradoxo. Confira!
Exemplos de uso do paradoxo
Selecionamos alguns exemplos de uso do paradoxo para que você compreenda essa figura de uma vez por todas. Confere só:
- Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar. (Caetano Veloso)
- Já estou cheio de me sentir vazio. (Renato Russo)
- A novidade que seria um sonho/O milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho. (Gilberto Gil)
- Embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. (Sarah Westphal)
- O amor é ferida que dói e não se sente. (Luís Vaz de Camões)
- Sendo a sua liberdade/Era a sua escravidão. (Vinicius de Moraes)
- Bastou ouvir o teu silêncio para chorar de saudades. (Reinaldo Dias)
- Estou cego e vejo/Arranco os olhos e vejo. (Carlos Drummond de Andrade)
- Eu fujo ou não sei não, mas é tão duro este infinito espaço ultra fechado. (Carlos Drummond de Andrade)
E aí, curtiu conhecer melhor o paradoxo e já está pronto para usá-lo? Aposto que sim, ein? Então, aproveite o embalo e conheça também a gradação, uma outra figura de linguagem superusual!