Você sabia que no Brasil ainda existem desafios que colocam em dúvida a eficiência do hábito de vacinação?
Isso é causado pela falta de informação, a negligência de muitas pessoas movidas pelo senso comum e, até mesmo, o desleixo para com doenças que possuem menores probabilidades de serem contraídas.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Covid-19 (2023), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 11,2 milhões de brasileiros ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra a COVID-19. Outro dado importante do IBGE também relata que mais de 60% dos municípios brasileiros não atingiram no ano de 2023 a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde, quando considerados os imunizantes aplicados durante o primeiro ano de vida.
Esses dados destacam a importância contínua de campanhas de conscientização e esforços para ampliar a cobertura vacinal, visando proteger a saúde de toda a população e conter a propagação de doenças que podem ser tratadas com vacina.
Qual é a importância da vacinação?
A vacinação é uma das intervenções de saúde mais importantes e eficazes já desenvolvidas pela medicina. Sua importância reside em sua capacidade de prevenir uma ampla gama de doenças infecciosas e evitar consequências graves para a população.
As vacinas treinam o nosso sistema imunológico para reconhecer e combater vírus e bactérias que causam doenças como gripe, sarampo e hepatite. Isso significa que, quando encontramos esses germes na vida real, nosso corpo já está pronto para enfrentá-los e nos manter saudáveis.
Além disso, a vacinação em massa também contribui para reduzir a disseminação dessas doenças na comunidade, proporcionando um escudo de proteção para aqueles que não podem ser vacinados, como bebês muito jovens ou pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.
Qual é o histórico da vacinação no Brasil?
Um dos momentos mais marcantes na história da vacinação no Brasil foi a erradicação da varíola em 1973, um feito histórico alcançado graças a uma extensa campanha de vacinação em massa e à colaboração entre diversos órgãos de saúde.
Esse sucesso demonstrou claramente a eficácia das campanhas de imunização e inspirou o país a continuar investindo nessa importante área da saúde pública.
Além disso, outro triunfo significativo da vacinação no Brasil ocorreu em 1989, quando a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, foi eliminada do país, destacando ainda mais os benefícios e a importância contínua da vacinação para proteger a população contra doenças infecciosas.
Em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), um marco importante na história da vacinação no Brasil. O PNI estabeleceu um calendário nacional de vacinação e garantiu acesso gratuito e amplo às vacinas para toda a população brasileira.
Ao longo das décadas seguintes, o PNI expandiu seu calendário de vacinação para incluir uma série de novas vacinas, contribuindo para a redução da incidência de doenças evitáveis por vacinação.
O que é o movimento antivacina?
O movimento antivacina pode ser caracterizado como uma comunidade de pessoas que questionam a segurança, eficácia e necessidade das vacinas.
Esse movimento surgiu inicialmente no século XVIII, com a introdução da vacinação contra a varíola, e ressurgiu periodicamente ao longo dos anos.
O movimento ganhou força com a disseminação da informação na era digital, permitindo que teorias conspiratórias e desinformação se espalhassem mais facilmente.
As razões por trás do movimento antivacina são variadas e incluem preocupações com efeitos colaterais, desconfiança em relação às autoridades de saúde e crenças pessoais sobre a medicina natural.
Vale lembrar que muitas vezes os membros desse movimento baseiam suas opiniões em estudos científicos desacreditados ou mal interpretados.
Exemplo de redação sobre o tema: Desafios para garantir a vacinação dos brasileiros
No inicio do século XX, ocorreu no Rio de Janeiro uma grande revolta popular após o poder público decretar obrigatória a vacinação contra varíola, o que assustou a população que pensava estar sendo envenenada pelo governo. Sabe-se que tal medo de vacinas foi praticamente erradicado no país ao longo das décadas. Entretanto, nos últimos anos o número de pessoas vacinadas tem se reduzido exponencialmente, deixando cada vez mas indivíduos desprotegidos de graves doenças. Nesse sentido, apresenta-se um sério problema que suscita a tomada de medidas interventivas. [1]
Segundo dados do jornal BBC e da Globo, no Brasil, o número de vacinações contra a poliomelite diminuiu cerca de 20% na última década e, em 2017, o Ministério da Saúde(MS) não conseguiu cumprir as metas definidas de vacinações para nenhuma enfermidade [2]. Tais dados são reflexos de uma onda de recusas de pais de vacinarem seus filhos e a si mesmos. Atualmente, nota-se que a principal causa para isso são as “fake news”, noticias falsas que circulam pelo país que [8] fazem os indivíduos acreditarem que ao tomarem vacina podem ter sérias reações como, por exemplo, perder o movimento de membros, contrair doenças ou mesmo falecer. Essas “notícias” estão se tornando cada dia mais frequentes e influenciam até profissionais da saúde como enfermeiros.
Além disso, outro fator que acarreta a baixa em vacinações é a falta de eficiência de muitos municípios em oferecer esse serviço nos postos de saúde [6]. Em primeiro lugar muitas vacinas para doenças como sarampo, rubéola, caxumba e H1N1, ficam constantemente em falta em diversas cidades, sobretudo, com pouco recursos. Outrossim, a maioria das Unidades Básicas de Saúde(UBS) possuem poucos profissionais e sofrem com escassez de materiais básicos para atenderem os cidadãos. E [3] esses [4] são muitos e precisam enfrentar longas horas de espera quando decidem se vacinar, como ocorreu na campanha de vacinação contra a febre amarela deste ano, a qual multidões de indivíduos ficaram nas portas das UBS na esperança de sobrar alguma dose de vacina para sua vez. Dessa forma, um grande número de pessoas acabar por desistir de se proteger.
Portanto, fica evidente a necessidade de ações efetivas para assegurar a imunização e, assim, saúde à população, direito esse definido na Constituição Federal. Assim sendo, é dever do Ministério da Saúde em parceria com a mídia criar uma campanha publicitária que informe a população sobre a importância da vacinação, demostrando a realidade das consequências de não se imunizar e desmentindo as “fake news”, para que os cidadãos tenham consciência da questão. Ademais, é essencial que a sociedade civil cobre de seus representantes, por meio de participação política, melhor estrutura e aumento dos recursos para a saúde pública, a fim de que isso não seja mais um impasse. [5] [7]
Comentários sobre a correção da redação
Veja os comentários do corretor sobre a redação.
Competência I: demonstrar domínio da norma culta
- [7] Seu texto apresentou precisão vocabular e obedeceu às regras gramaticais. Parabéns! O domínio da norma culta será fundamental para construção de sua nota no exame do Enem.
Competência II: compreender a proposta
- [1] Muito bem! Explicitou logo na introdução a tese a ser defendida.
- [6] Apresentou boa compreensão da proposta, atendendo à delimitação temática.
Competência III: selecionar e relacionar argumentos
- [2] Muito bem! Estes dados deram credibilidade a seu argumento.
Competência IV: conhecer os mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
- [3] Utilize conectivos e marcadores discursivos para relacionar as partes do texto.
- [4] Este elemento coesivo está se referindo a quê? Refaça a construção.
- [8] Utilize conectivos e marcadores discursivos para relacionar as partes do texto.
Competência V: elaborar a proposta de intervenção para o problema
- [5] Excelente! Você resolveu os problemas apresentados na argumentação e, ainda, compreendeu muito bem o que é necessário conter na proposta de intervenção.
Comentário final
Mais atenção para a articulação do texto!
Nota: 960
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