Entretidos por fantoches: a perda da soberania humana
A menoridade é a impossibilidade do entendimento autônomo. [1] Ou seja, ela ocorre quando existe um intermediário na formação da opinião. Segundo o filósofo Rousseau, o maior bem humano é a liberdade e a autossuficiência. Porém, [2] o homem atual ainda não atingiu tais ideais nem saiu da menoridade, pois ele orienta-se pela opinião do outro [3], é submetido [4] à conclusões prontas e também é cômodo devido à facilidade de seguir o que já está determinado. [5]
Em primeiro lugar, o homem não foi emancipado porque ele se orienta pela opinião do outro. [6] De acordo com o sociólogo Max Weber, o ser humano toma suas atitudes e afirma seu pensamento determinando o próximo como parâmetro. Ou seja, os indivíduos não formam suas posições sozinhos. Nesse sentido, seguir cegamente os padrões de beleza e comportamento que a sociedade impõe é um grande exemplo.
Da mesma maneira, a maioridade ainda não foi atingida, pois as pessoas são submetidas à ação da ideologia e comunicação de massa, que espraiam conclusões prontas. A televisão, a internet e até mesmo o rádio são meios influenciadores do entretenimento humano. Eles não só espalham informações, como também internalizam nos indivíduos verdades pré-determinadas. Assim, os cidadãos são dependentes e incapazes de formar o juízo próprio.
Além disso, a comodidade é um obstáculo para a saída de menoridade. [7] Platão estava certo quando disse que que a maioria da humanidade é entretida por fantoches. Esta é uma alegoria que ele utilizou para explicar o conforto daquele que guia-se pelo entendimento alheio. Em outras palavras, é fácil aceitar o controle e a menoridade. Difícil é abstrair e formar posições individualmente. Assim, os sujeitos vivem de intermediários e não conquistam sua liberdade.
Portanto, seja por guiar-se exclusivamente pela opinião do outro, seja por submeter-se [8] à conclusões prontas [9] ou seja pela comodidade, o homem não saiu da menoridade. Logo, os indivíduos perderam a soberania humana, uma vez que são incapazes de pensar de forma crítica e independente. [10][11]
Correção gramatical e adequação vocabular
[1] Sugestão: retirar o ponto final e colocar a expressão explicativa “ou seja” entre vírgulas.
[3] Sugestão: Usar um conector de conclusão entre os períodos: …orienta-se pela opinião do outro e, por isso, fica submetido às conclusões prontas…
[4] Inadequação do uso da crase: ou se usa “submetido à condição” ou “submetido às condições”.
[8] Inadequação do uso da crase: ou se usa “submeter-se a condições” ou “submeter-se às condições”.
[9] Pontuação. A expressão explicativa “ou seja” deve estar entre vírgulas.
Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto
[2] Compreendeu a proposta: o que penso sobre: “O homem atual ainda não atingiu tais ideais”. Boa apresentação de tese.
[6] As ideias do sociólogo Max Weber possuem relação com a tese apresentada pelo autor na introdução: “O homem atual ainda não atingiu tais ideais”. Justificativa: a opinião ainda é orientada pelas ideias prontas de outras pessoas.
[7] Boa referência.
[10] O autor sintetiza de maneira breve todos os pontos principais apresentados ao longo do texto.
Desenvolvimento do tema e organização do texto
[5] Boa introdução.
[11] O autor apresenta boa articulação e organização textual.
Nota: 47/50