A saúde mental é um fator central quando falamos sobre vida saudável, já que pode nos impactar de diferentes maneiras. Em setembro, ela passa a ser também o centro de diversos debates, graças à campanha de prevenção ao suicídio — o setembro amarelo.
Mas você sabe de fato o que é o setembro amarelo? Neste conteúdo, você entende melhor como essa campanha mundial surgiu e qual a sua importância. Além disso, confere dados sobre a saúde mental no Brasil e as principais maneiras como o assunto pode ser abordado nas redações de vestibular. Continue lendo e saiba mais!
Qual é o significado do setembro amarelo?
O setembro amarelo é o mês de conscientização e prevenção ao suicídio. Embora o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio seja o dia 10 de setembro, as principais ações que envolvem essa campanha acontecem ao longo de todo o mês.
É importante pontuar que o setembro amarelo também é uma campanha mundial. Por isso, é bastante comum que, durante esse mês, vejamos diferentes ações, nacionais e internacionais, de conscientização e de apoio para quem luta contra algum transtorno mental.
Qual é a origem?
Em 1994, Mike Emme, um adolescente americano de apenas 17 anos, cometeu suicídio. O ato de Mike chocou seus amigos e sua família, que não identificaram sinais de que o jovem estava prestes a tirar a própria vida — uma realidade comum para muitas outras famílias. Em seu funeral, como forma de evitar que isso acontecesse com mais pessoas, os amigos do jovem espalharam cartões e fitas amarelas, em homenagem ao carro de Mike, onde se lia “Se precisar, peça ajuda”.
Alguns anos mais tarde, em 2003, a Organização Mundial da Saúde definiu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. O amarelo se tornou a cor oficial da campanha. Evidentemente, casos como o de Mike não eram isolados, mas, até então, falar sobre suicídio ainda era um tabu.
No Brasil, foi apenas em 2013, com os esforços do então presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, que o setembro amarelo passou a ser uma data reconhecida. Ao lado do Conselho Federal de Medicina (CFM), a ABP divulgou e conquistou parceiros que apoiassem a campanha. Desde então, todos os anos, diferentes instituições no Brasil se reúnem para continuar o trabalho de conscientização e prevenção.
A importância do setembro amarelo
A decisão de tirar a própria vida pode estar associada a diferentes fatores, mas marca sempre uma tragédia. O principal objetivo da campanha do setembro amarelo é, portanto, fazer com que pessoas em situação de vulnerabilidade e que cogitam dar esse passo recebam o apoio médico de que precisam.
O Brasil é um dos países com maior índice de suicídio entre jovens do mundo. Esse cenário pode ser agravado por fatores socioeconômicos, como a desigualdade social, o desemprego, a LGBTQIAP+fobia, o racismo — entre outros. Diante de um cenário tão diverso, surge a dúvida: como evitar que as pessoas recorram ao suicídio como “última alternativa”?
A resposta está, em parte, na conscientização: é por meio da criação de centros focados na prevenção e no cuidado dessas pessoas que o número de suicídios pode começar a diminuir. Durante muito tempo, o suicídio era considerado um tabu. No entanto, é apenas por meio da discussão sem preconceitos que podemos compreender os motivos que levam uma pessoa a considerar essa opção.
Vale lembrar que a conversa, porém, não é tudo: também é necessário pensar em políticas públicas que façam com que mais pessoas tenham acesso a acompanhamento psiquiátrico e psicológico por valores acessíveis.
Saúde mental no Brasil: conheça alguns dados
O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, identificou que os índices de suicídio entre jovens no Brasil aumentou em 6% ao ano, entre 2011 e 2022, enquanto as taxas de autolesões aumentaram 29% no mesmo período.
Embora os índices de suicídio mundial estejam diminuindo nos últimos anos — foi observada uma redução de 36% dos casos —, nas Américas os dados são um pouco diferentes: entre os anos 2000 e 2019, o número de casos aumentou em 17%. No Brasil, houve um crescimento de 43% no mesmo período, em todas as faixas etárias (dos 10 aos 60+ anos). Hoje, em média 38 pessoas tiram a própria vida a cada dia.
Além de um alto índice de suicídio, o Brasil também tem um grande número de internações de pacientes que tentaram encerrar suas vidas: são cerca de 30 por dia.
Uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) também observou aumento nos casos de tentativas de suicídio entre mulheres e entre pessoas de 20 a 29 anos.
Apesar desses números e da importância da campanha do setembro amarelo, ainda faltam políticas públicas que deem conta de prevenir novos casos de suicídio, sobretudo entre a população mais jovem (de 14 a 19 anos). Além disso, é fundamental um olhar mais atento à população marginalizada, em geral mais propensa a cometer atos de violência contra a própria vida.
Como a saúde mental pode ser tema da redação?
Em 2020, a saúde mental foi o tema da redação do Enem, que partiu da frase “O estigma associado às doenças mentais na sociedade”. Mesmo hoje, o assunto continua atual, e ganhando contornos cada vez mais diversos e interessantes — o que faz com que ele seja um grande candidato para a redação de vestibulares.
Um debate bastante comum é o impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens. A manipulação das imagens em redes como o Instagram, por exemplo, pode afetar a autoestima em uma fase da vida em que ainda estamos construindo a nossa personalidade e o nosso senso de valor, de modo que a necessidade de alcançar um ideal de beleza impossível pode ter efeitos profundos na nossa psiquê.
Outro tema que vem ganhando atenção é a saúde mental de idosos no Brasil, uma vez que o número de casos de depressão e de suicídio vem aumentando entre essa população. Os motivos variam, mas o próprio processo de envelhecimento é considerado um dos principais fatores, já que envolve o declínio da saúde física, a solidão, a falta de perspectiva e até a morte de outros entes queridos.
A relação entre saúde mental e trabalho também pode ser abordada. Uma pesquisa do InfoJobs observou que 86% dos trabalhadores mudariam de emprego, hoje, para preservar a sua saúde mental. Uma boa relação entre trabalho e outras áreas da vida também vêm se tornando uma prioridade, sobretudo para as novas gerações.
Lembre-se: essas são apenas algumas das formas como a saúde mental pode ser abordada em redações de vestibulares. Para conferir exemplos de temas prontos, você pode dar uma olhada no banco de temas da Imaginie.
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