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Ainda estou aqui: saiba como enriquecer sua redação com o filme brasileiro indicado ao Oscar

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Nesta quinta-feira (23), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou os indicados ao Oscar 2025. Nas seletas listas dos concorrentes às estatuetas, a produção brasileira Ainda estou aqui fez história e marcou presença em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz

As três indicações coroam a merecida atenção que o cinema brasileiro já vem recebendo há alguns meses. Com o lançamento do filme do diretor Walter Salles, os olhos do mundo se voltaram não apenas para a nossa produção cinematográfica e para o talento dos nossos artistas – com destaque para a conquista do Globo de Ouro pela atriz Fernanda Torres –, mas também para um período conturbado da história do país: a ditadura militar.

Mesmo quem não teve a oportunidade de conferir o filme provavelmente já ouviu falar sobre ele. E, pensando nisso, a equipe da Imaginie preparou um conteúdo completo para te ajudar a entender qual é a importância dessa produção e como ela pode ser usada na sua redação. Continue lendo e confira!

Qual é a história do filme Ainda estou aqui?

Dirigido por Walter Salles e baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda estou aqui conta a história de Eunice Paiva, mãe do escritor, após a prisão de seu marido por agentes da ditadura militar brasileira

Rubens Paiva era deputado federal eleito pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Com o golpe de 1964 e a publicação do Primeiro Ato Institucional (AI-1), teve seu mandado cassado e se exilou. Ao retornar para o Brasil, em 1971, passa a atuar como engenheiro, mas, sem que sua família saiba, mantém contato com outros exilados.

Essa comunicação faz com que a casa de Rubens Paiva seja invadida e revistada por agentes da ditadura. Ele é, então, capturado e levado preso, e nunca mais retorna. 

O filme conta a história de sua família, agora sob a proteção de Eunice Paiva, e da luta de sua esposa pelo reconhecimento do Estado na morte de seu marido. 

E o livro?

Publicado originalmente em 2015, o livro Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva, conta a história autobiográfica do autor. Nele, a partir da história de sua mãe, Eunice Paiva, somos levados à infância de Marcelo, ao sequestro e morte de seu pai, e aos impactos da ditadura na sua vida pessoal.

Marcelo Rubens Paiva também é o autor de Feliz ano velho, publicado em 1982 e adaptado para o cinema em 1987. Nesse romance, embora foque sobretudo no acidente que o deixou tetraplégico, o autor paulista também trata da sua infância e do desaparecimento do seu pai. 

De quais temas o filme trata?

Embora tenha ganhado destaque por se passar durante a ditadura militar brasileira, Ainda estou aqui não é um filme intrinsecamente sobre a ditadura. Por um lado, sim, ele é um retrato da tortura psicológica, do silêncio do Estado, dos “desaparecimentos” injustificados e dos impactos do regime totalitário no cotidiano brasileiro.

Por outro lado, Ainda estou aqui também é uma representação dos sobreviventes desse período. Se estamos acostumados a ouvir as histórias terríveis, das torturas e dos sofrimentos, o filme de Walter Salles conta também as narrativas felizes, que tinham espaço apesar das torturas e sofrimentos. 

Nesse sentido, além de tratar da ditadura militar brasileira, o filme fala também sobre resiliência, sobre memória e sobre a capacidade humana de encontrar resquícios de felicidade mesmo diante da tragédia. É, portanto, um filme sobre esperança e o trabalho de uma mulher e mãe para manter sua família segura e unida

Como falar de Ainda estou aqui na redação?

Para escrever uma boa redação, é indispensável que você tenha um bom repertório sociocultural — isto é, que carregue com você conhecimentos de diferentes áreas, adquiridos ao longo da sua vida. 

Afinal, ao articularmos saberes diversos a partir de um ponto em comum, mostramos que temos mais domínio sobre um tema. Além disso, fazemos com que o nosso texto se torne mais atrativo, sobretudo para pessoas que compartilham aquele repertório.

Por isso, ao escrever uma redação, é fundamental analisar qual bagagem cultural pode ser utilizada para dar mais corpo à sua argumentação. Mencionar filmes, séries, livros, citações etc. é uma das maneiras mais simples de fazer essa articulação — e, na redação do Enem, pode significar uma nota mais alta nas competências avaliadas.

Pensando nisso, separamos 3 dicas importantes para falar do filme Ainda estou aqui ao escrever a sua redação. Confira!

1. Relacione o filme aos seus argumentos

Para abordar Ainda estou aqui na sua redação, é fundamental que o filme tenha relação com a sua tese e com os seus argumentos. Por isso, antes de citá-lo, você deve ter em mente qual é a relação que pretende fazer entre a obra cinematográfica e o seu ponto de vista.

Para facilitar esse trabalho, você pode elaborar um projeto de texto. Esse tipo de rascunho te ajuda a alinhar a sua tese, construindo argumentos sólidos e que a sustentem. Além disso, é uma forma simples de saber quando e por que mencionar o seu repertório cultural, garantindo maior impacto para o seu leitor.

2. Leia sobre o assunto

Embora um filme possa nos oferecer contexto o suficiente para abordar um determinado assunto — neste caso, a ditadura brasileira —, também é importante consultarmos outras fontes para falarmos sobre o tema com mais propriedade

Por isso, antes de usar Ainda estou aqui na sua redação, que tal se aprofundar um pouco mais? Além de estudar a ditadura brasileira nas aulas de história, conhecer mais produções que também abordam o tema é uma excelente maneira de ter mais contexto — tanto para entender o filme, quanto para falar sobre ele.

Outra opção interessante é procurar resenhas de críticos que tenham assistido ao filme e falado sobre ele. Com a atenção internacional que a produção vem recebendo, essas resenhas passaram a abranger um ponto de vista ainda mais amplo, o que pode ser interessante para pensar como as pessoas de fora entendem a ditadura e a sua representação no cinema.

3. Fuja do óbvio

Falar sobre Ainda estou aqui quando o tema é a ditadura brasileira e a censura é uma excelente ideia, mas também é bastante tradicional. Para abordar essa produção cinematográfica na redação, que tal ser um pouco mais específico?

Se você assistiu ao filme, com certeza vai saber dizer quais cenas foram mais emocionantes e quais outros temas são debatidos, para além do desaparecimento de Rubens Paiva. Também vai poder abordar os impactos da ditadura em uma família de classe alta carioca a partir de um olhar feminino, isto é, de uma mulher que luta para sobreviver e para manter a sua família unida.

Quanto mais você conseguir mostrar para os avaliadores da redação que realmente assistiu e interpretou aquele filme, e que é capaz de relacioná-lo a outros assuntos de forma aprofundada, maior a chance de você deixar a sua marca de autoria. E, como já sabemos, ela é indispensável para um bom desempenho na redação — sobretudo no Enem.

Como praticar uma redação com o tema do filme?

A ditadura militar é um tema importantíssimo quando falamos da história brasileira. No ano de 2025, completam-se 40 anos do fim do regime militar: em maio de 1985, foram aprovadas as eleições diretas para a presidência do Brasil. Por isso, o tema pode voltar a ficar em alta.

Para escrever sobre ele, porém, não é preciso se deparar com uma redação sobre o regime militar. Na verdade, a ditadura pode ser abordada nos mais diversos temas de redação. Confira alguns exemplos:

Com esses temas em mente, você pode começar a praticar a sua redação. E lembre-se: para contar com uma correção completa e em até 24 horas, além de monitorias ilimitadas e até imersões por eixo temático, você pode conferir os planos da Imaginie!

Foto do post: Divulgação/Globo Filmes

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Autores

  • Amanda Tracera

    Mestre em Letras, trabalha com conteúdo digital há 6 anos. É apaixonada por educação e tecnologia e passa o tempo livre com um livro nas mãos.

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  • Beatriz Kalil Othero

    Jornalista formada pela UFMG, se interessa por temas como educação, ciência, tecnologia, e sociedade. Participou de reportagens premiadas pelo Sebrae em 2023, pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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