A linguagem é uma ferramenta utilizada em diversos contextos situacionais. É um instrumento extremamente fundamental, um verdadeiro avanço das civilizações, que utiliza esse recurso para situações distintas, como se comunicar, decodificar códigos e entender as mensagens de textos e livros.
As funções da linguagem são variadas e produtivas e nossa missão é mostrá-las a você, para que além de comunicar-se bem, você consiga ler e produzir diferentes tipos textuais, falados e escritos, gabaritar provas de português e todas as outras do Enem ou demais vestibulares. Afinal números e imagens também fazem parte do grande grupo da linguagem.
Então, siga em frente e confira esse conteúdo incrível!
O que é a linguagem?
Bom, para entender bem quais são as suas funções, inicialmente precisamos entender o que é a linguagem.
A linguagem são as letras, os números, as imagens, é a forma como nosso corpo se comporta em diferentes tipos de contexto, como quando estamos bravos, felizes ou emocionados.
A função principal da linguagem é estabelecer o entendimento de determinado conteúdo, como quando você lê um artigo, um texto na internet, um livro de sua preferência. Até quando você abraça e dá um beijo em seu crush você se apropria da linguagem.
Bom, a linguagem também está muitíssimo presente no contexto comunicacional. Quando você está se comunicando com alguém e quer se fazer compreensível e em contrapartida entender o que outro te diz, utiliza a linguagem.
Portanto, antes de exibirmos para você as funções da linguagem, vamos entender um pouquinho mais a fundo sobre os elementos que fazem com que a comunicação com o outro seja estabelecida.
Quais os elementos da comunicação?
Para que exista uma comunicação entre as partes deve existir:
1. Um locutor
É aquele que fala algo com alguém. Quem inicia um diálogo.
2. Um interlocutor
É aquele com quem a conversa se estabelece. O locutor fala com alguém e esse alguém se chama interlocutor.
3. Uma mensagem
A mensagem é essencial no contexto comunicacional. É necessário que haja um assunto sobre o qual o locutor e o interlocutor irão conversar.
4. Um código
Além de duas partes que estabelecem um assunto, é necessário que exista um código. O código pode ser conhecido também como o idioma. O diálogo só é possível quando alguém fala a mesma língua que seu interlocutor, do contrário não há entendimento, não é mesmo?
A linguagem é exatamente esse código, ela pode ser uma linguagem corporal, imagética, ou mesmo a linguagem falada. Porém, é necessário que as duas partes do diálogo consigam decodificar um mesmo código para que o diálogo seja possível.
5. Um canal
Ainda, para que a comunicação seja estabelecida, faz-se necessário um canal. Sabe o whatsapp? Então, ele é um dos canais pelos quais pode-se estabelecer um diálogo com alguém.
6. Um referente (ou um contexto)
Por fim, além de todos os outros pontos é necessário um referente, também chamado de contexto. Quando conversamos com alguém é preciso que essa pessoa entenda sobre o que estamos falando, não há como iniciar um diálogo sem que as duas partes saibam sobre o contexto dessa conversa.
Agora, que você conhece um pouco mais sobre a linguagem em si e como ela funciona dentro de um contexto comunicacional, vamos então as suas funções.
Quais são as funções da linguagem?
As funções da linguagem são seis e servem para dar destaque a diferentes partes dentro do contexto comunicativo. É claro que elas permanecem sendo o código, ou seja, o modo pelo qual as pessoas irão se comunicar, mas elas podem dar ênfase ao locutor, em outras ocasiões à mensagem ou ainda ao próprio código.
Veja a seguir cada uma delas.
1. Função Emotiva (ou Expressiva)
A função emotiva ou expressiva da linguagem é aquela em que o locutor encontra-se em destaque.
Os textos que apresentam um enfoque maior nos sentimentos daquele que fala ou que conta uma história utilizam a função emotiva. Geralmente, são gêneros textuais mais subjetivos e voltados à introspecção. Veja um trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade que utiliza a função emotiva:
- Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
2. Função Referencial
Já na função referencial, o assunto é ponto central. Os textos que adotam a função referencial procuram passar ao leitor ou ouvinte o maior número de informações possíveis.
A finalidade desses textos passa por instruir, informar, traduzir e apresentar informações, portanto, são bem objetivos. Os exemplos de textos que utilizam a linguagem como uma função referencial são os jornalísticos, didáticos, científicos etc.
3. Função Apelativa (ou Conativa)
Aqui, o foco está no interlocutor. A finalidade dele é convencer a pessoa que lerá ou ouvirá o texto. Por isso, esse tipo textual geralmente utiliza verbos no imperativo, aqueles que você usa quando vai pedir ou dar uma ordem, como “compre”, “use”, “leia”.
São exemplos de texto quem fazem uso dessa função os publicitários e os políticos.
4. Função Metalinguística
Já a função metalinguística é aquela em que o foco da comunicação é no próprio código, e é por isso que se chama metalinguística, que é quando algo fala sobre si mesmo, sabe? Quando, por exemplo, o tema de um filme é o próprio cinema, isso é metalinguagem. Quando um poema versa sobre a ato de escrever, isso também é metalinguagem.
Veja um exemplo:
A Palavra
Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
Que resumiria o mundo
e o substituiria.
Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.
Acima, há um poema de Carlos Drummond de Andrade que versa sobre o ato de escrever, especificando a palavra, que é o que utilizamos quando escrevemos um poema. Super metalinguístico!
5. Função Fática:
Essa função tem um foco mais voltado para o canal e é utilizada para testá-lo e ver se o interlocutor entende o que está sendo dito. Sabe quando atendemos o telefone e perguntamos “Oi! “Tudo bem?”, então esse é um exemplo prático de uso da função fática.
6. Função Poética:
Agora, quando o foco da linguagem é a mensagem, estamos falando da função poética. Neste caso, a intenção do texto é a própria mensagem e, muitas vezes isso é expresso pela forma como ele é construído. Sabe aqueles poemas muito focados na forma? Como esse aqui ó:
Esse poema concretista do Reinaldo Azeredo está preocupado com a mensagem que quer passar e, por isso, chama atenção escrevendo-o de maneira não convencional.
Acredito que você tenha reparado que as funções da linguagem têm tudo a ver com os gêneros textuais. Os diferentes textos utilizam diferentes funções a depender da intenção do autor, o que é super legal. Se você tem interesse em saber mais sobre gêneros textuais, basta dar olhada em nosso artigo que mostra os principais gêneros e suas características!